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sexta-feira, dezembro 28, 2007

Vintage


Feitos os vinte anos não há grande volta a dar. Só brindes. A principal razão para estar a postar pouco é ter ideias a pontapé para postar. Estranho? Nada disso. Falta de organização. A confusão é tal que nem mencionei neste espaço a XLVII (Segunda, na realidade) Grande Cimeira Marzápia e as suas óbvias conclusões. A Nazaré, terra de Nersio-sama, Marzápio dos Sete Mares, acolheu uma parte significativa da comitiva marzápia e seus tradicionais "roadies" que, na realidade, só transportam copos. A foto a cima retrata bem a localidade que nos acolheu, na nossa perspectiva.

Estou quase de partida para terras do Sul, outra vez. Na companhia do Gato das Botas (ele sabe porque é que lhe atribuo este nome), tendo Leiria como centro de estágio e a Nazaré como destino final, partimos rumo ao encontro de dois camaradas de terras "mouras". Boa passagem de Ano. E troquem as passas por tremoços. Caem muito melhor com a cerveja.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Do Conservadorismo e dos Conservadores

Um dos meus passatempos favoritos consiste em pegar em jornais e apontar coisas mal feitas e/ou parvas. Posso apontar logo à cabeça o Avante, de teor ideológico, e o Académico, de carácter ahhh... ridículo?

Apesar de tudo, tanto um como outro, são meninos ao pé disto:

Conservapedia - The Trustworthy Encyclopedia


Sim, é isso mesmo que estão a pensar. Desde o nome foleiro até ao slogan labrego, estão a presenciar a Wikipédia versão "conservadores norte-americanos". Penso que se pode traduzir livremente "Trustworthy" por "De Confiança". Basta uma breve passagem por alguns temas mais consultados como Homossexualidade, Evolucionismo, Teoria do Big Bang e Aquecimento Global, por exemplo, para terem noção do quão descaradamente se pode adulterar um assunto.

A frase de comentário a este espaço digital que vem no blogue Atheist Hussy (encontrei por mero acaso, no Google) diz tudo: Conservatives now show us that if you don't like a fact, change it!

Começo a pensar que ser-se conservador preserva (perceberam o trocadilho?). E questiono-me: mas esta gente não morre?!



segunda-feira, novembro 26, 2007

Discriminação

Ainda com o caso do cozinheiro seropositivo em mente, deparo com o seguinte anúncio publicitário:


Texto: Tu és Hetero? Regista-te em: www.orgulhohetero.com


Encontrei várias imagens destas, incluindo uma "inversa" (uma mulher e vários homens), no Metro do Porto, na passada sexta-feira, dia 23. Hoje, dia 26, na aula de Relações Públicas, falou-se na remoção desta publicidade devido a uma queixa junto do ICAP (Instituto Civil da Autodisciplina da Publicidade). Como não podia deixar de ser, movimentos apoiantes da causa Lésbica, Gay, Bisexual e Transexual (LGBT) e o "eterno" Bloco de Esquerda já apontaram baterias, dispararando sem misericórdia.

Não me parece que tenha sido caso para isso, apesar desta campanha alternativa dar para rir um bocado. Acho que houve um mal entendido. A campanha da Tagus peca num aspecto crucial: é má. Como estudante de comunicação, fiquei embasbacado quando vi o cartaz. Pensei logo: "Estes tipos estão doidos? Devem querer arranjar sarilhos, querem ver...".

Não tardaram a dar-me razão. Se eu, aprendiz de feiticeiro na área, consigo perceber que a estratégia de comunicação é fraca, supus que uma agência profissional também fosse capaz disso. Muito me tenho iludido nestes dias... Não só fizeram esta porcaria (a cerveja também não é grande coisa, note-se), como conseguiram impingi-la à Tagus. Devem ter um dom qualquer para encontrar e vigarizar empresários pouco inteligentes, às tantas.

Mas a história não fica por aqui. Dentro de uma das carruagens do Metro do Porto, encontrei a seguinte mensagem, no meio das instruções de utilização do serviço:

Algumas pessoas abusam da bondade e generosidade, por isso no caso de verificar certos cidadãos a pedir nas instalações do Metro do Porto não contribua, de forma a prestarmos um serviço melhor.

Muito engraçado. E que tal acrescentar "dêem-lhes pontapés?".
Ficam duas dúvidas: será que o Metro do Porto pode pôr este tipo de indicações? E, já agora, cidadãos a pedir o quê? Podem ser informações...

segunda-feira, novembro 05, 2007

Segundo Aniversário







"Beneath this mask there is more than flesh.
There is an idea, Mr. Creedy, and ideas are bulletproof."



"...e a máscara descansa. A guerra cansou-se de não existir, após, todos eles, um por um, terem tombado. Não há despojos, apenas serenidade num vasto rol de contas saldadas. Um pagamento sentado de quem apenas esperou. Já não há mais guerreiros a enterrar. Não há lugar para eles nesta nova ordem. No fim, fica apenas a dúvida: não estará o maior inimigo para lá do espelho?".



PS: Já lá vão, com este, cem posts.

Autoria da Imagem

quarta-feira, outubro 03, 2007

Cheiro no Ar

Hoje, ao passar por uma senhora de certa idade, senti um intenso cheiro a laca. Trouxe-me recordações. Um pouco do meu passado, escrito em verso, arrancado ao vento. Sem estar numa gaveta de memórias...

domingo, julho 15, 2007

Neuro Negócios

Há dias em que redescobrimos um pouco do mundo que nos rodeia, obtendo uma visão nova sobre certos fenómenos. No passado sábado, à noite, fomos levados, ao engano, para um antro de azeiteirice. Foi num estado avançado de deprimência que assisti à chegada de Fernando Alvim e à sua cara de espanto perante a legião de parolice que o esperava.

Ao fim de uma hora, tomei consciência de uma verdadeira Força da Natureza: o poderio das mulheres num bar/discoteca. As mulheres têm um atributo engraçado. Na verdade têm vários, mas este post é só sobre um deles: o neurónio das músicas chungosas. Milhões de pais passam mais de uma década a educar as suas filhas para, recém chegadas a um discoteca, deitar todo esse esforço árduo por terra. Já vi raparigas extremamente cultas ceder à tentação do género musical "Chupadas-Mix", como eu lhe chamo ou, comummente designadas por "Música de Carrinhos de Choque" (criança não paga mas também não anda). É uma verdadeira praga! E das contagiosas!

O que se sucede explico de seguida: os homens presentes acham que, se também gostarem do degredo, também fazem parte da malta. E como é que se gosta de musica daquela sem estar apetrechado com o famoso neurónio? Bebendo até enfraquecer os sentidos e a razão. Decorrido algum tempo após a ingestão de grandes quantidades, o barulho até parece ser engraçado e os tipos ficam irrequietos e acompanham as meninas nas danças. Chegam ao cúmulo de acharem boa ideia fazer coreografias sincronizadas, despoletando um clima de parvalheira colectivo.

As mulheres cedem ao som e os homens bebem para sucumbir aos gostos delas. Um ciclo vicioso de dinheiro e corrupção.

Não há ninguém que tome medidas. Ficamos entregues à bicharada, só porque Deus resolveu fazer as mulheres assim. Talvez os tipos que fizeram as T-Shirts "God is a DJ" não andem enganados de todo. Às tantas, também é dono de um bar...

sexta-feira, junho 08, 2007

A Cena do Ir




Uma vez contaram-me uma história, do tipo "uma vez", sobre "A Cena do Ir".
A história passou-se, pouco mais ou menos, assim:
Era uma vez um rapaz chegou a casa "às tantas". Num estado bastante ébrio, deparou com sua querida mãe. Seguidamente, foi inquirido sobre a actividades que estava a desempenhar. Desorientado, assegurou-lhe que estava de saída. Questionado acerca do seu destino, confessou desconhece-lo. "Não importa. É a Cena do Ir, mãe. Um gajo pega nas coisas e vai."
Devo confessar que, desde então, tornei-me um fervoroso adepto desta doutrina. Por isso é que parto de seguida para Lisboa. Para ir. Para sair. Para voltar.

quinta-feira, março 01, 2007

Saga Nocturna (Parte III)

A Despedida



Madrugada. A noite, também ela, era já uma memória. A cidade, ainda escura, subsistia na esperança de que as nuvens, carregadas, parassem de a importunar. Luzes cambaleantes com o sono persistiam ainda no seu dever, esperando que o Sol chegasse ao emprego. Alguns autocarros passaram com intento dentro de si: vontade de trabalhar. Tudo estava corriqueiro neste primeiro de Março.

Tudo excepto aqueles três. Estava frio, frio a que estavam mais expostos pois tinham crescido um pouco mais nessa noite. Iam diferentes, não agiam programados. O livre arbítrio tem destas coisas. Sensações conscientes, memórias partilhadas. Caminharam cientes que um rumo deixa um rasto, um legado, escrito nos sentidos. Recordavam quem eram e quem ali faltava, os temporariamente omissos, ausentes apenas fisicamente. Lembranças que valem ouro, mas que são prata para matar certos vampiros e lobisomens. Uma alma virtuosa não é abatida com facilidade, assim como as amizades.

Um deles iria partir em breve. Deixava a casa e os momentos que passou naquela terra. Equipou os seus ouvintes com essas recordações para que as usassem como enfeites dos locais onde se deram. Era muito tempo do qual tinha de prestar contas. E foi num banco de jardim que partilharam isso.

Neste trecho do Este encalham os momentos passados.
Para lá daquela ponte só passam noções de sucesso e fracasso.

Nem tudo se perde.
A areia fica.
A água e as suas sementes partem,
Ânsia de colónias.
Noivas em terra, defuntas.
Os marinheiros ficam,
Os marinheiros vão.
Para lá do Este ficam as aventuras,
Todas elas por estrear.
E a areia, fina, vai indo, aos poucos,
Com os descobridores de novos mundos.
Há um novo rumo,
E uma despedida,
Para quem vai para lá do Este,
À descoberta de um Oriente.


quinta-feira, janeiro 04, 2007

Réveillon



Hoje presenciei a primeira alvorada anual na Póvoa de Varzim. A cidade despertou envolta em brumas enquanto as gaivotas se reuniam espalhafatosamente na praia. Resolvi sumariar os planos que engendrei. Talvez o que se sucedeu tenha sido inevitável (tal como tudo o que alguma vez aconteceu). Continuo a pensar que as coisas não acontecem por bem ou por mal, mas exactamente como estavam previstas. A constatação do óbvio serviu como facada na alma. Imaginem apenas um espelho que representa o ser. Após ser golpeado por uma faca estilhaça-se, ficando dividido em três partes que são entidades distintas. Eu chamo-lhes “As Metamorfoses do Ser”.

O mais velho, Alfredo Novais, homem das ciências, é uma pessoa calculista, desapontada, desprovida de esperanças para a Vida. No meio temos Jacinto Cardoso, eterno pensador, professor e filósofo, é o mais moderado dos três, encara a existência como uma fardo, divaga flutuando na abstracção. Por último temos Golias Ferreira, o mais jovem deles, poeta e trovador, canta com uma fúria ígnea a Vida e o Amor, tendo perecido por causa deste último. Sem mais nada a acrescentar, despeço-me…

1 de Janeiro de 2005

quinta-feira, agosto 10, 2006

Nostalgias

Rapazinho a discutir com o avô num diálogo de infinita paciência. Falavam sobre horários e umas certas lições das quais não consegui aferir o género. Um atraso, aliado ao esquecimento de informar acerca da falta de comparência, terá gerado a discussão. Solenes, falavam à vez:
-Mas tente compreender avô... não seja assim...
-Deviam ter avisado! Isto não se faz!
-Vá, não seja assim... Tente ver o lado deles...
Sempre tratei os meus avós por "Tu", mas nunca nenhum me tratou desta forma. Levantaram-se, esperaram um pelo outro e depois partiram juntos.
O senhor e o seu neto, que não era eu... nem nunca serei.

Alfredo Novais

segunda-feira, maio 29, 2006

Boas Acções

No sábado passado, no trajecto Shopping-Casa, enquanto passava por baixo de uma espécie de varanda (que não o era, eu é que não quero fazer um desenho), ouvi uma vozinha a chamar “Senhor!”. Olhei para cima e vi um balão a cair na minha direcção. Quando direcciono os olhos para a dita varanda, estavam dois miúdos com os seus 6-7 anos a rirem-se. Eu segurei no balão e perguntei-lhes se queriam o queriam de volta. Eles acenaram positivamente com a cabeça. Andei uns 40 metros em frente para me encontrar com eles no fim das escadas que uniam o passadiço superior ao nível do chão. Devolvi o objecto. “Obrigado!”, “De nada”. Segui em frente. Desde esse dia estou à espera de levar com um camião em cima, afinal de contas, como dizem os ingleses “No Good Deed is Left Unpunished”…

sexta-feira, abril 14, 2006

Saga Nocturna (Parte II)

Necessidades Naturais

Observo curiosamente as queimaduras de cigarro na tampa do autoclismo. Gravuras pós-modernas feitas por homens insistentemente primitivos. Regresso às Origens. Quando acabar o que vim aqui fazer, a mulherzinha da limpeza vai apagar qualquer vestígio biológico deixado por mim. Quantos séculos findaram perante o jugo da lixívia! E os primitivos vão continuar vivos naquelas queimadelas. A tampa comprova-os. A tampa justifica-os. Dá-lhes forma e essência. E o meu legado esfuma-se com um químico. Os Vândalos serão sempre os nativos da História…


Alfredo Novais

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Saga Nocturna (Parte I)

Caminho Velho, Rumo Novo

Seis de Fevereiro de Dois Mil e Seis (6/2/2006) perto das duas horas da madrugada.Afasto-me do CAR. O frio intermitente que me envolve é pautado por um esfregar de mãos. As ruas estão desertas mas não estou sozinho, vou acompanhado. Por mim. A cada passo dado, outro se segue, como naquele jogo de infância que era usado para determinar quem escolhia primeiro os membros das equipas. Existem tantos caminhos… como os vou percorrer a todos? Uma mortandade. Só alguns carros passam de vez em quando, rápidos e longínquos, parecem suspiros. Paro. Um zumbido insistente. Acima e à direita como Jesus Cristo. Viro-me. A porcaria do letreiro da Cruz Verde não se cala. Olho à volta procurando perigo. Nada. Tudo mais tranquilo que um sono de bebé. Porque é que a noite tem de parecer sempre sinistra? Diz-me quem te habita e dir-te-ei quem és. Só eu estou na noite = a noite é EU. A porcaria da Control ficou-me com os trocos e com o material. #%”*€$!(leia-se:"Foda-se!") Malditas máquinas. Odeio-as até ao vício. Como os amendoins que não se consegue parar de comer. É madrugada de segunda-feira. Daqui a algumas horas milhões de despertadores vão acordar milhões de infelizes que têm de trabalhar. Vão amaldiçoar este dia pela enésima vez. Mas eu não, eu estou de férias. Ai! (lamentação), devolvido à vida besta...

Alfredo Novais

PS: Esta série de trabalhos vai servir para eu misturar o Realismo de antigamente com alguns temas actuais ou até, quem sabe, outras fusões de estilos. Provavelmente vou fazer um poema sobre isto brevemente. Mesmo tema, mesmo estilo, outra forma.

sábado, janeiro 14, 2006

Made in Ponte de Tédio

Este post foi confeccionado no meio de nenhures, entre Braga e Guimarães, quase no topo da subida da auto-estrada. “O que estás aí a fazer?”, perguntam. Bem, a fazer a fazer, nada. O carro irritou-se, e não deve ter sido coisa pouca porque estava a deitar fumo. Nós estamos esperançados que seja vapor de água e não fumo “onde há fumo há fogo”, esse tipo de fumo… O triângulo também não se tem em pé e os carros passam com tanta força que o nosso “bolinha” abana. Temos suplementos de gomas e cigarros para mais umas horas. Tivesse eu aqui um leite com chocolate e compunha uma música: “Vitamin Gummies, cigarettes and chocolate milk”. A fome aperta mas elas sabem a fruta, é só fechar os olhos. O “quatro-piscas” está a enlouquecer-nos, por isso tragam a orquestra! Viva a informática móvel! Viva o GPRS, o que quer que signifique! O sinal que está além e que é redondo e de borda vermelha e diz 80 está lá para ficar. Mostra timidamente uma setinha que aponta para a diagonal superior direita, como quem diz “O mundo é para lá desta curva”, e de facto, o sol não bate por detrás desta colina, que é pequena mas que tapa a luz do astro rei. A ajuda vem a caminho. Só mais um esforço para as pernas não gelarem. São 13:52 e o frio não nos larga. O rádio não funciona e a bateria do portátil está a acabar. Despeço-me por agora, desejem-nos sorte, e paciência. Até mais ver.

Entre o trabalho e casa,
14 de Janeiro de 2006