Bem, finalmente, um dia, ele conseguiu falar com ela, e contou-lhe que não mais podia viver sem ela. A princesa ficou tão impressionada com a declaração do rapaz que lhe disse: “Se conseguires esperar 100 dias e 100 noites debaixo da minha varanda, ao fim desse tempo serei tua”. Deus! O soldado foi imediatamente para lá e esperou um dia. E dois dias. E dez. Depois vinte. E todas as noites a princesa olhava pela janela, mas ele nunca se mexeu. Fosse chuva, vento, neve, ele esteva sempre lá. Pássaros cagavam-lhe a cabeça e as abelhas picavam-no, não arredava pé .
Ao fim de 90 noites, ele estava completamente seco, pálido como um cadáver, lágrimas corriam-lhe pela face. Ele não se conseguia mexer. Ele já não tinha sequer força para dormir. E todo esse tempo a princesa observara-o. E na 99ª noite, o soldado levantou-se, pegou na cadeira, e foi-se embora.
Salvatore: Mas como? Mesmo no fim?!
Alfredo: Sim, sim. Mesmo no fim… E não me perguntes o significado disto, porque não faço ideia! Se descobrires a moral da história, diz-me.
(...)
Mais tarde, Salvatore conta a sua interpretação a Alfredo:
Salvatore: Se passasse mais uma noite, a princesa seria sua. Mas ela também podia faltar à sua promessa. E isso teria sido terrível. Ele morreria de desgosto. Assim, apesar de tudo, pelo menos durante 99 dias, ele viveu na ilusão que ela esteve ali à espera dele.
2 comentários:
Comovente. E verdadeiro. Obrigado pela transcrição.
Abraço.
Engraçado, estava a pesquisar essa transcrição e através do google vim aqui parar. O mundo cibernético é mesmo pequeno.
Um abraço
Hugo Pires
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