tag:blogger.com,1999:blog-187946912024-03-23T18:30:30.870+00:00O Mar Sem FimInternet - O Mar Sem Fim do Século XXI<br>
Textos diversos como as marés.Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.comBlogger326125tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-15841966434570875272012-03-03T16:48:00.000+00:002012-03-03T16:51:49.003+00:00Esta festa não é minha - Milan KunderaTexto publicado em 1995 na Frankfurter Rundschau, com outros textos que celebravam o centésimo aniversário do nascimento do cinema.<br />
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O que os irmãos Lumière inventaram, em 1895, não foi uma arte, mas uma técnica que permitia apreender, mostrar, conservar e arquivar a imagem visual de uma realidade, não num fragmento de segundo, mas no seu movimento e duração. Sem esta descoberta da «fotografia em movimento», o mundo não seria hoje o que é: a nova técnica tornou-se, <i>primo</i>, <i>o principal agente de embrutecimento</i> (incomparavelmente mais poderoso do que a má literatura de antanho: <i>spots</i> publicitários, série televisivas), <i>secundo</i>, <i>o agente da indiscrição planetária</i> (as câmaras que filmam secretamente adversários políticos em situações comprometedoras, imortalizam a dor de uma mulher seminua estendida numa maca após um atentado...).</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
É verdade que existe o <i>filme como arte</i>: mas a sua importância é muito mais reduzida do que a do filme como técnica e a sua história é, com certeza, a mais breve de todas as histórias das artes. Recordo jantar em Paris há mais de 20 anos. Um jovem, simpático, inteligente, fala de Fellini com divertido desprezo trocista. O seu último filme, acha-o francamente mau. Conhecendo o preço da imaginação, sinto pelos filmes de Fellini uma humilde admiração, em primeiro lugar. É perante este jovem brilhante, na França do início dos anos oitenta, que experimento, pela primeira vez, uma sensação nunca conhecida na Checoslováquia, mesmo nos piores anos do estalinismo: a sensação de me encontrar na época do pós-arte, num mundo em que a arte desaparece porque desaparecem a necessidade da arte, a sensibilidade, o amor por ela.</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
A partir de então, verifiquei cada vez mais frequentemente que Fellini já não era apreciado; mesmo tendo sido ele a conseguir fazer da sua obra toda uma grande época da história da arte moderna (como Stravinsky, como Picasso); mesmo tendo sido ele a realizar com uma fantasia incomparável a fusão do sonho e da realidade, esse velho programa-desejo dos surrealistas; mesmo tendo sido ele que, no seu último periodo (particularmente desconsiderado), soube dotar o seu olhar sonhador de uma lucidez que desmascara cruelmente o nosso mundo contemporâneo (recordemos <i>Prova de Orquestra, A Cidade das Mulheres, E la nave va, Ginger e Fred, Entrevista, La Voce della luna</i>). </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
Foi neste último período que Fellini se confrontou violentamente com Berlusconi, opondo-se à sua prática de deixar interromper os filmes pela publicidade, na televisão. Neste confronto, distingui um sentido profundo: tendo em conta que o <i>spot</i> publicitário é também um género cinematográfico, tratava-se do confronto entre duas heranças dos irmãos Lumière: o confronto do filme como arte e do filme como agente de estupidificação. O resultado é conhecido: o filme como arte perdeu.</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
O confronto teve o seu epílogo em 1993, quando a televisão berlusconiana projectou nos ecrãs o corpo de Fellini, nu, desarmado, em agonia (estranha coincidência: foi em A Doce Vida, de 1960, que, numa cena inesquecível, a fúria necrófila das câmaras foi surpreendida e mostrada, profeticamente, pela primeira vez). A viragem histórica chegava ao fim: como herdeiros dos irmãos Lumière, os órfãos de Fellini já não pesavam grande coisa. A Europa de Fellini era substituída por outra Europa, muito diferente. Cem anos de cinema? Sim. Mas esta festa não é minha.</blockquote>
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<br />Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-71283205953796703142011-10-19T13:40:00.001+01:002011-10-19T13:41:04.738+01:00O desafio<br />
<a href="http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=513359">Lorde britânico oferece 290 mil euros a quem evitar colapso do euro</a><br />
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Julgo que esta é a oportunidade ideal para os dois economistas, que defendem a saída de Portugal do euro, <a href="http://portugalcontemporaneo.blogspot.com/">Pedro Arroja</a> e <a href="http://31daarmada.blogs.sapo.pt/5326268.html">João Ferreira do Amaral</a>, mostrarem o que valem. Não tanto pelo prémio (que é bem chorudo), mas pela consagração internacional que as suas ideias teriam. As pessoas até poderiam começar a encarar esta hipótese de outra forma. Quem é que vai a jogo?Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-20651392716162953652011-09-22T23:45:00.001+01:002011-09-22T23:45:39.247+01:00PerfeiçãoEra capaz de trocar todos, incluíndo <a href="http://omarsemfim.blogspot.com/2007/06/cena-do-ir.html">este</a>, ou até <a href="http://omarsemfim.blogspot.com/2007/12/on-road.html">este</a>, por isto.<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/_01A51DT0Lk" width="420"></iframe><br />
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<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: 11px;"><strong class="editable_area" style="height: 30px;">Medley: Je n'En Connais Pas La Fin / Hymne a l'amour (live from the Bataclan)</strong> <a href="http://www.vagalume.com.br/jeff-buckley/" id="info_url_artist" style="color: #006477; cursor: pointer; display: inline; font-style: italic; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 5px; padding-right: 5px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Jeff Buckley</a><br /><span class="editable_area" itemprop="description">(R. Asso/M. Monnot/E.Piaf)<br />Both the songs were originally performed by Edith Piaf<br /><br />I used to know a little square<br />So long ago, when I was small<br />All summer long it had a fair<br />Wonderful fair with swings and all<br />I used to love my little fair<br />And at the close of everyday<br /><br />I could be found, dancing around<br />A merry-go-round that used to play:<br /><br />"Ah, mon amour<br />A toi toujours<br />Dans tes grands yeux<br />Rien que nous deux"<br /><br />All summer long my little fair<br />Made everyday like a holiday<br />Night after night it used to play<br />People came there from so far away<br />And everyone sang that little tune<br />All around the town you heard it played<br /><br />Even Pepi from Napoli<br />He sang to Marie this serenade<br /><br />[qui inizia Hymne a l'amour]<br />If the sun should tumble from the sky<br />If the sea should suddenly run dry<br />If you love me, really love me<br />Let it happen darling, I won't care<br /><br />Shall I catch a shooting star<br />Shall I bring it where you are<br />If you want me to, I will. (I hope I get this right)<br />You can set me any task<br />I'll do anything you ask<br />If you'll only love me still<br /><br />When at last, our life on earth is through<br />I will spend eternity with you<br />If you love me, really love me</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: 11px;"><span class="editable_area" itemprop="description">Let it happen darling, I won't care</span></span><br />
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Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-71227067814152131432011-05-25T21:50:00.001+01:002011-05-25T21:56:36.730+01:00Dia da IndependênciaDia 20 de Maio tive o meu primeiro ordenado de auto-suficiência. 23 anos, 4 meses e uns 27 dias. Nada mau.<br />Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-88126999204959624502011-05-14T21:54:00.005+01:002011-05-14T23:02:19.409+01:00Fantasia<div>A turbulência política dos últimos tempos tem-me deixado um pouco desconfiado da capacidade de discernimento da população portuguesa em geral. Alguns tópicos, como a ajuda externa, a intervenção do FMI e a actuação do actual governo dividem as opiniões de uma forma bastante "descompensada". Tirando o último tópico, em que cerca de 80% dos portugueses culpam José Sócrates pelos erros da governação, a verdade é que os portugueses se mostram completamente divididos em relação a alguns problemas que afectam o país. É que mesmo neste assunto da governação, apesar de culparem o primeiro-ministro, o PS continua a mostrar resistência nas sondagens.</div><div><br /></div><div>A vitória do PS começa a parecer um cenário bastante provável, apesar de não se saber com quem é que se vão coligar para formar governo. A verdade é que se tornou muito difícil, para o cidadão comum, perceber o que é que as propostas do PS têm de errado. Quando o primeiro-ministro diz que quem não aposta na Educação (note-se que apostar significa investir, em politiquês) quer acabar com ela, é preciso ter alguns estudos e formação para perceber que não é bem assim. As medidas educativas (ou mesmo noutras áreas) não funcionam a duas velocidades, apenas podendo optar-se por atribuir fundos ou retira-los. Existe toda uma panóplia de modelos e estratégias que podem ser adoptadas. Mas o essencial é que a mensagem do PM é suficientemente simples para ser entendida: Quem não está por esta Educação está contra a Educação. Como se o actual estado de coisas fosse o único possível.<br /><br />É claro que as "ferramentas mentais" necessárias para desmontar esta farsa não estão ao alcance de todos. David Justino, antigo ministro da Educação, descreveu, no seu livro "Difícil é Educá-los", algumas características dos alunos portugueses referindo-se, neste capítulo, aos resultados dos testes PISA (destaques meus):</div><div><br /></div><blockquote><div>Ainda que centrados sobre as disciplinas de Matemática e Português, esses problemas (presentes nos testes) tendem a identificar determinado tipo de aprendizagens que são extensíveis às restantes disciplinas.</div><div><br />Em primeiro lugar, destaca-se o facto de os alunos portugueses apresentarem melhores resultados nos saberes que exigem menor elaboração cognitiva, ou seja, onde se limitem a reproduzir conhecimentos, a aplicar procedimentos de carácter rotineiro e a recorrer a raciocínios simples. <b>As dificuldades identificam-se ao nível da capacidade de desenvolver raciocínios mais complexos</b>, na resolução de problemas, especialmente quando têm de aplicar os conhecimentos adquiridos a situações menos usuais.</div><div><br /></div><div>Todos os estudos revelam que os alunos portugueses conseguem melhores resultados nos itens que testam os conhecimentos adquiridos, no domínio de procedimentos e na compreensão dos conceitos utilizados. Pelo contrário, as dificuldades surgem na compreensão de textos<b> não narrativos, na interpretação e resolução de problemas matemáticos e na capacidade de raciocínio complexo, desde a análise à síntese ou ao raciocínio inferencial.</b></div><div><br /></div><div>No caso da matemática, essas dificuldades aumentam quando se trata de questões relacionadas com a geometria e a visualização e o estudo das formas no espaço, ou no caso das fracções em comparação com os resultados obtidos com os números inteiros. <b>A capacidade de abstracção é claramente mais reduzida.</b></div></blockquote><div><b></b></div><div><b><br /></b></div><div>Parece-me que esta manifesta falta de capacidade, para <i>pensar</i> os problemas com que o país se depara, pode vir a ser o principal entrave à regeneração da política portuguesa. Ainda que possa parecer uma minudência, este "defeito" português repetido milhares de vezes, durante décadas, pode levar à falta de critérios e de racionalidade necessários ao bom funcionamento da Democracia. Talvez isto explique a incapacidade de existir debate sério em Portugal (debater implica perceber a posição defendida pelos outros, colocando-nos na posição dos nossos adversários, algo que requer bastante capacidade de abstracção) e a propensão que os portugueses têm para a fantasia, levando-os mais para o "irrealismo" político do que para o idealismo propriamente dito.</div><div><br /></div><div><br /></div>Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-11682408323111709162011-02-28T23:08:00.002+00:002011-02-28T23:12:09.452+00:00Uma Casa PortuguesaEste texto é um absoluto clássico de 1984. E acaba por ser um retrato orwelliano à portuguesa:<div><br /></div><div><p class="MsoNormal"></p><blockquote><p class="MsoNormal">Uma Casa Portuguesa</p><p class="MsoNormal">Um indivíduo anda aborrecido com o emprego que tem, ou precisa de emprego ou ambiciona, por razões óbvias, ganhar mais. As coisas correm-lhe cada vez pior e as empresas privadas não o querem. Esclarecidamente, o indivíduo pensa no Estado, a que supõe o dever de lhe dar uma ocupação e proventos compatíveis. Não encontra nada ou o que encontra não o satisfaz.<o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal">Deste fracasso o indivíduo retira a conclusão de que o Estado não cumpre cabalmente as suas funções. Os seus enormes talentos merecem com certeza ser usados e seriam com certeza usados por um Estado que se prezasse. O indivíduo concebe então o plano simples de consequir que o Estado reconheça a sua utilidade. Procura dentro de si sinais de distinção. Depressa descobre uma especialidade, um amor, uma causa. Digamos, por exemplo, a casa portuguesa.<o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal">A casa portuguesa típica, que lhe despertou sempre surtos de paixão, desaparece lentamente da paisagem. As câmaras não a protegem; a Fundação Gulbenkian ignora-a; o público despreza-a. A preservação da casa portuguesa constitui um interesse social, digno da atenção do Estado. Aliás, todos os interesses sociais são dignos da atenção do Estado. O indivíduo decide, portanto, persuadir o Estado a encarregá-lo de preservar a casa portuguesa, tão ameaçada pela incúria, por autarcas néscios e por emigrantes.<o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal">Convoca três amigos: dois arquitectos e um autoproclamado sociólogo, como ele convencidos da sua importância e carentes de uns dinheiros. Os quatro põem-se em campo. Trata-se de obter acesso a um ministro ou a um secretário de Estado, através de relações pessoais ou de influências partidárias. O ideal é escolhê-lo num departamento com objectivos tão etéreos e brumosos como a própria preservação da casa portuguesa: a Cultura, a Qualidade de Vida, a Família, o Ordenamento Territorial, a Paz nas Consciências. Em rigor, qualquer serve, mas estes apreciam em particular os projectos fantásticos.<o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal">Imaginemos que o indivíduo e os três amigos se apoderam do ministro da Cultura. Tal ministro, principalmente se, como com frequência sucede, é analfabeto ou quase, jamais se atreverá a manifestar indiferença seja pelo que for que se apresente como Cultura (com C grande). No «Botequim», Natália Correia vela. A esperteza reside em que tudo lhe pode ser apresentado como Cultura, até Natália Correia e a preservação da casa portuguesa. Intimidado, aflito, prevendo críticas devastadoras à sua relutância em preservar a casa portuguesa, o ministro rende-se. Discretamente, e supondo assim desembaraçar-se do sarilho, nomeia por despacho uma Comissão para a Preservação da Casa Portuguesa, com o indivíduo e os três amigos, que passam a receber a remuneração mensal de cento e cinquenta contos, para o chefe, e de cem cada, para os comparsas.<o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal">Ganhou-se a primeira batalha. O indivíduo adquiriu uma posição oficial. O próximo passo consiste em montar cerco ao gabinete do ministro para lhe subtrair «espaço», isto é instalações. Como preservar a casa portuguesa nos corredores ou nos cafés? Sem telefones? Sem um sítio para guardar papéis e atender pessoas? Os argumentos parecem racionais, a reivindicação justa. Comprometido no princípio, o ministro volta a render-se. A Comissão para a Preservação da Casa Portuguesa instala-se em duas assoalhadas, num canto obscuro do ministério.<o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal">Daí reclama telefones, um contínuo (para recados), uma escriturária-dactilógrafa e um técnico de terceira, destacados de outros serviços ou contratados de fresco entre familiares e indigentes. Como recusar pedidos tão lógicos e triviais? Existe a Comissão, existem duas assoalhadas; o resto segue-se. O trabalho vai, enfim, começar a sério.<o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal">A Comissão produz, após esforços esplêndidos, um documento de dezassete páginas com o título: «A Preservação da Casa Portuguesa: Vectores de uma Problemática, a Nível Urbano e Rural». Forte de semelhante obra, entra na matéria. Pouco a pouco, estende os seus tentáculos. Ocorre-lhe desde logo que os seus objectivos são interdepartamentais. A casa portuguesa também é da responsabilidade dos ministérios das Obras Públicas e Habitação, da Qualidade de Vida e dos Assuntos Sociais. A Comissão exige, por consequência, que se forme uma subcomissão com «representantes qualificados dessas áreas», e que se lhe atribuam os respectivos subsídios. Requisita, evidentemente, um carro para as tarefas de coordenação (e para ir a Sintra aos domingos). Mas não se esquece nem das autarquias, nem dos emigrantes. Cheios de zelo, os seus membros partem para a província, enquanto o chefe, com mais majestade, «se desloca» às colónias portuguesas no estrangeiro, com o objectivo de «manter o perfil» das nossas queridas aldeias.<o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal">Entretanto, o chefe já informou o ministro da impossibilidade física de prosseguir estas enérgicas actividades em duas meras assoalhadas. Em dura luta com várias direcções-gerais, institutos e gabinetes, a Comissão acaba por conquistar mais cinco e aumenta o seu pessoal de sete para vinte e sete. Chegou a altura de se ocupar da decisiva questão dos «contactos internacionais». A inutilidade notória do exercício, assegura que a Comissão brilhará. No Conselho da Europa, na UNESCO, em viagens diplomáticas à Assíria ou ao Daomé, o chefe e os sócios discutirão moções, aprovarão recomendações, estudarão acordos de intercâmbio, comerão jantares e tirarão retratos. O mundo ficará sabendo que Portugal, país civilizado, se preocupa com a preservação da casa portuguesa. O orçamento da Comissão subiu de três mil contos por ano para cinquenta mil, o que a torna uma coisa digna de respeito e, pelo menos, de uma condecoração da Embaixada Francesa.<o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal">A Comissão, porém, é precária. Não tem lei orgânica e não tem quadro. Acima de tudo, não tem quadro. Os seus membros e empregados vivem no risco de despedimento, o que compreensivelmente os perturba, impedindo-os de trabalhar como gostariam. Para eles, os seus inestimáveis serviços justificam, mais, clamam, que lhes seja concedida segurança e aposentadoria. O ministro da Cultura entende esta angústia, porque aprecia que os seus subordinados o estimem. O ministro das Finanças, que não entra no ministério da Cultura, não se comove tanto. Mas é-lhe explicado o alcance da preservação da casa portuguesa, a sua indispensabilidade, o prestígio que a Comissão adquiriu em Bogotá e em Munique, e ele contrariadamente cede.<o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal">A Comissão transforma-se, deste modo, em Instituto papa a Preservação da Casa Portuguesa, com um quadro de oitenta lugares, sendo cinquenta instantaneamente preenchidos. Muda de instalações, recruta telefonistas, motoristas, contínuos, técnicos, conselheiros, assessores. Gasta agora duzentos mil contos. O chefe inscreve-se no PSD e fala-se discretamente dele para secretário de Estado, em parte por causa de um livro de excessivo mérito chamado «A Preservação da Casa Portuguesa: Vectores de Uma Problemática, a Nível Urbano e Rural».<o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal">A moral da história é a seguinte: se amanhã desaparecessem duzentos mil funcionários públicos, ninguém, excepto os próprios, daria por nada. Ou daria - daria porque pagava metade dos impostos.</p><p class="MsoNormal">Vasco Púlido Valente</p></blockquote><p class="MsoNormal"></p><p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal"><br /></p></div>Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-89055520533140975522011-02-03T23:20:00.000+00:002011-02-03T23:21:13.630+00:00O grande crime de Cavaco é:<div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Não ser de Esquerda.</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div>Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-56999012508962023652010-12-28T00:51:00.002+00:002010-12-28T01:13:29.815+00:00A Sombra do VentoAndo a ler <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/The_Shadow_of_the_Wind">isto</a>. Imperdível, especialmente a personagem caricata de Fermín Romero de Torres:<div><br /></div><div></div><blockquote><div>Naqueles dias eu queria crer que o meu pai se ressentia por eu passar tanto tempo com os Barceló. O livreiro e a sobrinha viviam num mundo de luxo que o meu pai mal podia farejar. Pensava que o aborrecia que a criada de don Gustavo se comportasse comigo como se fosse minha mãe e que o ofendia que eu aceitasse que alguém pudesse desempenhar esse papel. Às vezes, enquanto eu andava pelas traseiras da loja a fazer embrulhos ou a preparar uma remessa, ouvia um ou outro cliente gracejar com o meu pai.</div><div>-O que o senhor tem de fazer, Sempere, é procurar uma boa rapariga, que agora o que mais por aí há são viúvas jeitosas e na flor da vida, o senhor bem me entende. Uma boa moça ajeita a vida a uma pessoa, meu amigo, e tira-lhe vinte anos de cima. O que um par de mamas não consegue...</div><div><br /></div><div>(...)</div><div><br /></div><div>-Quer dizer que eram amantes?</div><div>-Você gosta mesmo de folhetins, hem? Olhe, eu na vida privada da Nuria nunca me meti, porque a minha também não é propriamente para emoldurar. Se um dia você tiver uma filha, bênção que eu não desejo a ninguém, porque a lei da vida é que mais tarde ou mais cedo nos despedace o coração, enfim, como ia dizendo, se algum dia tiver uma filha começará sem dar por isso a dividir os homens em duas categorias: os que suspeita que dormem com ela e os que não. Quem disser que não, mente com quantos dentes tem na boca.</div><div><br /></div><div>(...)</div><div><br /></div><div>Toda aquela reticência mudou radicalmente no dia em que Fermín Romero de Torres descobriu Carole Lombard.</div><div>-Que busto, Jesus, Maria e José, que busto! - exclamou em plena projecção, possuído. - Aquilo não são mamas, são duas caravelas!</div><div>-Cale-se, seu grosseirão, ou chamo imediatamente o empregado - resmungou uma voz de confessionário situada um par de filas atrás de nós. - Não querem lá ver a pouca-vergonha? Que país de porcalhões!</div><div>-O melhor é baixar a voz, Fermín - aconselhei.</div><div>Fermín Romero de Torres não me ouvia. Estava perdido no suave vaivém daquele decote milagroso, com o sorriso arroubado e o os olhos envenenados de tecnicolor.</div><div><br /></div><div>(...)</div><div><br /></div><div>-Não sei onde enfia isso tudo, Fermín.</div><div>-Na minha família fomos sempre de metabolismo acelerado. A minha irmã Jesusa, que Deus tenha, era capaz de lanchar uma tortilha de morcela e alho francês e seis ovos a meio da tarde e depois portar-se como um cossaco ao jantar. Chamavam-lhe <i>a Fígados </i>porque sofria de mau hálito. Era igualzinha a mim, sabe? Com esta mesma tromba e este corpo serrano, bastante magro de carnes. Um médico de Cáceres disse-lhe uma vez que nós, os Romero de Torres, éramos do vínculo perdido entre o homem e o peixe-martelo, porque noventa por cento do nosso organismo é cartilagem, maioritariamente concentrado no nariz e no pavilhão auricular. Na aldeia confundiam muito a Jesusa comigo, porque a desgraçada nunca chegou a desenvolver peito e começou a fazer a barba antes de mim. Morreu de tísica aos vinte e dois anos, virgem terminal e apaixonada em segredo por um padre santarrão que quando se cruzava com ela na rua lhe dizia sempre: "Viva, Fermín, estás um homenzinho". Ironias da vida.</div><div><br /></div><div><br /></div></blockquote><div></div>Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-65729614083708452352010-12-13T23:10:00.002+00:002010-12-13T23:48:34.269+00:00Alheia Crónica IIIQuem achar que MEC manda apenas umas piadolas diárias, no Público, desengane-se.<div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; -webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; "><span class="maintext" style="font-size: 14px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; ">Porque é que os portugueses são tristes? Porque estão perto da verdade. Quem tiver lido alguns livros, deixados por pessoas inteligentes desde o princípio da escrita, sabe que a vida é sempre triste. O homem vive muito sujeito. Está sujeito ao seu tempo, à sua condição e ao seu meio de uma maneira tal que quase nada fica para ele poder fazer como quer. Para se afirmar, como agora se diz, tão mal.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; -webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; "><span class="maintext" style="font-size: 14px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; "><br />Sobre nós mandam tanto a saúde e o dinheiro que temos, o sítio onde nascemos, o sangue que herdámos, os hábitos que aprendemos, a raça, a idade que temos, o feitio, a disposição, a cara e o corpo com que nascemos, as verdades que achamos; mandam tanto em nós estas coisas que nos dão que ficamos com pouco mais do que a vontade. A vontade e um coração acordado e estúpido, que pede como se tudo pudéssemos. Um coração cego e estúpido, que não vê que não podemos quase nada.</span><p></p><span class="maintext" style="font-size: 14px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; ">Aí está a razão da nossa tristeza permanente. Cada homem tem o corpo de um homem e o coração de um deus. E na diferença entre aquilo que sentimos e aquilo que acontece, entre o que pede o coração e não pode a vida, que muito cedo encontramos o hábito da tristeza. Habituamo-nos a amar sem nos sentirmos amados e a esse sentimento, cortado por surpresas curtas, passamos a chamar amor. E com verdade. No mundo das ausências, onde a tristeza vem de sabermos muito bem o que nos falta, a nós e àqueles que nos rodeiam, a bondade, que nos torna vulneráveis aos sofrimentos daqueles que nos acompanham e nos faz sofrer duas vezes mais do que se estivéssemos sozinhos, é o preço que pagamos por não sermos amargos. É graças à bondade que estamos tristes <i>acompanhados</i>. Há uma última doçura em sermos tristes num mundo triste. Igual a nós.<br /><br /><i>Miguel Esteves Cardoso, in 'As Minhas Aventuras na República Portuguesa'</i></span> </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; -webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; "><span class="maintext" style="font-size: 14px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; "><i><br /></i></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; -webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; "><span class="maintext" style="font-size: 14px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; "><i>Via <a href="http://citador.pt/pensar.php?op=10&refid=200902230900&author=1133">Citador</a>.</i></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; -webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; "><span class="maintext" style="font-size: 14px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; "><i><br /></i></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; -webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; "><span class="maintext" style="font-size: 14px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; "><i><br /></i></span></span></div>Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-38974713577972200232010-11-23T22:03:00.003+00:002010-11-23T22:14:25.507+00:00PadrãoTendo em conta que foi este poema que deu a origem ao blog, fazia aqui falta como a mãe aos filhos.<div><br /></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;"><b>O Padrão</b></span></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; -webkit-border-horizontal-spacing: 5px; -webkit-border-vertical-spacing: 5px; "><div align="left"><span></span></div><span><div style="text-align: left;">O esforço é grande e o homem é pequeno</div><div style="text-align: left;">Eu, Diogo Cão, navegador, deixei</div><div style="text-align: left;">este padrão ao pé do areal moreno</div><div style="text-align: left;">e para deante naveguei. </div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">A alma é divina e a obra é imperfeita.</div><div style="text-align: left;">Este padrão signala ao vento e aos céus</div><div style="text-align: left;">Que, da obra ousada, é minha a parte feita:</div><div style="text-align: left;">O por fazer é só com Deus.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">E ao immenso e possível oceano</div><div style="text-align: left;">Ensinam estas quinas, que aqui vês,</div><div style="text-align: left;">Que o mar com fim será grego ou romano:</div><div style="text-align: left;">O mar sem fim é portuguez. </div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma</div><div style="text-align: left;">E faz a febre em mim de navegar</div><div style="text-align: left;">Só encontrará de Deus na eterna calma</div><div style="text-align: left;">O porto sempre por achar.</div><div style="text-align: left;"><br /><br /></div></span><div align="left"><span></span></div></span></div>Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-4848988702167715022010-11-21T14:29:00.001+00:002010-11-21T14:54:01.883+00:00Apontamentos<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Franklin Gothic Medium', Verdana, sans-serif; font-size: 13px; border-collapse: collapse; color: rgb(51, 51, 51); line-height: 14px; -webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; "><p style="margin-top: 10px; margin-bottom: 15px; ">Começou um novo ciclo, mas os desafios permanecem iguais. Para aqueles que se iniciam no meio académico, gostaria de deixar algumas palavras. Mas, antes de começar, quero agradecer aqueles que, em tempos idos, me legaram os seus conhecimentos adquiridos ao longo dos anos, professores, colegas, família e amigos. A todos, o meu muito obrigado. Foi um prazer.</p><p style="margin-top: 10px; margin-bottom: 15px; ">A minha formação terminou. Mas a aprendizagem não. Longe disso. Ninguém pode ser arrogante ao ponto de dizer que não tem mais nada para aprender. É um exercício perfeitamente escusado estar a falar em casos específicos, não vou assumir que conheço as especificidades de cada curso ou o percurso de cada pessoa.</p><p style="margin-top: 10px; margin-bottom: 15px; ">Quero apenas deixar algumas palavras para reflexão.</p><p style="margin-top: 10px; margin-bottom: 15px; ">1. Somos uns privilegiados. Nunca os nossos pais e avós (principalmente as mulheres) tiveram as oportunidades que nós temos de estudar. Há apenas 50 anos, aproximadamente dois terços da população portuguesa não tinha qualquer nível de ensino (terminado a 4ª classe). Só para terem uma vaga ideia, os caloiros que estão a entrar para a universidade têm, em média, mais 10 anos de escolaridade (mais de metade das suas vidas) dedicados aos estudos do que estas pessoas. Vocês fazem parte de uma pequena elite de 15% da população que teve acesso ao ensino superior. Mas não se esqueçam que a vossa estadia também está a pesar nos ombros daqueles que não tiveram posses para pôr os seus filhos na universidade. Façam por merecer.</p><p style="margin-top: 10px; margin-bottom: 15px; ">2. É importante encontrar um equilíbrio entre o ócio e os estudos. Não têm de passar os dias a estudar nem a destruírem-se. Cada coisa a seu tempo. É importante que aproveitem ao máximo esta fase da vossa vida para se instruírem. Tempos difíceis esperam o país e temo que o ensino superior não vá sair ileso. É provável que as<br />propinas aumentem, as bolsas diminuam e as vagas escasseiem. Não desperdicem tempo ou boas oportunidades.<br /><br />3. Sejam exigentes. O ensino é um dos sectores onde os “clientes” são pior tratados, pagam muito, comem e calam. Se virem que não são instruídos como deve ser, se os planos curriculares ou métodos de avaliação não forem decentes, façam barulho. Têm o direito e o dever de o fazer.<br /><br />4. Conheçam pessoas novas. Existe uma amálgama de gente diferente na universidade, de várias regiões, outros países, com diferentes costumes. Contactar e conhecer adiversidade irá dar-vos uma perspectiva mais abrangente do mundo plural em que vivemos.<br /><br />5. Mantenham-se activos. Dentro e fora das aulas há sempre actividades, projectos e ideias à espera de alguém para lhes deitar a mão. Tudo o que vale a pena requer trabalho, nunca é demais repetir isto. E sejam pacientes. A paciência é o mais árduo dos cultivos. Mas é certo que também gera os melhores frutos.</p><p style="margin-top: 10px; margin-bottom: 15px; ">Não se fiquem pela mediocridade pois esta é vossa rampa de lançamento para o futuro. Até agora isto foi a feijões. O jogo a sério começa a seguir. E o “a seguir” chega muito mais rápido do que imaginam.</p><p style="margin-top: 10px; margin-bottom: 15px; ">Crónica publicada no <a href="http://www.comumonline.com/index.php?option=com_content&task=view&id=2794">ComUM Online</a>.</p></span>Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-9917409098760748672010-11-05T22:40:00.002+00:002010-11-05T23:15:39.729+00:00Quinto AniversárioVolvidos 5 anos sobre o início deste blogue convém tecer algumas considerações.<div><br /></div><div>Muita coisa mudou. Mesmo. Não é só o tempo que erode a pele, é também o saber, o estar e sofrer de quem cá anda e cá andou. As mudanças são de fundo.</div><div><br /></div><div>Quem deu início a este blogue não é a mesma pessoa que vos escreve agora. Olhando para trás, vejo um estranho. Talvez a nossa vida não seja um caminho, mas uma série de trilhos, feitos por várias pessoas.</div><div><br /></div><div>Estou a uns potenciais dois meses de subir mais um lanço nesta longa escada. Suspeito que tudo isto seria impossível (ou insuportável) sem vós, seus palermas. Compadres (e comadre), esta é para vocês:</div><br /><br /><object width="400" height="300"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/-HvjTj25kFQ?fs=1&hl=pt_PT&rel=0&color1=0x006699&color2=0x54abd6"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/-HvjTj25kFQ?fs=1&hl=pt_PT&rel=0&color1=0x006699&color2=0x54abd6" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="400" height="300"></embed></object>Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-4936681710129148162010-10-31T13:55:00.003+00:002010-10-31T14:04:31.955+00:00Alheia Crónica IIO <a href="http://portugalcontemporaneo.blogspot.com/2010/10/mec.html">elogio de Pedro Arroja a Miguel Esteves Cardoso</a> não foi despiciendo. Este texto é brilhante.<div><br /></div><div>Só um Mundo de Amor pode Durar a Vida Inteira<br /><br /></div><div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 14px; -webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; ">Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.<br /><br />O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixonade verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.<br /><br />Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios.Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.<br /><br />Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há,estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.<br />Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?<br /><br />O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida,o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.<br /><br />O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.<br /><br />O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado,viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não.<br />Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.<br /><br /><i>Miguel Esteves Cardoso, in 'Jornal Expresso'</i></span></div></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 14px; -webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; "><i><br /></i></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 14px; -webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; "><i>Via <a href="http://www.citador.pt/pensar.php?op=10&refid=201005121930&author=1133">Citador</a></i></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 14px; -webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; "><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 14px; -webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; "><br /></span></div>Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-16508435721961985532010-10-27T20:31:00.005+01:002010-10-27T21:01:43.384+01:00Nuovo Cinema Paradiso<div>Uma das mais extraordinárias cenas da História do Cinema.</div><div><br /></div><div><br /><object width="400" height="300"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/9ncMxJHk1HY?fs=1&hl=pt_PT&rel=0&color1=0x006699&color2=0x54abd6"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/9ncMxJHk1HY?fs=1&hl=pt_PT&rel=0&color1=0x006699&color2=0x54abd6" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="400" height="300"></embed></object><br /><br /></div>Alfredo: Uma vez, um rei fez um banquete. Foram convidadas as mais belas princesas do reino. Um soldado que estava de guarda viu a filha do rei passar. Ela era a mais bela de todas, e ele apaixonou-se imediatamente por ela. Mas que podia um pobre soldado fazer perante a filha do rei?</p><p class="MsoNormal"><span style="mso-fareast-font-family:"Times New Roman"">Bem, finalmente, um dia, ele conseguiu falar com ela, e contou-lhe que não mais podia viver sem ela. A princesa ficou tão impressionada com a declaração do rapaz que lhe disse: “Se conseguires esperar 100 dias e 100 noites debaixo da minha varanda, ao fim desse tempo serei tua”. Deus! O soldado foi imediatamente para lá e esperou um dia. </span><span lang="EN-US" style="mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:EN-US">E dois dias. E dez. </span><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman"">Depois vinte. E todas as noites a princesa olhava pela janela, mas ele nunca se mexeu. Fosse chuva, vento, neve, ele esteva sempre lá. Pássaros cagavam-lhe a cabeça e as abelhas picavam-no, não arredava pé . </span></p><p class="MsoNormal"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman"">Ao fim de 90 noites, ele estava completamente seco, pálido como um cadáver, lágrimas corriam-lhe pela face. Ele não se conseguia mexer. Ele já não tinha </span>sequer força para dormir. E todo esse tempo a princesa observara-o. E na 99ª noite, o soldado levantou-se, pegou na cadeira, e foi-se embora.</p> <p class="MsoNormal"><span style="mso-fareast-font-family:"Times New Roman"">Salvatore: Mas como? Mesmo no fim?!</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="mso-fareast-font-family:"Times New Roman"">Alfredo: Sim, sim. Mesmo no fim… E não me perguntes o significado disto, porque não faço ideia! Se descobrires a moral da história, diz-me.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="mso-fareast-font-family:"Times New Roman"">(...)</span></p><p class="MsoNormal"><span style="mso-fareast-font-family:"Times New Roman""></span></p><p class="MsoNormal"><span style="mso-fareast-font-family:"Times New Roman"">Mais tarde, Salvatore conta a sua interpretação a Alfredo:</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="mso-fareast-font-family:"Times New Roman"">Salvatore: Se passasse mais uma noite, a princesa seria sua. Mas ela também podia faltar à sua promessa. E isso teria sido terrível. Ele morreria de desgosto. Assim, apesar de tudo, pelo menos durante 99 dias, ele viveu na ilusão que ela esteve ali à espera dele.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="mso-fareast-font-family:"Times New Roman""><br /></span></p><p></p>Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-22367934317298438262010-09-30T17:08:00.002+01:002010-10-31T14:04:46.743+00:00Ensandeceram<div><blockquote></blockquote><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 15px; color: rgb(64, 64, 64); line-height: 23px; "><strong style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "><blockquote>3º- Criação do imposto sobre as grandes fortunas e retenção de 50% dos lucros das empresas que apresentem ganhos acima de um milhão de euros.</blockquote><blockquote>(...)</blockquote><blockquote><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal; "><strong style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">5º- Expropriação de todas as terras não produtivas e início da reforma agrária sobre os terrenos estatizados.</strong></span></blockquote><blockquote><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal; "><strong style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">(...)</strong></span></blockquote><blockquote><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal; "><strong style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal; "><strong style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">7º- Confisco de património sobre pessoas que a título individual tenham mais do que três propriedades móveis e imóveis para venda em hasta pública ou redistribuição pelos indivíduos produtivos que não tenham nenhuma.</strong></span></strong></span></blockquote><blockquote><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal; "><strong style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal; "><strong style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">(...)</strong></span></strong></span></blockquote><blockquote><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal; "><strong style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal; "><strong style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal; "><strong style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">9º- Não pagamento da dívida externa.</strong></span></strong></span></strong></span></blockquote></strong></span></div><div><a href="http://5dias.net/">http://5dias.net/</a></div><div><br /></div>A esquerdalhada sanguinária está <a href="http://5dias.net/2010/09/30/por-um-prec-revolucionario-o-povo-tem-que-acabar-com-o-socrates-antes-que-o-socrates-acabe-com-o-povo/">assanhadíssima</a>. Depois de mais de 30 anos de banha da cobra e de um país em ruína, alguém vai ter de pagar. Mas que sejam os outros.<br /><br />Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-41440944811358348162010-08-12T19:45:00.002+01:002010-08-12T19:51:01.020+01:00Férias<div><br /></div><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://www.eu2007.pt/NR/rdonlyres/5F6AFBB8-BB0A-4D6C-B564-DB0696D29EA0/0/VianadoCastelo2.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 290px; height: 296px;" src="http://www.eu2007.pt/NR/rdonlyres/5F6AFBB8-BB0A-4D6C-B564-DB0696D29EA0/0/VianadoCastelo2.jpg" border="0" alt="" /></a><br />Chegado de férias, prestes a voltar, metendo uma viagem de comboio grátis pelo meio, o blog tem estado meio parado. Talvez depois do regresso haja alguma animação. Até já.<div><br /></div><div><br /></div>Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-64623150799891183622010-07-09T16:32:00.002+01:002010-07-09T17:02:04.352+01:00Bons ArgumentosEnquanto andava à procura de um gráfico, que representasse a evolução da despesa do Estado Português ao longo dos anos, dei de caras com o blog do <a href="http://blogdomata.blogspot.com">Movimento Anti Tradição Académica</a> (MATA). O <a href="http://blogdomata.blogspot.com/2009/10/opiniao-de-manuel-caldera-cabral-sobre.html">texto</a> é da autoria do professor Manuel Caldeira Cabral, da Universidade do Minho.<div><br /></div><div>Mas o verdadeiro entretenimento está na caixa de comentários. De um lado, Paivamix, a favor da praxe, do outro, Pedro, contra. Vejamos:</div><div><br /></div><div></div><blockquote><div>Paivamix</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 20px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Isso do defender, podes ver por exemplo nas gritarias, a ver quem berra mais, é bonito de se ver por acaso.</span></span></span></div></blockquote><div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 20px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"></span></span></span></div><div><br /></div><div>É bonito de se ver "por acaso". Por acaso. Se trocar bonito por divertido, concordo. Imaginem um contribuinte a passar ao pé do campus e a pensar "É aqui que se estão a formar as elites de amanhã. Uma geração que teve acesso à educação e à informação como nenhuma outra, e fazem parte dos 10% da população portuguesa com formação superior. Os meus impostos estão bem entregues."</div><div><br /></div><div>Ao aproximar-se, repara que estão 50 <b>adultos</b> aos gritos, a ver quem berra mais. Em que dimensão paralela é que isto é bonito de se ver?</div><div><br /></div><div>Mas não fica por aqui.</div><div><br /></div><div>Pedro é assertivo nas críticas ao seu adversário</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 20px; "><span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><blockquote>“Fomos (…) cantar o hino nacional em frente ao "aqui nasceu portugal" em guimaraes. Acho que isso é um momento bonito.”<br /><br />Eu não acho isto nada bonito, Acho isto um ímpeto nacionalista bacoco, com toques fascizantes. Salazar (que já foi para aqui referido várias vezes neste blog) é que sim, haveria de gostar destes comportamentos, característico de grupos do tipo Mocidade Portuguesa (MP).</blockquote>Passados mais de 30 anos desde o 25 de Abril, ainda vai parar gente a Caxias sempre que se canta o hino. Certamente que este Pedro deve desconhecer as associações de escutismo, caso contrário passaria os seus tempos livres a incendiar as sedes destes fascistas.<br /><br /><br /><br /></span></span></span></span></span></div>Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-41070355975411321592010-06-29T16:37:00.002+01:002010-06-29T16:57:24.384+01:00Regras que podem mudar o Mundo<!--copy and paste--><div><br /></div><object width="446" height="326"><param name="movie" value="http://video.ted.com/assets/player/swf/EmbedPlayer.swf"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowScriptAccess" value="always"><param name="wmode" value="transparent"><param name="bgColor" value="#ffffff"> <param name="flashvars" value="vu=http://video.ted.com/talks/dynamic/PaulRomer_2009G-medium.flv&su=http://images.ted.com/images/ted/tedindex/embed-posters/PaulRomer-2009G.embed_thumbnail.jpg&vw=432&vh=240&ap=0&ti=608&introDuration=15330&adDuration=4000&postAdDuration=830&adKeys=talk=paul_romer;year=2009;theme=rethinking_poverty;theme=speaking_at_tedglobal2009;event=TEDGlobal+2009;&preAdTag=tconf.ted/embed;tile=1;sz=512x288;"><embed src="http://video.ted.com/assets/player/swf/EmbedPlayer.swf" pluginspace="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" bgcolor="#ffffff" width="446" height="326" allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always" flashvars="vu=http://video.ted.com/talks/dynamic/PaulRomer_2009G-medium.flv&su=http://images.ted.com/images/ted/tedindex/embed-posters/PaulRomer-2009G.embed_thumbnail.jpg&vw=432&vh=240&ap=0&ti=608&introDuration=15330&adDuration=4000&postAdDuration=830&adKeys=talk=paul_romer;year=2009;theme=rethinking_poverty;theme=speaking_at_tedglobal2009;event=TEDGlobal+2009;"></embed></object><div><br /></div><div>A pergunta é: será que é possível fazer isto em Portugal?<br /><br /></div>Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-26850743263615700132010-05-24T17:47:00.002+01:002010-05-24T17:54:11.723+01:00Alheia Crónica IDe todos os defeitos que um cronista pode ter, o que considero mais gravoso é a banalidade. Há meia dúzia de casos na nossa praça que gostaria de partilhar. Curiosamente, duas das minhas colunas de opinião favoritas estão na mesma revista, a NS', que vem com o Jornal de Notícias ao fim-de-semana. Aqui fica uma crónica antiga do Joel Neto que achei interessante e pouco comum:<div><br /></div><div><p class="MsoNormal"></p><blockquote><p class="MsoNormal"><b>É um género de magia</b></p> <p class="MsoNormal">O mundo da atracção nunca cessará de maravilhar-me – e, entre as coisas que me maravilham nele, a mais maravilhosa é talvez o fascínio por mamas grandes. Pessoalmente, sou um homem de rabos. O rabo, sim, é pecado puro e simples. Já as mamas (eu talvez devesse dizer «seios», mas a palavra soa-me mal) são a maternidade na sua mais cabal acepção simbológica – e, embora não seja de excluir a existência de algum mistério em juntar o pecado e a maternidade numa mesma cobiça (eu também vi <i style="mso-bidi-font-style:normal">Donas de Casa Desesperadas</i>, sei bem do que se trata), esta é uma coluna de respeito e, portanto, não estão autorizadas aqui misturas.</p> <p class="MsoNormal">O que importa é que, segundo um estudo que leio numa daquelas revistas fúteis que de vez em quando não resistimos a compr… perdão, a ler no consultório do dentista, dois terços dos homens, ao cobiçarem uma mulher, olham-lhe primeiro para o peito e só depois para as nádegas. Daí que se aceite, de alguma forma, a obsessão de tantas e tantas mulheres, gordas e magras, ricas e pobres, de meia-idade e agora também jovens (e mesmo extremamente jovens), com a dimensão das suas «prateleiras», para usar uma expressão cara aos alarves que entretanto se assumem como público-alvo. O que é mais difícil de aceitar é a naturalidade, mesmo o desvelo, com que as mulheres que aumentam o peito desvendam o enigma.</p> <p class="MsoNormal">Ainda no outro dia vi Vanessa Oliveira, uma jovem e belíssima manequim portuguesa, portadora de uns extraordinários olhos verde-água e de um vago ar surfista que só apetece raptá-la, metê-la numa cabana de praia na Austrália e pô-la a surfar só para nós, explicar tintim por tintim, nas páginas do <i style="mso-bidi-font-style:normal">Diário de Notícias</i>, como decidiu aumentar os seios (pronto, vá, «os seios»), contactou médicos e fornecedores e ponderou métodos e dimensões até ir parar a umas mamas americanas que se implantam mesmo por baixo dos canais mamários e, portanto, lhe permitirão um dia engravidar, assim que lhe sobrevenha a vontade. E a estupefacção resume-se numa questão simples: mas, Vanessa, isso não devia ser segredo?</p> <p class="MsoNormal">Porque, quer dizer, de que servem umas mamas grandes se, entretanto, toda a gente ficou a saber que tudo não passa de silicone, laser e costura à linha? Acaso, quando é elogiada pela sua bela dentadura, uma mulher se vira e informa: «Muito obrigado, mas é placa»? Porventura um homem a quem alguém elogie uma <i style="mso-bidi-font-style:normal">performance</i> sexual respira fundo e suspira: «Muito grato, muito grato, mas não fui eu, foram os comprimidos»? Pois eu não vejo como os peitos postiços possam ser diferentes. Uns peitos postiços não podem ter outro desígnio senão despertar urgências de profanação ainda maiores. São uma ilusão. Ora, como todos sabemos, no momento em que o ilusionista desvenda o seu truque, a magia perde todo o encanto. E, ademais, ninguém quer profanar um pedaço de borracha.</p> <p class="MsoNormal">Naturalmente, o que está aqui em causa é de novo uma questão classista, um arrivismo social, muito mais do que esta nova mania para que todos os mistérios do sexo, do desejo e das emoções em geral sejam manipulados e esclarecidos com a «maior das naturalidades». O que está em causa é estas senhoras e estas meninas poderem dizer à vizinha do lado, à colega da escola ou à ex-mulher do novo marido que elas, sim, têm dinheiro e desembaraço e mente aberta suficientes para se fazerem Firefox, procurarem aqueles doutores todos, inclusive os mais caros, e obrigarem-nos a transformá-las em monumentos à fecundidade, às capas de revista e aos filmes do canal Venus.</p> <p class="MsoNormal">Pois só é pena que, como ainda há dias admitiu Carmen Electra, «actriz» norte-americana que no passado teve a infeliz ideia de adubar os seus peitos perfeitinhos, venham muitas delas a chorar o par de melões, na certeza de que, agora, tirar de lá a borracha, a gordura extraída do rabo ou o que quer que tenham posto por baixo dos canais mamários as deixará com dois sacos de plástico vazios ao peito, com graves consequências para a qualidade do bronzeado e, aliás, para o grau de sofreguidão do marido, do namorado e/ou vizinho da frente agora tão saudosos de fechar a mão em conchinha e poderem arrebanhar de um só golpe toda a sua fertilidade.</p> <p class="MsoNormal">Enfim, restam-lhes os antidepressivos. O que vale é que esta indústria sempre soube adaptar-se aos imperativos da economia dinâmica. No mais, e como tara, não me pronuncio. O Denny Crane também andou dois episódios à procura de uma mulher com perna de pau – e, no fim, não se queixou de nada. Mas eu prefiro não ir por aí. Há alçapões na alma de um homem que é melhor não abrir.</p></blockquote><p class="MsoNormal"></p></div>Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-72398892597073352532010-05-21T13:48:00.002+01:002010-11-05T22:31:56.981+00:00Engenharia SocialUm <a href="http://blasfemias.net/2010/05/21/uma-experiencia-socialista/">post</a> interessante do <a href="http://blasfemias.net/">Blasfémias</a>, publicado pelo jcd:<div><br /></div><div><b></b></div><blockquote><div><b>Uma Experiência Socialista</b></div><div><b><br /></b></div><div><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Tahoma, Arial, sans-serif; font-weight: normal; font-size: 13px; color: rgb(42, 42, 42); "><p style="line-height: 1.5em; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">(recebido por e-mail – provavelmente ficção, mas não deixa de ser uma boa história)</p><p style="line-height: 1.5em; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">Um professor de economia na universidade Texas Tech disse que nunca reprovou um só aluno antes, mas tinha, uma vez, reprovado uma turma inteira. Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e ‘justo. ‘</p><p style="line-height: 1.5em; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">O professor então disse, “Ok, vamos fazer um experiência socialista nesta turma. Ao invés de dinheiro, usaremos as suas notas nas provas”. Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam ‘justas. ‘ Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém seria reprovado. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia um “A”…</p><p style="line-height: 1.5em; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "><span id="more-26949"></span>Depois que a média das primeiras provas foram tiradas, todos receberam “B”. Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.</p><p style="line-height: 1.5em; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos – eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como um resultado, a segunda média das provas foi “D”. Ninguém gostou.</p><p style="line-height: 1.5em; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">Depois da terceira prova, a média geral foi um “F”. As notas não voltaram a patamares mais altos mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela turma. A busca por ‘justiça’ dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram o ano… Para sua total surpresa.</p><p style="line-height: 1.5em; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">O professor explicou que a experiência socialista tinha falhado porque ela foi baseada no menor esforço possível da parte de seus participantes. Preguiça e mágoas foi o seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual a experiência tinha começado. “Quando a recompensa é grande”, disse ele, “o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem o seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável.” (...)</p></span></b></div></blockquote><div><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Tahoma, Arial, sans-serif; font-weight: normal; font-size: 13px; color: rgb(42, 42, 42); "><p style="line-height: 1.5em; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "></p></span></b></div>Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-28807510773641289012010-05-18T15:37:00.002+01:002010-05-18T15:43:47.634+01:00A Música e as Letras<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Franklin Gothic Medium', Verdana, sans-serif; font-size: 13px; border-collapse: collapse; color: rgb(51, 51, 51); line-height: 14px; -webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; "><p style="margin-top: 10px; margin-bottom: 15px; font-size: 13px; ">Com muito atraso, aqui está a minha última crónica publicada:</p><p style="margin-top: 10px; margin-bottom: 15px; font-size: 13px; ">Não é incomum ouvir algum músico jovem dizer que não canta em português. Atrevo-me a afirmar que serão uma boa maioria. Alguns dirão que estão mais habituados a ouvir música em inglês. Outros, mais ousados, gritarão aos sete ventos que é em inglês que sentem aquele “feeling”, aquela cena de artista.</p><p style="margin-top: 10px; margin-bottom: 15px; font-size: 13px; ">Desengane-se quem acha que vou declarar o meu desprezo por estas pessoas. Pelo contrário, até acho que fazem muito bem. Afinal de contas, o risco de sair parolice se tentassem pela via lusa era muitíssimo superior. É um favor que nos fazem aos ouvidos.</p><p style="margin-top: 10px; margin-bottom: 15px; font-size: 13px; ">Mas então, porque é que isto acontece? Porque é que a nossa língua é tantas vezes remetida para segundo plano?</p><p style="margin-top: 10px; margin-bottom: 15px; font-size: 13px; ">Recordo-me de ter lido, em tempos idos, num artigo de uma revista estrangeira, uma frase bastante interessante. Cito de memória: “Em Portugal, considera-se quase um crime não escrever bom português”. Haveria aqui, claramente, exagero, não fosse o texto uma análise sobre três escritores nacionais. A verdade é que o português é uma “língua de doutores”, apesar de as pessoas não lhe darem o crédito que merecem. O nível de dificuldade, para fazer uma letra de uma canção decente, é extremamente superior à sua congénere anglo-saxónica.</p><p style="margin-top: 10px; margin-bottom: 15px; font-size: 13px; ">Há dois factores que complicam, especialmente, os compositores portugueses: a falta de musicalidade natural da língua e a dificuldade em rimar sem soar forçado e/ou saloio. A nossa língua está cheia de palavras grandes em frases longas, complicando a métrica e os versos. A conjugação dos verbos também tem as suas particularidades, com os singulares às turras aos plurais, com os tempos metidos ao barulho. É preciso unhas para isto. É preciso garra.</p><p style="margin-top: 10px; margin-bottom: 15px; font-size: 13px; ">Esta manifestação quase literária da música está patente naquela que é nossa criação musical mais conhecida, o fado. Quem alguma vez o cantou apercebe-se, rapidamente, que há algo deveras invulgar nele. Se precisasse de uma analogia para explicar a alguém o que é o fado, escolheria, sem dúvidas, o rally. As semelhanças são várias. É preciso dar muita mais atenção à técnica do que à força, preterindo a intensidade ao detalhe, ao ritmo. É difícil encontrar estilo em que as pausas façam tanta diferença.</p><p style="margin-top: 10px; margin-bottom: 15px; font-size: 13px; ">Muito estudo e leitura são as duas componentes essenciais para escrever boas letras em português. E é preciso mais boa música portuguesa e em português. É que, para fazerem rimas no infinitivo à quadra antonina, mais vale investir em canas e anzóis.</p><p style="margin-top: 10px; margin-bottom: 15px; font-size: 13px; ">PS: Para terem ideia de como os portugueses estimam o que é seu, comparem a quantidade de informação da página sobre Amália Rodrigues com a da Britney Spears, na Wikipedia em português.</p><p style="margin-top: 10px; margin-bottom: 15px; font-size: 13px; ">Crónica publicada no <a href="http://www.comumonline.com/index.php?option=com_content&task=view&id=2684&Itemid=69">ComUM Online</a>.</p></span>Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-14169653596618588192010-04-14T14:36:00.003+01:002010-04-15T18:49:01.116+01:00Cultura Portuguesa e a Internet IIDepois de andarem <a href="http://www.cracked.com/article_17251_the-10-coolest-foreign-words-english-language-needs_p2.html">aqui</a> e <a href="http://portuguesefordummies.blogspot.com/2007/03/question-5-what-is-desenrascano.html">aqui</a> a dizer que o desenrascanço é um atributo fundamental do portugueses, parece-me estranho que os portugueses estejam menos embrenhados na Internet do que deviam. Tendo em conta que este hábito de estar pouco preparado é dominante, este método será menos desvantajoso num meio online, onde os custos são bastante reduzidos. As empresas portuguesas deviam apostar freneticamente na Internet, criado produtos e serviços de curta duração.<div><br /></div><div>Podemos considerar um exemplo perfeito deste género de produtos os jogos da Zynga para o Facebook. O Farmville acaba por ser o expoente máximo deste género, sendo o jogo mais popular. Se analisarmos atentamente este fenómeno, é fácil perceber que, em qualquer uma destas aplicações, o interesse do jogador médio deverá rondar os 6 meses, sendo que os conteúdos de cada programa se começarão a tornar extremamente redundantes e repetitivos a partir daí (Nota: Todos estes jogos funcionam na base da repetição, mas existe o ponto em que atinge a náusea e o jogador aborrece-se). O Farmville poderá ser muito prejudicado, dentro de algum tempo, devido ao motor de jogo (Flash), pois este não tem capacidade para comportar muitos elementos dinâmicos, levando a que o ambiente de jogo nas "quintas" super-populosas seja fortemente condicionado. Não quero com isto dizer que o jogo desaparecerá em pouco tempo. Apenas me parece evidente que, a menos que haja uma mudança de suporte, os jogadores mais veteranos comecem a deixar de jogar. Mesmo que isto aconteça ainda estará em crescimento durante mais um ou dois anos.</div><div><br /></div><div>Acredito que Portugal poderia, perfeitamente, ter um ou mais pólos dedicados ao desenvolvimento de conteúdos para a Internet. O Silicon Valley português. Poderíamos chamar-lhe Campus Desenrascanço, se quisessem,. Mais sobre isto num post futuro.<br /></div><div><br /></div>Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-40886812687876323082010-03-28T18:48:00.002+01:002010-03-28T18:50:37.761+01:00As coisas que inventam estes dias IIMais parvoíce avulsa:<div><br /></div><div><div>VenaKalawemiidd@hotmail.com diz:</div><div> Hey I'm Naked Goto http://www.freecamlink.net/utza</div><div><br /></div><div>Bost eta Azaro 2.10 diz:</div><div> bah, get creative</div><div><br /></div><div>VenaKalawemiidd@hotmail.com diz:</div><div> hey</div><div><br /></div><div>Bost eta Azaro 2.10 diz:</div><div> hi</div><div><br /></div><div>VenaKalawemiidd@hotmail.com diz:</div><div> i'm 21/f your a male right?</div><div><br /></div><div>Bost eta Azaro 2.10 diz:</div><div> seems so</div><div><br /></div><div>VenaKalawemiidd@hotmail.com diz:</div><div> nice, I just got off work and finally got some time to relax which site did i msg you from again?</div><div><br /></div><div>Bost eta Azaro 2.10 diz:</div><div> the nasty one</div><div><br /></div><div>VenaKalawemiidd@hotmail.com diz:</div><div> I am a little busy right now, trying to upload some new pics if ya wanna check them out go http://twurl.nl/d1r4zp tell me what ya think </div><div><br /></div><div>Bost eta Azaro 2.10 diz:</div><div> I think I know a friend of yours...</div><div><br /></div><div>VenaKalawemiidd@hotmail.com diz:</div><div> I know a way we can chat and have a better time.. do you cam?</div><div><br /></div><div>Bost eta Azaro 2.10 diz:</div><div> cama é comigo</div><div> a melhor dormida da europa</div><div><br /></div><div>VenaKalawemiidd@hotmail.com diz:</div><div> Well i don't do yahoo cam or any other cam because i have been recorded before... But i do know one site you can watch me on cam, that assures me no one records...</div><div><br /></div><div>Bost eta Azaro 2.10 diz:</div><div> malandronas púdicas. Jackpot</div><div><br /></div><div>VenaKalawemiidd@hotmail.com diz:</div><div> I mean... Do you want to see me on my cam?</div><div><br /></div><div>Bost eta Azaro 2.10 diz:</div><div> ná, não te chateies</div><div><br /></div><div>VenaKalawemiidd@hotmail.com diz:</div><div> Ok go to http://www.freecamlink.net/uufn and click on "JOIN FOR FREE" orange button at the top of the page to join up for FREE. </div><div><br /></div><div>Bost eta Azaro 2.10 diz:</div><div> percebes português? fazem serviços a casa?</div><div> quero uma com pepperoni</div><div><br /></div><div>VenaKalawemiidd@hotmail.com diz:</div><div> fill out your contact information and then on the next page...</div><div><br /></div><div>Bost eta Azaro 2.10 diz:</div><div> já fiz. Mas como o meu cartão com o número de contribuinte estava rasurado não me deixaram ter o cartão fnac.</div><div><br /></div><div>VenaKalawemiidd@hotmail.com diz:</div><div> fill out your cc info baby for verification ONLY, their card will not be charged. </div><div><br /></div><div>Bost eta Azaro 2.10 diz:</div><div> ahhh, andas a vender serviços nesses sites manhosos, sua finória</div><div><br /></div><div>VenaKalawemiidd@hotmail.com diz:</div><div> What color Panties do you think i should wear? i might have you favorite color here somewhere...</div><div><br /></div><div>Bost eta Azaro 2.10 diz:</div><div> rosa fucsia</div><div><br /></div><div>VenaKalawemiidd@hotmail.com diz:</div><div> Your such a good boy, i'm gonna show you what good boys deserve.. you can tell me to do anything you want me too!</div><div><br /></div><div>Bost eta Azaro 2.10 diz:</div><div> por acaso a minha mãe está sempre a mandar vir comigo</div><div><br /></div><div>VenaKalawemiidd@hotmail.com diz:</div><div> Ok let me know when you get in so I can invite you directly to my cam, you should get some minutes from my cam site so you can spend time with me sexy!!!</div><div><br /></div><div>Bost eta Azaro 2.10 diz:</div><div> mas tb me chama boi, já agora</div><div><br /></div><div>VenaKalawemiidd@hotmail.com diz:</div><div> try again sweetie...Ok go to http://www.freecamlink.net/utw5 and click on "JOIN FOR FREE" orange button at the top of the page to join up for FREE. </div><div><br /></div><div>Bost eta Azaro 2.10 diz:</div><div> foi para esta vida que a tua mãe andou contigo na barriga 9 meses, minha menina?!</div><div><br /></div><div>VenaKalawemiidd@hotmail.com diz:</div><div> k you in yet babe??</div><div><br /></div><div>Bost eta Azaro 2.10 diz:</div><div> dentro de onde!?</div><div><br /></div></div>Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-48337771143104892412010-03-27T20:21:00.002+00:002010-03-27T20:34:15.524+00:00Como é que se ganham eleições?Os dois factores preponderantes são o carisma do candidato, para apelar aos indecisos, e o aparelho de propaganda, para incentivar os preguiçosos. As últimas legislativas demonstraram, perfeitamente, que a candidatura do PSD falhava num destes pontos, tendo os resultados apontado nesse sentido. Os indecisos não ficaram convencidos. Estou curioso para ver as próximas sondagens sobre inclinação de voto. Algo me diz que vão aparecer mudanças bruscas.<br />Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18794691.post-38388339920847334582010-03-14T16:54:00.004+00:002010-03-17T15:39:44.262+00:00Mingos & Os Samurais - Irmãos de SangueO álbum arranca com uma música bem disposta, invocando os verdes anos dos Samurais. Bastante natural, visto que a música depressiva só entrou em voga nos anos 90. xD<br /><br />Abril de 1963<div>Irmãos de Sangue</div><div><br /></div><div>Berto acorda todos os dias com o refrão do Tutti-Frutti na cabeça. Mingos prefere Marino Marini. Nando julga-se um Navajo. Lau faz uma cabana e apaixona-se pelas tranças de Mila. Quim gostava de os acompanhar a trepar às figueiras se não tivesse medo de cair e entortar o aparelho dos dentes.</div><div><br /><p><object width="320" height="265"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/EeAR6JeXw4w&hl=pt_PT&fs=1&color1=0x006699&color2=0x54abd6"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/EeAR6JeXw4w&hl=pt_PT&fs=1&color1=0x006699&color2=0x54abd6" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="320" height="265"></embed></object></p><p></p><br /><br />Carlos Tê / Rui Veloso<br /><br />Ai as tardes nas matas<br />A folhagem por tapete<br />Tocando tamborim em latas<br />E a boca a fazer trompete<br /><br />Subir pinheiro bela arte<br />Pintar o ándio na cara<br />Meia rota de estandarte<br />A flamejar na ponta de uma vara<br /><br />Ai esse tempo<br />Quando o tempo era largo </div><div>Madressilva figo verde<br />Ai que doce o verde amargo<br /><br />Correr solto nos velados<br />Ser tão ágil como o gamo<br />Ver a salamandra ao sol<br />E o pardal de ramo em ramo<br /><br />Refrão<br /><br />Eu sou comanche meio apache<br />Ele navajo e tu moicana<br />Faço a canoa e pesco o peixe<br />Tu és o lume da cabana<br /><br />Pega nessa faca e faz um golpe<br />Põe o teu sangue no meu a jorrar<br />Eu juro trazer o escalpe<br />De quem roubar o sol do teu olhar<br /><br />Refrão</div><div><br /></div>Hugo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/01214518958717436334noreply@blogger.com0