quinta-feira, dezembro 31, 2009

Notícias de Última Hora

Acabou de passar uma tempestade tropical pela Nazaré, com trovoada e chuva de gelo à mistura. Durou 5 minutos. Estamos convencidos que o mundo acabou e só sobramos nós. Também há quem tenha lançado a hipótese fazermos parte da nova temporada de Lost. Agradecem-se esclarecimentos. Obrigado.

O Melhor de 2009 - Parte 3

Vai ser o melhor o pior consultor Armando Vara sem funções específicas tacho de sempre, BCP pessoal!

quarta-feira, dezembro 30, 2009

O Melhor de 2009 - Parte 2

Vai ser brutal o melhor você foi eleito para palhaço comissão parlamentar parlamento da legislatura passada de sempre, paspalhos pessoal!

O Melhor de 2009 - Parte 1

Vai ser o melhor, o pior o melhor réveillon orçamento rectificativo de sempre, pessoal!

quinta-feira, dezembro 24, 2009

Boas Festas

Dizem que no Natal devemos estar com as pessoas que são importantes para nós. Parece-me uma ideia parva. Devemos estar sempre com essas pessoas. Julgo que é a decisão mais sensata.

Na Pastelaria

Fulano entra numa pastelaria. Dirigindo-se ao balcão, entabula conversa com o funcionário:

-Boa tarde. Têm croissants?

-Hum… Sim, temos uns coisos.

-Ah? Têm croissants ou não?

-Temos assim uns bolos.

-Mas são croissants?

-São assim mais ou menos… Sim, temos croissants.

-Então quero um misto e uma meia de leite.

-Meia de leite… Certo. Pode pagar já? Funcionamos com pré-pagamento.

-Não há problema.

-Levo já à mesa.

O funcionário chega, passados 10 minutos, com um bolo disforme e um café.

-Desculpe mas não foi isto que pedi.

-Não pediu um croissant?

-Sim, mas isto parece um bolo mal parido.

-Mas é um croissant.

-E o café?

-Repare que uma meia de leite leva café. Tomei a liberdade de trazer só metade, visto que o leite está em falta.

-Que caraças. E este bolo tem manteiga? Eu pedi com queijo e fiambre e traz-me… margarina?!

-Eram umas sobras que tinha ali do estrugido que fiz ao almoço.

-Mas o senhor está doido? Eu quero o meu dinheiro de volta!

-Não posso devolver.

-Mas então porquê?

-Porque você não tem fome. Você quer é um curso.

-Perdão?

-Isto é uma alegoria. Você está numa instituição de ensino superior, não numa pastelaria. O seu bolo mal amanhado representa aquelas cadeiras que você não precisa para nada. Contudo, são muito úteis para os professores que andam cá a dar água sem caneco e precisam de ter o horário completo. O seu café-projecto-de-meia-de-leite foi o curso que levou uma machadada devido a Bolonha. Vai para casa só meio doutor ou lá o que é. Escusado será dizer que o pré-pagamento é o seu dinheiro e dos contribuintes que entra nos nossos bolsos só porque anda cá.

-Mas isto é indecente!

-Ei! Cuidado com a língua! Acha que tirar um curso universitário é como ir à pastelaria comer um bolo?

-Claro que não. Na pastelaria dão-me o que peço.

Fulano fulo sai da pastelaria e bate com a porta.

Cai o pano.


Crónica publicada no ComUM Online.

terça-feira, dezembro 01, 2009

Da Justiça


"Há duas coisas a que temos de nos habituar, sob pena de acharmos a vida insuportável: são as injúrias do tempo e as injustiças dos homens."

Sébastien-Roch Nicolas de Chamfort


Falta o quê?

Entrevista a António Barreto, no jornal i:

Qual a falta mais gritante?

Parece-me óbvio que há uma falta de empresários, de capitalistas. Será um problema ancestral? Vem da nossa maneira passada de viver e de gastar? Dos desperdícios? Do facto de os ricos portugueses terem vivido à sombra do Estado durante 200, 300 ou 400 anos? De o Estado ter ocupado tudo desde os Descobrimentos? Não quero ir por aí, mas o resultado é este. Há poucos empresários, poucos capitalistas com capitais, as elites são fracas e têm uma noção medíocre do serviço público. É raríssimo encontrar ricos, poderosos, famílias antigas, com um sentimento forte do contributo que podem dar à sociedade.

Recomendo a leitura integral da entrevista.

segunda-feira, novembro 30, 2009

Jeff Buckley: Last Goodbye




This is our last goodbye
I hate to feel the love between us die.
But it's over
Just hear this and then I'll go:
You gave me more to live for,
More than you'll ever know.

Well, this is our last embrace,
Must I dream and always see your face?
Why can't we overcome this wall?
Baby, maybe it's just because I didn't know you at all.

Kiss me, please kiss me,
But kiss me out of desire, babe, and not consolation.
Oh, you know it makes me so angry 'cause I know that in time
I'll only make you cry, this is our last goodbye.

Did you say, "No, this can't happen to me"?
And did you rush to the phone to call?
Was there a voice unkind in the back of your mind saying,
"Maybe, you didn't know him at all,
you didn't know him at all,
oh, you didn't know"?

Well, the bells out in the church tower chime,
Burning clues into this heart of mine.
Thinking so hard on her soft eyes, and the memories
Offer signs that it's over, it's over...

domingo, novembro 22, 2009

Natureza Humana


"...Somos todos compreensivos, tolerantes, especiais, diferentes. A verdade é que acabamos por ser uns filhos da puta uns com os outros. Tudo isto por causa do animal que há dentro de nós. No fundo, pouco mais somos que bicharada. Chamam a isso a Natureza Humana. Não é sítio que recomende a amigos..."

Da Expectativa

O programa Ídolos já esteve mais na ribalta do que nos tempos que correm, no entanto, ainda possui a sua quota-parte de atenção mediática. Milhares de pessoas correram para as filas dos locais de acolhimento, desejosas de impressionarem o júri do pré-casting (sim, existe uma selecção prévia), de forma a poderem aparecer na televisão.

Depois faz-se a captação de talentos. Uns têm, outros nem tanto. Ainda há o grupo dos que foram aldrabados pela mãezinha, falta-lhes bom senso, sofrem de distúrbios mentais, todos os anteriores mais tempo de sobra nas mãos.

Por muito interessante que o programa seja, por mais que os finalistas se exponham às luzes da ribalta, um dos factores continua a ser descurado. Que espaço existirá para esta gente no mercado musical português?

Na verdade, o exercício é simples. O leitor tente lembrar-se de um vencedor que tenha tido sucesso como artista a solo. Caso não tenha acompanhado as temporadas anteriores, há um nome que não passa despercebido, pertencendo à concorrente a que mais se assemelhou a um ídolo: Luciana Abreu. Sim, ela não foi vencedora do concurso e, apesar dos seus 1001 clubes de fãs, a sua carreira como cantora a solo é uma miragem, pouco mais sendo que uma sombra da personagem que representou. Cruza-se com o mediatismo, quase exclusivamente, em capas de revistas sociais, devido a boatos sobre a sua vida privada. Apesar de tudo, foi uma das cantoras que mais vendeu em Portugal, como indica a sua página da Wikipédia, com ares de ter sido escrita pelo seu agente.

Por muito exigentes que sejam, tanto o júri como o público, estão sempre reféns dos produtores, que querem uma estrela pop. Ora, Portugal não tem o mercado dos EUA, nem coisa que se pareça. Basta dar uma olhadela no TOP+ para perceber que não há muito potencial de encaixe, para esta gente, entre os grandes do nosso país.

Os hábitos estão enraizados nos consumidores e os lugares reservados aos músicos feitos à medida (D’ZRTs e companhia) pelas produtoras que não estão dispostas a abdicar da sua mina de ouro. Julgo que o facto de alguns antigos finalistas do programa se terem voltado a candidatar é prova suficiente do que digo. Meninos e meninas, se querem ter uma "bandinha" comecem já a trabalhar. Não é com concursos que lá vão.

O alvoroço provocado pelo novo romance de José Saramago tem preenchido páginas de jornal e causado sensação pelos quatro cantos da nação. A hierarquia católica anda indignadíssima, e os comentadores da praxe dividem-se entre hossanas e vitupérios, todos eles bastante excitados com a polémica.

Façam-me o favor de ler o livro e depois digam se justifica a histeria. Começo a pensar se muita gente não falará só para não estar calada.

PS: O livro nem é bom nem mau, ficando na classificação intermédia de “castiço”.


Crónica publicada no jornal ComUM Online.


sexta-feira, novembro 06, 2009

Efeméride

É absolutamente inacreditável aquilo que acabo de ler no blogue do Tiago Laranjeiro. O editorial do Avante reflecte o Alzheimer que afecta certos quadrantes do PCP. Coisas como "E enquanto o povo soviético resistia heroicamente à invasão nazi - e mais de vinte milhões de homens, mulheres e jovens morriam pela liberdade de toda a humanidade, pela democracia e pela defesa da paz - os EUA e a Inglaterra esperavam para ver quem seria o vencedor… e só entrariam na guerra quando se tornou evidente que o Exército Vermelho estava em condições de, por si só, libertar toda a Europa e esmagar o nazismo" levam a crer que o autor do texto sofre de distúrbios graves, sendo que o primeiro negrito não passará, certamente, de uma piada, e o segundo de uma mentira descarada.

Mas graça (desgraça?) maior vem no seguinte parágrafo:

A derrota do socialismo, com o desaparecimento da União Soviética e da comunidade socialista do Leste da Europa, constituiu uma tragédia, não apenas para os povos desses países mas para toda a humanidade: com o capitalismo dominante, o mundo é, hoje, menos democrático, menos livre, menos justo, menos fraterno, menos solidário, menos pacífico.
Não sei o que os mais de 70 milhões de mortos da ditadura soviética e chinesa diriam sobre este assunto, mas aposto que estão a revirar nas suas valas comuns.

quinta-feira, novembro 05, 2009

Quarto Aniversário




Um bocado de destruição criativa, para variar.

Jesus Salva



quinta-feira, outubro 29, 2009

Smart?

Algumas ideias interessantes, algumas ideias disparatadas, algumas ideias idiotas. Na Smart List da Wired Magazine há ideias para todos os gostos. Para ler e pensar.

quarta-feira, outubro 28, 2009

Paranormal Activity

A única "paranormalidade" deste filme: tanta gente dizer que se assustou com ele. O exemplo acabado do "filme-nada" que teve excelente marketing. Um dos maiores cagalhotos cinematográficos que já vi.


PS: Achei pertinente avisar as pessoas para não ir ao cinema.

terça-feira, outubro 27, 2009

Novo Governo

Uma sindicalista no Ministério do Trabalho, uma artista no Ministério da Cultura, e professores universitários q.b. espalhados pelas funções. O Estado ao serviço das corporações.

sábado, outubro 24, 2009

Bom Sinal

Portugal é um país tão evoluído que até se dá ao luxo de colocar ignorantes na Assembleia da República. Um caso a seguir com atenção.

quinta-feira, outubro 15, 2009

Resposta Pertinente I

Tendo em conta a pergunta colocada aqui, já temos, pelo menos, uma resposta: Deus Pinheiro renunciou ao cargo de deputado. O tipo que não conseguia estar calado dois dias seguidos, durante a campanha, viu-se sem tacho e sem bloco central, perdeu o pio e voltou para o sarcófago. Próximo?

segunda-feira, outubro 12, 2009

Reabertura

O Comum Online voltou ao activo pelo quinto ano consecutivo. Uma paragem obrigatória para os interessados na actualidade da academia minhota e da região.

sexta-feira, outubro 09, 2009

Já agora...

Fica aqui o link para o blogue do meu projecto de dissertação:


Fujam!

Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados, na entrevista que concedeu a Ricardo Araújo Pereira, no Esmiuçar o Sufrágio, usou o título deste post para descrever a Justiça em Portugal.

Um país sem Justiça é um país indigno para se viver. Vale a pena lembrar o que Pedro Arroja vem dizendo sobre a cultura católica e a injustiça. É uma infeliz tragédia.

terça-feira, setembro 29, 2009

Declarações

Com o fim cooperação estratégica e da escalada de tensão entre Belém e São Bento, as declarações de Cavaco Silva inauguraram um período de guerra institucional. Tendo em conta que a oposição vai ficar mansinha, devido a possíveis acordos pós-eleitorais, será que o PR vai travar esta batalha sozinho?

segunda-feira, setembro 28, 2009

Avançar Portugal

O novo governo constitucional ainda não tomou posse e já se sente o progresso:

Acções da Mota-Engil, Cimpor, Teixeira Duarte e Brisa subiram.

Momentos Imperdíveis

Augusto Santos Silva com cara de "só não insulto estes cabrões porque vou ter de lhes lamber as botas para aprovar o Orçamento de Estado".

domingo, setembro 27, 2009

Pergunta pertinente II

Que imposto vai subir e quanto?

Pergunta pertinente I

Será que as múmias retiradas dos sarcófagos do PSD, para as listas de deputados, vão ficar satisfeitas, sentadas na Assembleia, a assistir ao novo reinado de Sócrates? Ou vão meter o rabinho entre as pernas e entrar, novamente, em modo "conspirar nas sombras"?

sábado, setembro 26, 2009

Parceiro Comercial

José Sócrates declarou, no início do seu mandato, que a prioridade para Portugal era "Espanha, Espanha, Espanha". Aparentemente, Espanha está no charco. O que nos espera, a seguir? Venezuela, Venezuela, Venezuela?


sexta-feira, setembro 25, 2009

Legislativas

Ainda não faço ideia do partido para o qual vai o meu voto no Domingo. Há aí algum Preto que mo queira comprar?

quinta-feira, setembro 24, 2009

Ajuda precisa-se

Anda aí algum criacionista de serviço que me explique porque raio Deus Nosso Senhor me deu dentes do sizo?

terça-feira, setembro 22, 2009

Procura-se carrasco

Depois do caso das escutas "poluir" o último reduto de dignidade do regime, Belém, o actual panorama político está à espera que alguém pegue numa espingarda e o abata, para acabar com o sofrimento. Já não faltará muito para aparecer alguém que suspenda a Democracia por 6 meses com possibilidade de renovação por 40 anos.

quarta-feira, setembro 16, 2009

Só para dizer...


...que fiquei bastante impressionado com a entrevista que Manuela Ferreira Leite deu a Ricardo Araújo Pereira no Esmiuçar Portugal. O formato é interessante e seria engraçado repetir nas autárquicas, com algumas personagens muito caricatas deste nosso Portugal.

terça-feira, setembro 08, 2009

Velhos do Restelo

Crónica de João Miguel Tavares, na Notícias Magazine de 2 de Agosto:

Já pedi à minha querida esposa: «No dia em que eu começar a lançar suspiros para o ar e a dizer que no meu tempo é que era bom, vai à gaveta da cozinha e agride-me com o martelo dos bifes.» «No meu tempo é que era bom», «a juventude está perdida», «hoje em dia já não há respeito» e outras expressões parolamente melancólicas como estas são uma das coisas mais irritantes - e mais mentirosas, já agora - que existem no mundo. Soam-me sempre a conversa de velhinho gagá, com pantufas de lã nos pés e fotos amarelecidas a desfazerem-se entre os dedos. Ou então a discurso de taxista maldisposto, daqueles que defendem a necessidade de «um novo Salazar» para pôr o país «na ordem».

Nestas coisas dos costumes faz sempre falta alguma perspectiva histórica. Sabem o que escreveu Platão no século IV antes de Cristo? «O que está a acontecer aos nossos jovens? Eles desrespeitam os mais velhos, eles desobedecem aos pais, eles ignoram as leis. A sua moral está em queda. O que vai ser deles?» E o poeta grego Hesíodo, no século VIII antes de Cristo? «Não vejo qualquer esperança no futuro do nosso povo se ele estiver dependente da juventude frívola destes dias.» E que tal esta inscrição num túmulo egípcio com seis mil anos: «Vivemos tempos de decadência. Os nossos jovens já não respeitam os pais. São rudes e impacientes.» Os exemplos poderiam continuar, milénio após milénio, século após século, até aos nossos dias.

Todas as gerações acham, em suma, que a geração que lhes sucede é uma ameaça à civilização e ao pouco civismo que resta no mundo. É um milagre que as décadas passem e o Apocalipse não chegue. Ainda por cima, tenho o privilégio de pertencer à geração que Vicente Jorge Silva, num editorial que ficou para a história, apelidou de "rasca", após alguns meninos terem decidido exibir as nalguinhas numa manifestação. Eu deveria ser, portanto, a ralé da ralé. Mas serei? E, segundo esta teoria da decadência da civilização por via genética, serão os meus filhos piores que eu?

Caro leitor: não vá nessa conversa. Resista a todos os suspiros saudosistas, de um passado ordeiro e bem comportado que, na verdade, nunca existiu. Ou, se existiu, foi sempre pelas piores razões. Não estou a defender que não haja por aí excesso de laxismo, doses cavalares de mimo e alguns défices educacionais que superam em muito os três por cento admitidos pela Comunidade Europeia. Mas desenhar um grande quadro dramático, fingir que vivemos rodeados de uma tragédia grega em matéria de bons modos, é, pura e simplesmente, uma treta.

Somos cuidadosos com os nossos filhos. Damos-lhes oportunidades que nos estiveram vedadas. Acreditamos que eles podem vir a ser melhore do que alguma vez fomos e fazemos tudo para que o tempo deles seja melhor do que o nosso alguma vez foi. Da próxima vez que ouvir alguém elogiar «antigamente», encolha os ombros e mande-o para Platão. Por uma vez, sejamos optimistas: não há razão para o amanhã não ser melhor que o ontem. E tem sido melhor, de há seis mil anos para cá.
Subscrevo, por completo, o conteúdo desta crónica. E acrescento que, se as gerações passadas estão insatisfeitas com a sua prole, só têm a si próprios para culpar: foram eles que a criaram.

segunda-feira, setembro 07, 2009

And now for something completely different

Já alguém se lembrou de ir para o meio da rua, com um quadro de desenho portátil, ensinar seja o que for aos transeuntes, em vez de cuspir fogo ou tocar guitarra? Será que alguém ainda paga por aprender, hoje em dia? A aprendizagem ainda é tida como assunto de interesse?

sábado, agosto 29, 2009

Lei das "Uniões Sexuais Fortuitas"

Apesar do susto inicial, esta lei partiu de um artigo de opinião satírico sobre as uniões de facto.

quarta-feira, agosto 26, 2009

Absolutamente Surpreendente

Pela primeira vez em anos (décadas?) li algo com nexo escrito por Mário Soares. Transcrevo:

A entrevista que a dra. Manuela Ferreira Leite concedeu à RTP1, que vi e ouvi com a maior atenção, constituiu, para mim, uma profunda decepção. Não esperava muito, confesso, dadas as intervenções que tem feito, desde que é líder do PSD. Mas foi pior do que supunha. De uma banalidade que, algumas vezes, roçou o patético.
Só falou dela própria. É uma pessoa séria, decidida, que tem o culto da verdade, que só faz o que deve e não abre concessões para ninguém, sejam amigos ou não. Já o sabíamos. Mas tudo isto é o pressuposto para qualquer político, que tenha princípios éticos e não seja um oportunista. Não precisava, portanto, de o dizer, muito menos tê-lo dito à saciedade. Seria mais subtil - e ficar-lhe-ia com certeza melhor - se mandasse dizer a outrem todos os auto-elogios com que entendeu dever mimosear-se...


Este texto diz muito sobre o estado da política. Quando o maior trunfo empunhado por um político, como é o caso, é ser sério ou honesto, atingimos o zero absoluto. Tal como diz Mário Soares, estas qualidades deviam ser características omnipresentes na classe política, e não aparecer em casos de excepção. Ironicamente, estas são qualidades de que o Dr. Mário Soares carece. Mas a Vida é cheia destas graças.

quinta-feira, agosto 20, 2009

Nunca Acaba

Desta vez, a minha previsão não tardou a confirmar-se. Vamos a meio de Agosto e já houve troca de insultos entre os senhores do Jamais e do Simplex, levando ao afastamento de João Gonçalves, autor do Portugal dos Pequeninos, do blogue afecto ao PSD. Até agora, os "espaços de debate e reflexão" que o Rui Afonso tinha preconizado deram origem, apenas, a insultos e a ataques pessoais. Dificilmente se vê alguma proposta inovadora a ser apresentada ou, sequer, discutida. Ver senhores como estes, bem formados e bem pensantes, a alimentar quezílias do tipo "o meu pirilau é maior que o teu e, como se não bastasse, até faço xixi mais longe" é, de facto deplorável. O pior é que a liga júnior, dos quais estes meus caros amigos fazem parte, por vezes, parecem enveredar pelo mesmo caminho. Espero, francamente, que isso não aconteça.

segunda-feira, agosto 10, 2009

Public Enemies



Vou ser frontal: este filme é fraco. Apesar da excelente prestação dos actores, o guionista terá feito um mau trabalho. Péssimo, se imaginarmos o potencial que esta história poderia ter.

O principal problema do enredo passa pela pouca atenção dada às personagens, sendo este fenómeno mais evidente nos protagonistas da história. Muito mais poderia ser mostrado da história das personagens, numa tentativa de criar empatia entre elas e os espectadores. Dei por mim, aproximadamente a meio do filme, a não ligar patavina ao que acontecia às personagens, esperando, em vão, que se sucedesse algo de cativante

Michael Mann não desilude nas cenas de acção, pecando, apenas, quando utiliza o seu estilo tão característico de filmagem em situações mais calmas, onde o balouçar da câmara induz a pouco mais que a dor de cabeça. O efeito é, contudo, estranho. Certas imagens "outdoors" pareciam saídas de uma qualquer telenovela brasileira, algures no meio da Amazónia.

Resumidamente, o filme não passa de meia dúzia de assaltos a bancos e de ocorrências na vida de John Dillinger, Billie Frechette e Melvin Purvis, vagas e desconexas. Apesar da componente histórica, relacionada com a fundação do FBI, estar mais ou menos bem conseguida, é insuficiente para agarrar a atenção.Apenas o final da narrativa poderá despertar algum interesse pela forma como é apresentado, mas, como já foi dito por outro crítico, já chega tarde demais.

O filme mais aborrecido que vi nos últimos anos, apenas ultrapassado pela nulidade que foi o último filme dos Ficheiros Secretos. Recomendado a quem sofre de insónias.


quarta-feira, agosto 05, 2009

Ordem e Progresso

Neste país, misturar música labrega com futeboleirosmau resultado. Goste-se ou não se goste da opinião de João Bonifácio, a liberdade de expressão existe por algum motivo. Infelizmente, o jornal Público bateu no fundo ao defender os fãs insultuosos. É por estas e por outras, que vou deixar de comprar o raio do jornal.

segunda-feira, julho 27, 2009

Inanidades

Discuti, aqui, com o Rui Afonso, a (im)pertinência destes três blogues: Simplex (PS), Jamais (PSD), Rua Direita (CDS).

A minha visão pessimista resulta de vários sintomas que já se evidenciam. O Simplex foi uma das bandeiras do governo PS, resultando em algumas boas ideias e umas outras tantas que não passaram de declarações de intenções. Eu aconselharia um nome mais neutro para um blog deste género. Este tipo de rótulo dá logo um ar de seguidismo partidário acrítico, que vai acabar por ser, na minha opinião, o tipo de contribuição deste blogue.

O Jamais, do título ao template, é uma anedota. É um blogue típico da oposição. O que me preocupa é que costumava associar este estilo ao BE, recheado de folclore circence, que é como quem diz "palhaçada". O Jamais é o espelho do PSD enquanto oposição: muito riso, pouco sizo. O blogue volta-se mais para a caricaturização do governo, em vez de apresentar propostas. A política portuguesa atingiu o patamar mental de uma pré-primária.

O Rua Direita, francamente, ainda não percebi bem o que é. Ao contrário dos outros dois, ainda só lá tem um único post, publicado ontem à noite. É claro que o excesso de conteúdos pode ser algo prejudicial à discussão, como referi aqui, mas convém não perder o comboio. De qualquer das formas, o debate é a menor preocupação de todos estes senhores.

A nível técnico só posso demonstrar repúdio, pois o alojador de blogs do Sapo é das piores coisinhas que por aí anda.

Debater implica admitir erros próprios, rever, melhorar e descartar conceitos, dar espaço de opinião aos opositores, ser aberto a novas ideias. Nada disto irá acontecer. No máximo, vão apenas apontar algum erro, mero detalhe, na campanha dos candidatos que apoiam, para darem uma ideia de isenção, estilo "uma no cravo, outra na ferradura".

Sinceramente, parece-me tudo um exercício de masturbação intelectual, tão cara às nossas elites de políticos e treinadores de bancada. Se cada um contribuísse no seu blogue próprio, o resultado seria mais satisfatório. Mas posso estar enganado. Até Setembro ainda vai correr muita água debaixo da ponte. Vamos lá ver quem se afoga primeiro.

Criatividade Burocrática

Recebi um email a divulgar um curso para formar profissionais nesta área. Ainda dizem que os portugueses têm pouca imaginação para os negócios?

terça-feira, julho 21, 2009

Portugal e Espanha

Miguel Ángel Belloso, sobre a crise ibérica:

Tenho um amigo empresário que está convencido de que nenhum governo ocidental que tenha estado no poder no final do ano passado sobreviverá à crise. Quer isto dizer que perderá as eleições, e não me refiro às europeias, que são um desafio menor. Isto seria tão válido para Zapatero como para Sócrates, mas eu permito-me refutar a tese. Em Espanha já tivemos uma taxa de desemprego, há dez anos, de 20% (que agora estamos quase a igualar) e Felipe González conseguiu ganhar as eleições. Como? Espalhando dinheiro pelo país e semeando o medo da direita. Uma estratégia que já demonstrou a sua eficácia, sobretudo em tempos de crise. É também nisso que aposta Zapatero, e talvez também Sócrates. Trata-se de convencer as pessoas de que, primeiro, a culpa da crise é da avareza descontrolada dos ricos. Em segundo lugar, o objectivo é convencer o votante de que o sistema capitalista não é muito melhor do que o comunismo corrupto e empobrecedor que provocou a queda do muro de Berlim. Isto é o que escreve muitas vezes o ex-presidente Mário Soares nuns artigos que a mim, com todo o respeito, me parecem patéticos. Porquê? Porque não há provas. Não há evidências que consigam alimentar a altivez da esquerda. Podem repetir até à exaustão - e nesta coisa do marketing até são espertos - que a culpa do que nos está a acontecer é da direita, mas, no entanto, têm muito pouco para oferecer. Onde a esquerda governou, seja na Cortina de Ferro, seja no Ocidente, por exemplo, em Portugal ou em Espanha, foi incapaz de gerar riqueza. Não pode dar lições a ninguém. Não está preparada para sair do armário.
Texto completo no i Online.


sábado, julho 18, 2009

Novidades Fora de Prazo

Ricardo Arroja, no Portugal Contemporâneo, sobre o ensino em Portugal:

Um estudo da União Europeia acaba de divulgar os dados relativos à remuneração dos professores portugueses. Assim, escreve hoje o Diário da Madeira que "se o salário bruto de um professor português no início da sua carreira é de 97,3% do PIB per capita, essa percentagem aumenta para 282,5% no final dos seus anos de trabalho, de longe o valor mais elevado dos países analisados". O estudo é da autoria da Comissão Europeia e resulta da comparação de 31 sistemas europeus de ensino (os 27 mais a Islândia, o Lichtenstein, Noruega e Turquia).
É bastante provável que os professores estejam a receber demais. Mas o pessoal só se insurge contra os altos salários dos gestores. Esses porcos capitalistas...


sexta-feira, julho 17, 2009

Quem os viu e quem os vê

Pedro Abrunhosa, na RTP Memória, a dizer que não se compromete nem com o poder comercial nem com o poder político. Não faz campanhas publicitárias nem partidárias. Ah! Bons velhos tempos...

A Província

Tiago, tens aqui a resposta à tua pergunta.

quarta-feira, julho 15, 2009

Guimarães CEC 2012

O evento de ontem surpreendeu-me pela positiva. Apesar do atraso, pareceu-me um espectáculo bem elaborado. A performance, em si, apesar de não ser inovadora, foi tão diferente do que costumam fazer na cidade que nem parecia estarmos em Guimarães. Uma sensação algo estranha.

O vídeo de promoção também está castiço.

Outra curiosidade: a conversa sobre os empregos criativos. Aflige-me que tentem criar este tipo de dinâmicas por decreto. É quase como quererem criar uma cadeira de incentivo à inovação. São as pessoas criativas que geram empregos criativos. O processo inverso costuma resultar, não poucas vezes, em tachos.


quinta-feira, julho 02, 2009

Recomendado VII

A Auto-Estrada da Fé ou "Como é que os partidos venderam a Democracia aos Portugueses" (título meu) por Pedro Arroja, no Portugal Contemporâneo. Uma longa mas curiosa parábola sobre a cultura católica e a substituição do negócio das almas pelo negócio dos votos.

Compilação Road Trip

Agora que está toda a gente de férias, inspirado por estes senhores, resolvi virar-me para a música. A ideia é a seguinte: os visitantes do blogue vão dando ideias para faixas que constariam numa compilação destinada a uma daquelas viagens pela estrada fora. Um CD de Road Trip, digamos. Agradece-se que se enfarde esta colectânea de clichés. Para o desafio ser ainda maior, irei agrupar as músicas consoante a hora do dia em que devem ser ouvidas: Partida/Amanhecer, Manhã, Tarde, Anoitecer, Noite e Madrugada. Como é óbvio, se alguma coisa estiver a mais, elimina-se. As minhas primeiras sugestões:

Partida/Alvorada

Today, Smashing Pumpkins, 3:50
Kickapoo, Tenacious D, 4:23
Highway to Hell, AC/DC, 3:35

Fiquei sem ideias, de momento... Amanhã continua.

sexta-feira, junho 26, 2009

Humor V

Convém não passar do V. Muito mais que isso e ele deixa de gostar.

Humor IV

Diz que o desfibrilador o pôs a dançar o Moonwalk.

Humor Negro III

As criancinhas já podem dormir descansadas sem precisarem de olhar antes para debaixo da cama.

Humor Negro II

Não se preocupem. Ele ressuscita já no Domingo.

Humor Negro I

Ok. Negro não: clareado.

quarta-feira, junho 24, 2009

Pensamento do Dia

Nunca, nunca, nunca, nunca, nunca fazer o trajecto Avenida Central-Rua de Barros, às 6 da manhã, a pé. Nunca. Só para não me esquecer.

sábado, junho 20, 2009

A Valsa do Adeus II

Não resisti a acrescentar outro trecho, desta vez num registo mais cómico sobre as relações pessoais. E cheira-me que não será o último.

-O quê? - exclamou Jakub, desta vez deveras surpreendido. -Família? Não queres dizer que casaste?
-Casei, sim - disse Skreta.
-Com Suzy?
Suzy era uma médica das termas, amiga de Skreta havia anos, mas até aqui ele conseguira sempre, no último instante, fugir ao casamento.
-Sim, com Suzy - disse Skreta. - Bem sabes que eu costumava subir todos os domingos com ela ao miradouro.
-Então, sempre te casaste - disse Jakub num tom melancólico.
-Sempre que subíamos ao miradouro - continuava Skreta - Suzy tentava convencer-me de que devíamos casar. E eu ficava tão esgotado com a subida que me sentia velho e tinha a impressão de que, de facto, só me restava casar. Mas acabava por me dominar e, quando descíamos do miradouro, redescobria todo o meu vigor e já não tinha vontade de casar. Mas um dia Suzy meteu por um desvio e a subida durou tanto tempo que eu consenti no casamento antes de chegarmos lá acima. E agora estamos à espera de um filho, e eu tenho que pensar um bocadinho mais no problema do dinheiro. Este americano também pinta imagens piedosas. Seria possível fazer-se uma quantidade de dinheiro com isso. Que achas?
-Achas que há mercado para imagens piedosas?
-Um mercado fantástico! Meu velho, bastava instalar um stand ao lado da igreja nos dias de peregrinação e, se vendêssemos cada peça por cem coroas, seria uma fortuna! Eu podia encarregar-me de as vender e depois dividíamos os lucros a meias.
-E ele estaria de acordo?
-O tipo tem tanto dinheiro que não sabe o que há-de fazer com ele, e o mais certo é eu nunca conseguir convencê-lo a meter-se em negócios comigo... - disse Skreta, com uma praga.

sexta-feira, junho 19, 2009

Recuperação? Onde?

Após esta pergunta do Paulo Silva, é esta realidade que, infelizmente, lhe responde.

segunda-feira, junho 15, 2009

Silly Season

...já começou:

"Concordo que quem vai votar, vota nos mais credíveis e naqueles que pelas suas propostas representam da melhor forma os eleitores. E face a esta crise mundial, é importante passar da melhor forma a mensagem do Partido Socialista para as pessoas. Acho que isso falhou com Vital Moreira - má comunicação."

Luís Brandão Pereira, via Jovem Socialista.

De assessor em assessor, Portugal vai ficando cada vez melhor... comunicado, pelo menos.

domingo, junho 07, 2009

Eleições Europeias II



A língua portuguesa tem um novo sinónimo para "erro de casting":
Vital Moreira.


sábado, junho 06, 2009

Trabalhos

Divulgo aqui os trabalhos que eu e os meus colegas temos desenvolvido para a disciplina Pós-Produção e Efeitos Especiais. São, basicamente, os genéricos, os créditos e os "bumpers", para telemóvel, das séries que fomos desenvolvendo ao longo do 2º semestre. Fica aqui o link para o grupo do Youtube.


sexta-feira, junho 05, 2009

Europeias 2009

O meu voto de Domingo irá, em princípio, para Miguel Portas e para o BE. Apesar de isto parecer muito estranho às pessoas que têm visitado este blogue (e até a mim, de certa forma), é preciso explicar a estratégia por detrás deste voto. Depois de andar a ler o Que treta! e o Delito de Opinião, compreendi que o voto no Bloco de Esquerda será o mais indicado. Eis porquê:

-O Bloco pertence ao Grupo Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde,  que está em 6º lugar, a nível de representação, no PE. Isto assegura-me, de certa forma, que as propostas económicas deles nunca vão chegar a lado nenhum;

-Por norma, são anti-sistema (o dos outros, claro). É quase certo que vão "mandar vir" sempre que alguém quiser colocar mais um tijolo na construção de uma Europa Federal, algo que deve ser evitado a todo o custo. Como são bastante devotos da causa, não se vão vender, em princípio, como costumam fazer o "moderados" do PS e do PSD;

-A questão dos direitos de autor e dos downloads é, para mim, a mais importante. À falta de um partido como o Partido Pirata Sueco, tenho o BE para desancar neles, sempre que tentem aprovar leis no sentido de nos mandar pró xelindró, de cada vez que assobiarmos uma música na rua.

Basicamente, o BE só vai conseguir servir para alguma coisa no aspecto que me interessa. Melhor é impossível.

PS: Para quando um partido liberal em Portugal?

quarta-feira, junho 03, 2009

Vizinhança

O Riot anda a fazer uma lista dos seus 30 álbuns preferidos, ao ritmo de um por dia. Recomenda-se uma olhadela, só para dar visitas ao rapaz.

PS: Radiohead nos 10 primeiros ou vai cair molho.

terça-feira, maio 26, 2009

Recomendado VI

JCD, sobre os conhecimentos sobre economia do público em geral:

A única mensagem que ouvimos dos políticos, com raras excepções, é a defesa de mais despesa pública, mais ‘investimento’, mais ajudas, mais apoios sociais, mais regulação, mais bailouts. Aquilo que se fez nos últimos anos, multiplicado por 10. São as “medidas” que uns anunciam e outros exigem e quase todas elas terão o mesmo resultado que aquele que o taberneiro poderia esperar ao efectuar uma cirurgia cerebral.

A verdade é que não parecemos excessivamente preocupados – quem dorme na praia não se assusta com o tsunami. Também não temos muito por onde escolher. O que está em causa, afinal, é apenas saber qual ou quais os partidos que vão aumentar os impostos em 2010 e que nos vão conduzir até às próximas eleições – onde se repetirão as mesmas promessas para que os mesmos ou outros partidos possam cometer os mesmos disparates e assim sucessivamente – enquanto houver eleições.

Via Blasfémias.

quarta-feira, maio 20, 2009

A Valsa do Adeus

Milan Kundera é, desde há alguns anos, o meu romancista favorito. O último livro que li, da sua autoria, tem o nome deste post. Apesar de não ter o peso dramático das suas obras maiores ("A Insustentável Leveza do Ser" e, aquela que considero, simultaneamente, a sua obra-prima e o meu livro preferido, "A Imortalidade"), "A Valsa do Adeus" transmite toda a essência dos romances de Kundera, com o seu estilo de "experimentação social", em que atira as personagens para um contexto histórico e tenta extrair, daí, o enredo dos seus livros. Vou transcrever um trecho que me chamou a atenção, nesta obra:

Coçava o dorso do cão e pensava na cena que acabara de testemunhar. Os velhos senhores armados de longas varas confundiam-se para ele com os guardas prisionais, os juízes de instrução e os informadores que espiavam, tentando ver se o vizinho falava de política enquanto ia às compras. O que é que impelia aquelas pessoas para a sua actividade sinistra? A maldade? Sem dúvida, mas também o desejo de ordem. Porque o desejo de ordem quer transformar o mundo humano num reino inorgânico onde tudo funcional, bem regulado, onde tudo se encontra submetido a uma vontade impessoal. O desejo de ordem é ao mesmo tempo desejo de morte, porque a vida é perpétua violação da ordem. Ou, inversamente, o desejo de ordem é o pretexto virtuoso através do qual o ódio do homem pelo homen justifica as suas malfeitorias.

Depois, pensou na jovem loura loura que queria impedi-lo de entrar no Richmond (hotel) com o cão e experimentou por ela um ódio doloroso. Os velhos armados de varas não o irritavam, conhecia-os bem, previa-os, nunca duvidara que existissem e que existiriam sempre e seriam sempre seus perseguidores. Mas aquela mulher nova era a sua derrota. Era bonita e entrara e entrara em cena não como perseguidor mas como espectador que, fascinado pelo espectáculo, se identifica com os perseguidores. 

Jakub sentia-se sempre transido de horror ante a ideia de que os que assistem estão prontos a segurar a vítima durante a execução. Porque, com o tempo, o carrasco tornou-se figura próxima e familiar, ao passo que o perseguido tem qualquer coisa que tresanda a aristocrata. A alma da multidão, que se identificava outrora com os miseráveis perseguidos, identifica-se hoje com a miséria dos perseguidores. Porque a caça ao homem é no nosso século a caça aos priveligiados: aos que lêem livros ou que têm um cão.


segunda-feira, maio 18, 2009

Nela



É impressão minha ou este cartaz parece saído de uma campanha daquelas linhas de prevenção ao Suicídio?

sábado, maio 16, 2009

Twitter

O Twitter é um programa que suporta uma rede social de relativamente pouca gente a dizer muita coisa. A coisa pegou. Mas desengane-se quem acredita que é um fenómeno de massas. O Hi5 é um fenómeno de massas. O MySpace é um fenómeno de massas. O Facebook também. O Twitter cresce muito menos que estes três, em número de utilizadores, e, segundo os últimos dados, tem uma taxa de desistência perto dos dois terços (66%), ao fim de um mês.

É uma parvoíce. Mas acho que é uma parvoíce com potencial. Porém, há algumas ressalvas a fazer.

Habitualmente, considera-se um "nerd" alguém que se dedicou tanto a um assunto que perdeu o enquadramento das coisas na Realidade. Desta forma, o Twitter pode ser algo perigoso. Como exemplo, apresento-vos este artigo. Este artigo fala dos supostos 10 humoristas mais engraçados do Twitter. Ora, depois de ler um por um, achei que deviam acrescentar uma advertência no fim: 

Se achou piada a isto, consulte um médico.
Pode ter sofrido um AVC.

Por isso, Twittem com cuidado, não percam a noção da realidade e não fiquem como aqueles informáticos que mandam piadas sobre programação que, além de sofríveis, deixam as pessoas confrangidas. Um bem-haja a todos.

PS: Não queria estar aqui a levantar boatos, mas o Twitter do Paulo Querido é SPAM.

quinta-feira, maio 14, 2009

Só para avisar que


estou cada vez mais de Direita.





Ó Nélson, faz lá isto a ver o que te dá, fachabor.

Escolhas (actualização)

Sou forçado a discordar do Pedro Morgado neste assunto. Há aqui dois problemas que lhe são subjacentes. 

Primeiro, acho que deve existir alguma espécie de moderação neste tipo de estabelecimentos. Mas, como diz o povo, cada um é como cada qual, e os alunos (e os seus pais) deviam ser capazes de optar pela escola que fosse mais do seu agrado, não só pelos planos curriculares, mas também pelo conjunto de regras que lá fossem aplicadas.

Deixo aqui um exemplo curioso destas práticas, transcrevendo uma notícia que saiu no Courrier Internacional deste mês (Maio 2009):

Deitar tarde e tarde erguer

Acabaram-se os adolescentes que vão para as aulas cabecear! No liceu de Monkseaton, na Inglaterra, as aulas vão começar às 11 horas, se o director obtiver luz verde do conselho directivo do estabelecimento. O relógio biológico dos adolescentes é diferente do dos adultos, defende Paul Kelley, apoiando-se no trabalho de um investigador de Oxford, Russel Foster. Este professor de neurociências testou a memória de 200 alunos, entre as 9 e as 14 horas, revelando que os jovens são mais eficientes de tarde do que de manhã, informa THE OBSERVER. «Se os adolescentes se levantam de tarde, não é por serem preguiçosos, mas porque biologicamente estão programados para tal», afirma. Arrancar os liceais dos braços de Morfeus é prejudicar a sua aprendizagem, consideram o cientista e o director iconoclasta, cujos alunos obtiveram, em Janeiro, resultados espectaculares numa prova de ciências, em que se intercalavam períodos de trabalho de 20 minutos e intervalos de 10 minutos consagrados ao basquetebol.

Segundo, julgo que o sistema funcionaria melhor se cada escola pudesse escolher as suas normas de conduta. Porém, estou perfeitamente ciente que isto não seria muito justo porque a capacidade de escolha dos alunos, nas escolas públicas, é muito limitada e, por vezes, viciada. Este tipo de imposições, definidas arbitrariamente pelo conselho executivo, com pouca ou nenhuma representatividade dos encarregados de educação/alunos,  serviria apenas para saciar os caprichos de meia dúzia de arautos da moral e bons costumes, como refere o Pedro, e bem. Mas também não posso concordar que um pedido de sobriedade numa sala de aulas possa ser apontado como um tique fascista.

Resumindo: parece-me que o problema reside mais na falta de escolha, na altura de decidir por uma escola, do que as regras em si.

domingo, maio 10, 2009

Da Argumentação II

Dei por mim a ver o Eixo do Mal, na SIC Notícias. Atónito, descobri que o Daniel Oliveira é fervoroso apoiante de touradas(!). Até aqui tudo bem. Depois descambou. Porquê? Porque se deve defender as touradas visto que são "uma tradição e já existem há milhares de anos". Ninguém se insurgiu na mesa.

Portugal não é, propriamente, um dos sítios com mais respeito pela argumentação. Experimentem discutir qualquer assunto minimamente sério, à mesa, com a família, num Domingo. Recomendo o uso de capacetes.

Infelizmente, este mau hábito chega até aos programas televisivos e às figuras públicas que neles participam, passando daí para os incautos espectadores. Ora, dizer que algo é tradição e que já existe há muito tempo, para começar, é uma e a mesma coisa. Aliás, é tradição precisamente porque é um costume passado de geração em geração, necessitando de um espaço alargado de tempo para se enraizar nos costumes.

Mas o maior problema nem sequer está aqui. Daniel Oliveira não usou um único argumento válido para defender as touradas. Outras "instituições sociais" duraram muitos mais anos e foram extintas na mesma. Só a título de exemplo, a escravatura e, antes desta, o canibalismo. Depois há toda uma panóplia de coisas que vão desde queimar hereges em fogueiras, até dizer que uma mulher que perca a virgindade, antes do casamento, foi desonrada. Daí não perceber o que é que o facto de algo ser tradição ter a ver com a manutenção da mesma.
Mas é sempre bom saber que os cronistas da nossa praça continuam em forma para educar o povo.

sexta-feira, maio 08, 2009

O Triunfo do Capitalismo

O sistema capitalista contemporâneo começou a surgir na Europa Ocidental no século XVII na esteira de dois grandes acontecimentos: (1) os avanços institucionais que aboliram o arbítrio dos reis, asseguraram direitos de propriedade e lançaram as bases das finanças modernas; (2) a derrubada de certos dogmas da Igreja Católica, o que permitiu o desenvolvimento da ciência e deu status moral à atividade de emprestar dinheiro.

Até o advento dessa revolução, a economia européia precisara de quinze séculos para quadruplicar. Em 1820, o capitalismo havia gerado o mesmo desempenho em apenas 320 anos. Daí até o fim do século XX, 180 anos depois, o PIB europeu multiplicou-se por 47. Nesses 500 anos, a economia americana se expandiu 634 vezes. Nos tempos atuais, a economia chinesa tem dobrado a cada seis ou sete anos.



quarta-feira, maio 06, 2009

A panelinha

já começa a aquecer em lume brando.


E, como todas as panelas de pressão, está sujeita a dar o estouro. Quando, não sei. Mas aceitam-se apostas.

segunda-feira, maio 04, 2009

Época de Caça

O economista Medina Carreira deu uma entrevista ao Correio da Manhã que é cada tiro cada melro. Tem algumas saídas muito boas, como esta que transcrevo:

LC – Mas, apesar de tudo, a solução continua a estar dentro dos partidos? Passa pela reforma dos partidos?

- Eu defendo isso. Tem de se abrir os partidos. Porque hoje não atraem nenhuma pessoa inteligente, livre, que tenha futuro na vida. Não se mete num partido. Só se metem lá uns manhosos, porque aquilo é uma carreira. Entram lá pequeninos, depois estão lá mais uns tempos, depois são assessores, depois são guarda portões e depois são ministros.



quarta-feira, abril 22, 2009

Legislação da boa

Diz o povo, e muito bem, que a pressa é inimiga da perfeição. Como é óbvio, dá barretadas destas:



Acho que podemos juntar incompetência legislativa à extensa lista destes senhores. A proposta de lei, sobre o levantamento do sigilo bancário, tem menos de um mês e já precisa de ser revista. O PS precisa de um parceiro à Esquerda. Alguém se oferece?


terça-feira, abril 14, 2009

Boa ideia, má execução

O Público lançou, em Março, um blogue sobre as eleições que irão ocorrer este ano. A iniciativa é de louvar, porém, penso que peca um pouco por excesso. São mais de 30 autores a mandar postas de pescada. Além das assimetrias (o mais activo fez 30 posts, os menos activos têm um), a quantidade incrível de informação produzida dificulta a leitura e cansa o leitor. Só para terem uma ideia, estamos a 14 de Abril e o número de posts, para este mês, já vai em 232. Esqueçam o debate. O sinal mais claro de que a participação dos leitores está a ser desincentivada são, exactamente, os parcos comentários que o blogue tem.

O prestígio dos autores deve atrair uma massa considerável de leitores. Também ajuda o facto de, muitos deles, divulgarem o espaço através de blogues bastante frequentados.
Infelizmente, não há nenhuma forma clara de aferir o número de visitas, para perceber se este projecto está a ter sucesso. Espero que não caiam no erro de transformar aquilo numa sala cheia de papelada que ninguém tem paciência para ler. A ver vamos, já dizia o ceguinho.

sábado, abril 11, 2009

União Europeia e Democracia I

Durante uma conversa com este sujeito (que anda a apanhar os tiques do Rocha em estar sempre a mudar os templates...), tive a ideia de lançar uma discussão acerca da União Europeia e se esta é, ou não, uma instituição democrática. Dou de barato a minha opinião: não é. Mas desengane-se quem pensa que esta é uma opinião moralista. Não me importo que a UE não seja uma instituição democrática. Apenas me incomoda o falso rótulo.

Antes de começar a descrever as várias razões com que formei o meu juízo, queria deixar um excerto de um texto do Gabriel Alves, do Blasfémias, sobre o assunto:
Por outro lado, aos deputados cabe apenas concordar ou não com tal escolha. Em caso negativo terão de aguardar por outro candidato escolhido pelo Conselho Europeu. Portanto, recomenda-se que alguns candidatos estudem e aprendam como funciona a UE e não se ponham a sonhar com coisas inexistentes, como seja a de manifestarem desejos de apresentarem o «seu» candidato. Fica um bocado mal tal insistir em tal disparate.»

Próximo post: os órgãos de soberania da UE.

terça-feira, abril 07, 2009

O Grande Chefão

Os bons velhos tempos do nosso querido ex-presidente da República Mário Soares: um currículo invejável!

PS: A ligação leva ao download de um documento em word. Uma aventura apenas equiparável às travessuras de Alice no País das Maravilhas.


Para não variar

Sobre as eleições para o Parlamento Europeu:
«No entanto, o partido respeita opiniões diferentes entre os candidatos ao Parlamento Europeu e vai impor a liberdade de voto, disse à TSF o porta-voz do partido.»

Via TSF.

quinta-feira, abril 02, 2009

Upgrade no Blasfémias

O blogue Blasfémias "contratou" Paulo Morais, ex-vice-presidente e vereador para o Urbanismo na Câmara Municipal do Porto, para o seu plantel. Excelente aquisição. Já referenciei as suas crónicas, no JN, umas 2 ou 3 vezes. Altamente recomendado.

quarta-feira, março 25, 2009

Leituras

"O Outro" de Rui Albuquerque, via O Insurgente.

"Socialismo" de Rui Albuquerque, via O Insurgente.



PS: Nélson, as duas primeiras falam um pouco sobre as questões de princípios que referi num comentário. Dá uma olhada, se fazes favor.

Ainda há esperança

Com os Gato Fedorento de férias, o fim do Programa do Aleixo, e o Inimigo Público reduzido a meia dúzia de páginas à quinta-feira, comecei a recear pela degradação do humor nacional. Mas não temam! O Bloco está a produzir material de altíssima qualidade humorística. Os empresários, esses diabinhos de fato e gravata, andam sempre a querer tramar o pessoal. Este, sobre o Américo Amorim (um tipo que é conhecido por praticamente nunca despedido, em massa, nas suas empresas), está bastante rebuscado. É claro que, com "rebuscado", quero dizer "mentiroso". A história do monopólio é treta. O mercado da cortiça, em Portugal, é constituída, maioritariamente, por pequenas empresas. Mas isso não interessa para nada ao BE. Nem que 200 trabalhadores seja uma ninharia, comparativamente ao universo de trabalhadores da empresa. 200 deve ser o número de trabalhadores que contratam por trimestre. Mas contratações não dão notícias nem votos. Só os despedimentos. Haja pachorra.

segunda-feira, março 16, 2009

Esta doeu

"Portugal tem sido ultrapassado por muitos países de Leste cuja juventude leu Mises e Hayek, em vez de Marx, Lenine e Mao."

Esta frase deve estar a queimar muitas orelhas por aí. Ainda assim, antigamente, liam as obras. Hoje é mais ideologia versão t-shirt do Che Guevara.

sexta-feira, março 13, 2009

Temos birra

Aparentemente, nos países de cultura católica (não sei o que se passa nos outros, visto que nunca morei num país de cultura protestante, ao contrário de outros senhores), a sabedoria dos anciãos é inquestionável, principalmente se a Verdade que a que têm acesso é de origem divina. Vou buscar uma citação que tenho num post antigo: «Nem Hegel ou Nietzsche são porventura autoridades cujas posições ou opiniões possam ser consideradas matéria de facto. Ou mesmo Santo Agostinho. Uma coisa péssima da Igreja, e essa sim ainda tem alguns vestígios inconvenientes na academia portuguesa e nessa medida influencia a nossa cultura, é esse provincianismo patético de considerar que uma ideia vale mais consoante quem a profere e não pelos seus méritos. Isso é patético.»
Ainda assim, o post da birra está bastante bom e recomenda-se. Fez-se luz para aqueles lados.

quinta-feira, março 12, 2009

A crise de meia-idade chega a todos

Tenho acompanhado, desde há algum tempo, o blogue Portugal Contemporâneo, principalmente os posts sobre Economia do Pedro Arroja. Ora, é aqui que a porca torce o rabo. O Pedro Arroja quando começa a divagar, sobre Cultura e Sociologia, entra no ramo da Comédia. A princípio pensei que estivesse no gozo. Não está e isso é que é grave. Desde estes posts sobre violência em cultura protestante versus cultura católica até às críticas a Hume, passando por alguns pareceres curiosos sobre o julgamento das mulheres, é caso para dizer que algo não vai bem naquela cabeça. Nota-se que há um esforço para conseguir provar algo, chegar a alguma finalidade. Não consigo é perceber o quê. Pode-se apelidar isto de Síndrome João César das Neves: muito lúcido nuns assuntos, completamente absurdo noutros.

quarta-feira, março 11, 2009

Crise do Crédito

Está aqui uma explicação bastante bem dada sobre a crise do crédito imobiliário. Podiam ter referido que antes disto houve a subida das matérias-primas e o choque petrolífero a animar as hostes, mas assim está suficientemente bom. Muitas aulas deixariam de ser aborrecidas se os professores se dessem ao trabalho de fazer apresentações destas. Vale a pena ver.



The Crisis of Credit Visualized from Jonathan Jarvis on Vimeo.

segunda-feira, março 09, 2009

Antigamente é que era

Juntar dois dos melhores artistas que já passaram pelo terceiro calhau a contar do Sol só podia dar nisto:






Genial.

terça-feira, março 03, 2009

Carnaval



Quem disse que não se deve voltar a um sítio onde já fomos felizes, não conhece, definitivamente, a Nazaré.

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Nada mau

Fez, anteontem, dois anos que instalei o contador de visitas. 11600 pageviews e 7019 uniques, neste período de tempo, não está nada mal, para um blogue quase pessoal. Auto-palmada nas costas.

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Advertência: casar com o Senhor pode causar lesões cerebrais

Ou «porque é que ir à missa é perda de tempo»:

O evolucionismo ideológico apresenta os dados científicos para tirar conclusões ideológicas em série que não tem ligação científica com esses dados nem com as intenções de Darwin. Como são, tudo é obra do acaso, logo, não há Deus, nem Ele criou nada; logo, tudo sucede sem sentido “recebido”; logo, o marxismo-leninismo ateu está justificado; logo, a vida do homem não tem sentido nenhum; logo as leis da natureza não têm inteligibilidade nem sentido nenhum por tudo ser jogo de probabilidades e acaso. Logo, não tem sentido falar de responsabilidade, ideais ou objectivos humanos. Apetece dizer se na natureza tudo fosse tecido sem cabeça e sem intelecto, se tudo proviesse de probabilidades ao acaso, estúpidos seriam os que as pretendem estudar e delas tirar conclusões científicas com lógica e com propósito.

Ora 11 de Fevereiro de 1858 é precisamente o dia em que Nossa Senhora, a Imaculada Conceição, apareceu em Lurdes a primeira vez e o dia 16 de Julho de 1858, festa de Nossa Senhora do Carmo, a última, para declarar à Bernardette : eu sou a Imaculada Conceição.

Se repararmos, a primeira aparição coincide com a carta de Wallace escrita em Fevereiro de 1858 da Indonésia, ou Malásia, segundo outros; e a última aparição coincide com o mês de Julho em que ambos autores apresentaram as suas teorias em Londres.

Por isso Londres e Lurdes, poder-se-á pensar, ficaram dois centros a divulgar sentidos para a Humanidade desde 1858: um científico que se “conspurcou” de ideologias, e outro de sentido de fé cristã!

A transição entre o texto a azul, em que o autor fala em coisas sem sentido, lógica e propósito, e o a laranja, em que refere, sem motivo aparente, uma tipa, de nome cómico, que sofre de distúrbios mentais, mostram o quão irracional toda a Existência chega a ser. Impagável.

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Pensamento Enviesado

Alguns dos artigos mais "sérios" da Wikipédia portuguesa chegam a roçar o ridículo. Enquanto andava à procura de informação sobre correntes políticas, deparei-me com isto. Tanto a página do liberalismo clássico como a do neoliberalismo foram, descaradamente, escritas por marxistas ferrenhos, preferindo denegrir em vez de expor os detalhes de cada ideologia (aquilo que me interessava saber). Basta comparar a pobreza destes artigos com estes dois. Felizmente, os colegas da versão inglesa têm muito mais cuidado a redigir artigos do que os lusos. Dá mais algum trabalho, mas vale a pena.

terça-feira, fevereiro 03, 2009

Recomendado V

Amanhã, São Mamede, Nouvelle Vague. Estou lá.




Too Drunk to Fuck, música original dos Dead Kennedys:

Went to a party
I danced all night
I drank 16 beers
And I started up a fight

But now I am jaded
You're out of luck
I'm rolling down the stairs
Too drunk to fuck

Too drunk to fuck
Too drunk to fuck
Too drunk, to fuck
I'm too drunk, too drunk, too drunk
To fuck

I like your stories
I love your gun
Shooting out truck tires
Sounds like loads and loads of fun

But in my room
Wish you were dead
You ball like the baby
In Eraserhead

Too drunk to fuck
Too drunk to fuck
Too drunk, to fuck


quinta-feira, janeiro 29, 2009

Só pode ser de Bolonha

José Sócrates está a enrolar-se todo a dar esclarecimentos. Péssima ideia abrir a sessão a perguntas de jornalistas. Que inteligência divina anda a assessorar o primeiro-ministro?

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Novo Estaminé

As horas que passei a aprender a dar uns toques em HTML já estão a dar frutos. Juntando as potencialidades do Photoshop e do Adobe Kuler, consegui fazer um template que abre o apetite. Mau era, se assim não fosse: a palete da qual obtive a cor de fundo chama-se Chocolate Chip Cookies... Só o logo é que ficou a precisar de uns retoques, para ficar mais nítido. De resto, acho que está um bom trabalho. O Golden Soap abriu portas.


PS: Já agora, o blogue é da Olga Pereira, que me está a dever duas minis pelo serviço.

terça-feira, janeiro 20, 2009

Faltam poucas horas...



Para vermos a primeira Princesa Diana Afro-Americana tomar posse da Casa Branca.

Surreal II

Depois de ter apresentado algo que é, potencialmente, a coisa mais estranha de sempre, encontrei um hipotético e honroso segundo lugar:



O mundo está cada vez mais doido...

A Esquerda não tem sentido de humor

Para quem não conhece, o Arcebispo de Cantuária é dos bloggers/humoristas mais geniais que há por essa blogosfera fora. Desde trocadilhos verdadeiramente surreais até humor do mais negro que pode haver, o AdC (não confundir com Autoridade da Concorrência) é pau para toda a obra. Porém, desde que saiu do blogue Atlântico, para o 5dias, devido ao encerramento do primeiro, não tem recebido mais que desprezo, situação que o levou a desistir de ser blogger convidado em casa alheia, apesar do entusiasmo inicial. Este o tipo de coisas que me deixa mesmo mal disposto. Cambada de idiotas.

sábado, janeiro 17, 2009

Recomendado IV

Artigo magistral, no Público, sobre educação:

Meninos como o Cristiano Ronaldo, com alcoolismo na família, divórcio dos pais e baixos rendimentos, constituem parte do grupo daqueles alunos que, segundo a actual doutrina politicamente correcta sobre a aprendizagem, levam a que o ensino público “nivele por baixo”. Nada melhor do que os comunicados da FENPROF contra os rankings para perceber como o Cristiano Ronaldo estava votado escolarmente ao insucesso: “Os resultados académicos reflectem realidades que devem ser analisadas à luz de muitos factores, especialmente factores sócio-económicos, linguísticos e culturais. Por isso, não é legítimo colocar em pé de igualdade, em termos de resultados esperados, todas as escolas do país (públicas e privadas, do litoral e do interior).” Nem de propósito. Ronaldo é o retrato do aluno falhado à partida pelos “factores sócio-económicos” - família pobre e com problemas - “factores linguísticos” - o sotaque madeirense não facilita a vida a ninguém - e “factores cuturais”- quantos livros existiriam na casa da família Aveiro?

Helena Matos, via Blasfémias

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Europeíces


Sempre desconfiei de gente sem sentido de humor. Felizmente, como tinha indicado no passado, nem todos são assim.

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Prémio "Não sai do meu bolso"

Notícia no Portugal Diário:

O antigo Presidente da República Mário Soares defendeu ainda não haver motivo para alterar o calendário eleitoral para 2009, ano de eleições europeias, autárquicas e legislativas.

«Não há razão, porque se é só por causa de uma questão material, caramba, gasta-se dinheiro em tanta coisa não é isso que nos vai arruinar», disse.



sexta-feira, janeiro 09, 2009

Piada do Dia

O pessoal da Microsoft tem um bom sentido de humor. Na página inicial do Hotmail, antes de efectuar o login, apresentam-nos algumas das "virtudes" deste serviço:

Hotmail

  • A poderosa tecnologia Microsoft ajuda a combater o spam e a melhorar a segurança.

Uns brincalhões, estes rapazes.

Neve




A última vez que me lembro ter nevado, cá em baixo, em Guimarães, andava no 11º ano, julgo, e era uma quinta-feira. Nada que se compare com o que estou a ver da janela. Está tudo branco. E, dificilmente, poderia haver surpresa que me deixasse tão contente, logo após acordar.

BALADA DA NEVE

Batem leve, levemente, 
Como quem chama por mim. 
Será chuva? Será gente? 
Gente não é, certamente 
E a chuva não bate assim.

É talvez a ventania: 
Mas há pouco, há poucochinho, 
Nem uma agulha bulia 
Na quieta melancolia 
Dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente, 
Com tão estranha leveza, 
Que mal se ouve, mal se sente? 
Não é chuva, nem é gente, 
Nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía 
Do azul cinzento do céu, 
Branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via! 
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça. 
Pôs tudo da cor do linho. 
Passa gente e, quando passa, 
Os passos imprime e traça 
Na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais 
Da pobre gente que avança, 
E noto, por entre os mais, 
Os traços miniaturais 
Duns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos... 
A neve deixa inda vê-los, 
Primeiro, bem definidos, 
Depois, em sulcos compridos, 
Porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador 
Sofra tormentos, enfim! 
Mas as crianças, Senhor, 
Porque lhes dais tanta dor?!... 
Porque padecem assim?!...

E uma infinita tristeza, 
Uma funda turbação 
Entra em mim, fica em mim presa. 
Cai neve na Natureza 
 E cai no meu coração.

Augusto Gil