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domingo, janeiro 10, 2010

"Já fostes. Ardestes."

Notícia do Público:

Geração perdida. A expressão, amarga, integral, acaba de ser usada no Reino Unido para encaixar quem tem agora entre 16 e 25 anos. Em Portugal há indicadores.


Socialismo destrói uma geração

Falta de flexibilidade laboral, salário mínimo, educação pública rasca, dependência do Estado, penalização da iniciativa privada, impostos elevados, etc.
O Estado social europeu destruiu uma geração.

terça-feira, dezembro 01, 2009

Falta o quê?

Entrevista a António Barreto, no jornal i:

Qual a falta mais gritante?

Parece-me óbvio que há uma falta de empresários, de capitalistas. Será um problema ancestral? Vem da nossa maneira passada de viver e de gastar? Dos desperdícios? Do facto de os ricos portugueses terem vivido à sombra do Estado durante 200, 300 ou 400 anos? De o Estado ter ocupado tudo desde os Descobrimentos? Não quero ir por aí, mas o resultado é este. Há poucos empresários, poucos capitalistas com capitais, as elites são fracas e têm uma noção medíocre do serviço público. É raríssimo encontrar ricos, poderosos, famílias antigas, com um sentimento forte do contributo que podem dar à sociedade.

Recomendo a leitura integral da entrevista.

sábado, setembro 26, 2009

Parceiro Comercial

José Sócrates declarou, no início do seu mandato, que a prioridade para Portugal era "Espanha, Espanha, Espanha". Aparentemente, Espanha está no charco. O que nos espera, a seguir? Venezuela, Venezuela, Venezuela?


terça-feira, julho 21, 2009

Portugal e Espanha

Miguel Ángel Belloso, sobre a crise ibérica:

Tenho um amigo empresário que está convencido de que nenhum governo ocidental que tenha estado no poder no final do ano passado sobreviverá à crise. Quer isto dizer que perderá as eleições, e não me refiro às europeias, que são um desafio menor. Isto seria tão válido para Zapatero como para Sócrates, mas eu permito-me refutar a tese. Em Espanha já tivemos uma taxa de desemprego, há dez anos, de 20% (que agora estamos quase a igualar) e Felipe González conseguiu ganhar as eleições. Como? Espalhando dinheiro pelo país e semeando o medo da direita. Uma estratégia que já demonstrou a sua eficácia, sobretudo em tempos de crise. É também nisso que aposta Zapatero, e talvez também Sócrates. Trata-se de convencer as pessoas de que, primeiro, a culpa da crise é da avareza descontrolada dos ricos. Em segundo lugar, o objectivo é convencer o votante de que o sistema capitalista não é muito melhor do que o comunismo corrupto e empobrecedor que provocou a queda do muro de Berlim. Isto é o que escreve muitas vezes o ex-presidente Mário Soares nuns artigos que a mim, com todo o respeito, me parecem patéticos. Porquê? Porque não há provas. Não há evidências que consigam alimentar a altivez da esquerda. Podem repetir até à exaustão - e nesta coisa do marketing até são espertos - que a culpa do que nos está a acontecer é da direita, mas, no entanto, têm muito pouco para oferecer. Onde a esquerda governou, seja na Cortina de Ferro, seja no Ocidente, por exemplo, em Portugal ou em Espanha, foi incapaz de gerar riqueza. Não pode dar lições a ninguém. Não está preparada para sair do armário.
Texto completo no i Online.


sábado, julho 18, 2009

Novidades Fora de Prazo

Ricardo Arroja, no Portugal Contemporâneo, sobre o ensino em Portugal:

Um estudo da União Europeia acaba de divulgar os dados relativos à remuneração dos professores portugueses. Assim, escreve hoje o Diário da Madeira que "se o salário bruto de um professor português no início da sua carreira é de 97,3% do PIB per capita, essa percentagem aumenta para 282,5% no final dos seus anos de trabalho, de longe o valor mais elevado dos países analisados". O estudo é da autoria da Comissão Europeia e resulta da comparação de 31 sistemas europeus de ensino (os 27 mais a Islândia, o Lichtenstein, Noruega e Turquia).
É bastante provável que os professores estejam a receber demais. Mas o pessoal só se insurge contra os altos salários dos gestores. Esses porcos capitalistas...


terça-feira, maio 26, 2009

Recomendado VI

JCD, sobre os conhecimentos sobre economia do público em geral:

A única mensagem que ouvimos dos políticos, com raras excepções, é a defesa de mais despesa pública, mais ‘investimento’, mais ajudas, mais apoios sociais, mais regulação, mais bailouts. Aquilo que se fez nos últimos anos, multiplicado por 10. São as “medidas” que uns anunciam e outros exigem e quase todas elas terão o mesmo resultado que aquele que o taberneiro poderia esperar ao efectuar uma cirurgia cerebral.

A verdade é que não parecemos excessivamente preocupados – quem dorme na praia não se assusta com o tsunami. Também não temos muito por onde escolher. O que está em causa, afinal, é apenas saber qual ou quais os partidos que vão aumentar os impostos em 2010 e que nos vão conduzir até às próximas eleições – onde se repetirão as mesmas promessas para que os mesmos ou outros partidos possam cometer os mesmos disparates e assim sucessivamente – enquanto houver eleições.

Via Blasfémias.

sexta-feira, maio 08, 2009

O Triunfo do Capitalismo

O sistema capitalista contemporâneo começou a surgir na Europa Ocidental no século XVII na esteira de dois grandes acontecimentos: (1) os avanços institucionais que aboliram o arbítrio dos reis, asseguraram direitos de propriedade e lançaram as bases das finanças modernas; (2) a derrubada de certos dogmas da Igreja Católica, o que permitiu o desenvolvimento da ciência e deu status moral à atividade de emprestar dinheiro.

Até o advento dessa revolução, a economia européia precisara de quinze séculos para quadruplicar. Em 1820, o capitalismo havia gerado o mesmo desempenho em apenas 320 anos. Daí até o fim do século XX, 180 anos depois, o PIB europeu multiplicou-se por 47. Nesses 500 anos, a economia americana se expandiu 634 vezes. Nos tempos atuais, a economia chinesa tem dobrado a cada seis ou sete anos.



segunda-feira, maio 04, 2009

Época de Caça

O economista Medina Carreira deu uma entrevista ao Correio da Manhã que é cada tiro cada melro. Tem algumas saídas muito boas, como esta que transcrevo:

LC – Mas, apesar de tudo, a solução continua a estar dentro dos partidos? Passa pela reforma dos partidos?

- Eu defendo isso. Tem de se abrir os partidos. Porque hoje não atraem nenhuma pessoa inteligente, livre, que tenha futuro na vida. Não se mete num partido. Só se metem lá uns manhosos, porque aquilo é uma carreira. Entram lá pequeninos, depois estão lá mais uns tempos, depois são assessores, depois são guarda portões e depois são ministros.



quarta-feira, março 11, 2009

Crise do Crédito

Está aqui uma explicação bastante bem dada sobre a crise do crédito imobiliário. Podiam ter referido que antes disto houve a subida das matérias-primas e o choque petrolífero a animar as hostes, mas assim está suficientemente bom. Muitas aulas deixariam de ser aborrecidas se os professores se dessem ao trabalho de fazer apresentações destas. Vale a pena ver.



The Crisis of Credit Visualized from Jonathan Jarvis on Vimeo.

quinta-feira, novembro 27, 2008

Épico ao cubo



There’s not much I like more than a good info graphic. I’m of the school that thinks design should primarily be used to convey information in a way that’s fast and pleases the eye. With words like “billions” & “trillions” crowding the headlines lately, I thought it was time to whip one up.
Via Voltage Criative.

domingo, setembro 21, 2008

Liberalismo Económico II

O Tiago Laranjeiro aconselhou-me um post do Pedro Arroja no Portugal Contemporâneo:

«Na blogosfera, como em muita literatura académica, o liberalismo versus não-liberalismo é discutido em termos de menos Estado ou mais Estado, e é essa fixação na dimensão do Estado que, não apenas me parece irrelevante, como, na realidade não serve os argumentos daqueles que gostariam de se apresentar como liberais.

Porque a realidade é esta. Os países mais desenvolvidos e ricos do mundo são os países escandinavos da Europa, tal como medidos pelo Índice de Desenvolvimento Humano ou pelo PIB per capita. Ora, acontece que estes são também os países do mundo onde o Estado é maior, tal como medido pela percentagem da despesa pública no PIB.»
Há aqui muitos factores que não são tidos em consideração. Os países escandinavos são quase isentos de corrupção. Além disso, o nível de educação e o escrutínio popular das instituições públicas é mais elevado. Também o ranking de liberdade educativa é liderado por esses países. Também os impostos sobre as empresas são moderados em comparação à quantidade e qualidade de serviços prestados pelo Estado. Todos os países escandinavos têm menos população que Portugal, tornando-os mais fáceis de gerir. Alguns até têm petróleo.

Não sou fundamentalista sobre a dimensão do Estado. Na minha opinião, qualquer medida política deve ser ponderada tendo em conta contexto em que se insere. Aumentar o Estado português, que é gordo já de si, seria um erro, principalmente com classe política que temos. Ninguém quer ter uma enfermeira descuidada a dar vacinas. Por esta lógica, acho má ideia passar-lhe um bisturi para a mão.


quinta-feira, setembro 18, 2008

Liberalismo Económico I

Adam Smith aconselhou os seus contemporâneos a desconfiarem das propostas apresentadas pelos empresários. A razão era simples: existia uma enorme probabilidade de tentarem favorecer a sua posição individual em detrimento do meio colectivo.

Até aqui, tudo bem, visto que esta opinião é bastante consensual na maioria das ideologias políticas. Há um pequeno "senão". A maioria das pessoas julga que um cidadão, ao tornar-se político, é imbuído de um espírito de santidade. Este raciocínio legitima a maioria das posições de Esquerda sobre a centralização e estatitazação do poder decisório económico das sociedades. Porém, é mais complicado de perceber se um político está a legislar/decidir para benefício colectivo ou benefício próprio. Assim, é mais complicado escrutinar a actuação pública do que a privada.

Quando até o Supremo Tribunal é influenciado por posições partidárias, é muito difícil estipular se as entidades reguladoras como o BCE ou a FED estão a agir no melhor interesse dos cidadãos. Cabe-nos interpretar os factos de forma a discernir se as consequências tiveram causa em falta de regulação ou má regulação. Esta é a questão essencial na crise do subprime.

 

sexta-feira, setembro 12, 2008

Precariedade

A discussão sobre a precariedade dos empregos anda por aí à solta. Porém, muitos dos conceitos vão da simples confusão até à asneirada curta e grossa. Vamos por pontos:

1- O que é a precariedade?

As pessoas, habitualmente, consideram precário o emprego que não está vinculado por um contrato duradouro (permanente, se possível), sendo também costume ligar esta designação à mão-de-obra "mal" remunerada.

2- Como funciona o mercado de trabalho?

Num mercado perfeito, a flexibilidade seria infinita. Isto significa total capacidade de deslocação da mão-de-obra ou das empresas de uma região para outra, aceitação de qualquer horário de trabalho e remuneração, entre outros factores. Porém, este cenário, é, não só, impossível, como, também, indesejado. Nada justifica a escravidão dos trabalhadores.
De tal forma, o sistema que existe é um meio caminho entre a inflexibilidade total e a flexibilidade perfeita. Isto significa que tanto os patrões como os empregados têm de fazer cedências.

Todos os mercados funcionam como "mega-leilões". Esses leilões estabelecem equilíbrios de poder, sendo esse poder atribuindo consoante o valor dos produtos. Se eu for o único perito em informática do planeta, as empresas que precisarem de vão pagar-me fortunas pelos meus serviços, caso eles fossem mesmo necessários (só me iriam pagar até ao ponto em que fosse mais proveitoso utilizar outra tecnologia). Da mesma forma, se todos os trabalhadores fossem peritos informáticos e apenas existisse uma única empresa interessadas nessa especialidade, todos eles iriam baixar os seus salários na esperança de obter um lugar na empresa (apenas até ao ponto em que seria mais proveitoso mudar de ramo). O mercado real é uma combinação entre estas duas realidades, mas com milhares de milhões de elementos.

3- Como surge a precariedade?

A precariedade (recibos verdes e afins) e o desemprego elevado costumam resultar de uma saturação na procura de emprego, relativamente à oferta. No caso português, isso acontece porque a economia não está a crescer a um ritmo saudável. A criação de emprego é ténue. O facto de muitas empresas estarem a falir, devido à reestruturação da economia, não ajuda. A razão porque há mais empresas a falir do que a serem criadas será discutida num post dedicado exclusivamente ao assunto.

4- Porque é que combater os recibos verdes (na actual conjectura económica) é má ideia?

Se estabelecermos 3 patamares de "segurança laboral", do mais seguro para o menos seguro, temos o contrato definitivo, o contrato a prazo/recibos verdes e o desemprego. O patamar "desemprego" pode não ser um tipo de segurança no trabalho, se formos exactos, mas serve para explicação que vou expor de seguida:

A) Muitos Empregos/Flexibilidade Alta: Muitos Definitivos; Alguns Recibos; Desemprego Baixo

B) Poucos Empregos/Flexibilidade Alta: Alguns Definitivos; Muitos Recibos; Desemprego Médio 

C) Muitos Empregos/Flexibilidade Baixa: Muitos Definitivos; Poucos Recibos; Desemprego Médio

D) Poucos Empregos/Flexibilidade Baixa: Poucos Definitivos; Poucos Recibos; Desemprego Alto

O custo de empregar alguém é alto, assim como o risco. Os estágios, por exemplo, são uma forma do empregador e o empregado partilharem os riscos: o primeiro corre o risco de empregar um funcionário mau, enquanto o segundo corre o risco de ficar vinculado a um emprego que não lhe agrada (mau ambiente, má remuneração, falta de organização, sobrecarga de trabalho, etc). É óbvio que uma economia com fraca expansão económica reforça o poder dos patrões, visto que controlam uma percentagem maior da oferta de emprego, ficando os trabalhadores sujeitos a condições negociais menos favoráveis para eles. A imposição de regras para evitar o trabalho precário só vai aumentar o risco de empregar alguém, limitando o número de postos de trabalho disponível. Por outras palavras, o custo não-monetário (as restrições) vai acabar por ser mais prejudicial, a pôr gente no desemprego, do que benéfico, a dar-lhes empregos instáveis. O custo de isto não acontecer é a diminuição da produtividade das empresas ou a queda dos salários.

Por algum motivo, muitos dos países desenvolvidos começam a adoptar modelos de flexi-segurança. Curiosamente, os países nórdicos lideram a tabela dos países com maiores liberdades económicas, enquanto Portugal fica-se pelo 53º lugar. Basta dar um saltinho à página dos detalhes, mais concretamente ao peso do governo e a flexibilidade do trabalho, para perceber porque pontuamos tão baixo.

Qualquer dúvida, caixa de comentários.

PS: estreio, com este post, a etiqueta Rota das Especiarias, para assuntos económicos.