segunda-feira, maio 29, 2006

Boas Acções

No sábado passado, no trajecto Shopping-Casa, enquanto passava por baixo de uma espécie de varanda (que não o era, eu é que não quero fazer um desenho), ouvi uma vozinha a chamar “Senhor!”. Olhei para cima e vi um balão a cair na minha direcção. Quando direcciono os olhos para a dita varanda, estavam dois miúdos com os seus 6-7 anos a rirem-se. Eu segurei no balão e perguntei-lhes se queriam o queriam de volta. Eles acenaram positivamente com a cabeça. Andei uns 40 metros em frente para me encontrar com eles no fim das escadas que uniam o passadiço superior ao nível do chão. Devolvi o objecto. “Obrigado!”, “De nada”. Segui em frente. Desde esse dia estou à espera de levar com um camião em cima, afinal de contas, como dizem os ingleses “No Good Deed is Left Unpunished”…

sexta-feira, maio 19, 2006

Do Amor e dos Amantes (1ª Parte)

Eu podia muito bem escrever uma tese quilométrica sobre isto. Mas existem dois problemas quanto a isso: o primeiro e o segundo. O primeiro é eu ser um preguiçoso dos diabos. Devia existir um aparelho que escrevesse os nossos pensamentos com ferramenta de correcção automática de erros. O segundo é o detestar teses quilométricas. Logo, vou pôr uma musiquinha do Buarque (ele não se deve importar) aqui e depois faço o comentário do costume. Lá vai:

Teresinha


O primeiro me chegou
Como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia
Trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens
E as vantagens que ele tinha
Me mostrou o seu relógio
Me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada
Que tocou meu coração
Mas não me negava nada
E, assustada, eu disse não

O segundo me chegou
Como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente
Tão amarga de tragar
Indagou o meu passado
E cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta
Me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada
Que arranhou meu coração
Mas não me entregava nada
E, assustada, eu disse não

O terceiro me chegou
Como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada
Também nada perguntou
Mal sei como ele s e chama
Mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama
E me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro
E antes que eu dissesse não
Se instalou feito um posseiro
Dentro do meu coração
Chico Buarque/1977-1978
Para a peça Ópera do Malandro

"O Amor fica a meio caminho entre o desprezo e a adoração"
Golias Ferreira

sábado, maio 13, 2006

Balão

Um balão vazio

No chão

E mesmo da altura que o via

Olhava para cima

O balão está vazio

Porquê?

Pode ter sido um pássaro que o picou

Em ascensão

Mas o balão pode-se ter esvaziado

Por si só

Viu o céu e subiu

Há balões que se esvaziam por

Si sós

Os balões que acreditam incham

E sobem

Mas também rebentam

E há balões que rebentam por si

SÓS

(mas podemos estar sozinhos estando SÓS?

Sós é plural, como podemos estar muitos sós?

EU, TU, ELE/A, …, VÓS, ELES/AS.

Se calhar podemos…)

Vão sem ver

E talvez não sejam os balões

Que estão sós

Se calhar sou eu que tenho

Ar

Dentro

Sou só um balão

Um balão


Alfredo Novais

terça-feira, maio 09, 2006

"Eu Amo o Longe e a Miragem"




"Quanto mais acidentado for o caminho para o céu, mais ele será teu."
Golias Ferreira


domingo, maio 07, 2006

Bom ou Mau Presságio?



Uma aranha na roupa é dinheiro. E numa rosa, é o quê?