sexta-feira, dezembro 28, 2007

Vintage


Feitos os vinte anos não há grande volta a dar. Só brindes. A principal razão para estar a postar pouco é ter ideias a pontapé para postar. Estranho? Nada disso. Falta de organização. A confusão é tal que nem mencionei neste espaço a XLVII (Segunda, na realidade) Grande Cimeira Marzápia e as suas óbvias conclusões. A Nazaré, terra de Nersio-sama, Marzápio dos Sete Mares, acolheu uma parte significativa da comitiva marzápia e seus tradicionais "roadies" que, na realidade, só transportam copos. A foto a cima retrata bem a localidade que nos acolheu, na nossa perspectiva.

Estou quase de partida para terras do Sul, outra vez. Na companhia do Gato das Botas (ele sabe porque é que lhe atribuo este nome), tendo Leiria como centro de estágio e a Nazaré como destino final, partimos rumo ao encontro de dois camaradas de terras "mouras". Boa passagem de Ano. E troquem as passas por tremoços. Caem muito melhor com a cerveja.

sábado, dezembro 22, 2007

T minus 2 hours

Hum... acho que vou pedir adiamento nesta coisa de fazer anos.
Ó fachabor! Eram mais uns mesinhos de teenagersice!


sábado, dezembro 15, 2007

On The Road?



Senhoras e Senhores, Meninas e Meninos, os Radiohead já anunciaram as datas para os concertos a realizar em 2008. Infelizmente, para mal dos nossos pecados, não passam por Lisboa. O mais próximo é Barcelona. Voluntários?



Datas



PS: Por lapso, deixei passar esta crítica ao In Rainbows. Made in Rascunho, vem dizer praticamente tudo o que eu próprio diria sobre ele. Poupo umas quantas palavras no processo.


quinta-feira, dezembro 06, 2007

Básico


O simples, por vezes, é o melhor.





Faust Arp, In Rainbows, Radiohead


Wakey, wakey, rise and shine
It's on again, off again, on again
Watch me fall like
Dominoes in pretty patterns
Fingers in the blackbird pie
I'm tingling, tingling, tingling
It's what you feel now
What you ought to, what you ought to
Reasonable and sensible
Dead from the neck up
Because I'm stuffed, stuffed, stuffed
We thought you had it in you
But not, but not, but not
For no real reason.
Squeeze the tubes and empty bottles out
Take a bow, take a bow, take a bow
It's what you feel now
What you ought to, what you ought to
An elephant that's in the room is
Tumbling, tumbling, tumbling
In duplicate, and duplicate,
And plastic bags, and duplicate and triplicate
Dead from the neck up
I guess I'm stuffed, stuffed, stuffed.
We thought you had it in you
But not, but not, but not.
Exactly where do you get off?
Is enough, is enough.
I love you but enough is enough, enough
And now stop - there's no real reason.

You've got a head full of feathers.
You got melted to butter.


terça-feira, dezembro 04, 2007

Do Conservadorismo e dos Conservadores

Um dos meus passatempos favoritos consiste em pegar em jornais e apontar coisas mal feitas e/ou parvas. Posso apontar logo à cabeça o Avante, de teor ideológico, e o Académico, de carácter ahhh... ridículo?

Apesar de tudo, tanto um como outro, são meninos ao pé disto:

Conservapedia - The Trustworthy Encyclopedia


Sim, é isso mesmo que estão a pensar. Desde o nome foleiro até ao slogan labrego, estão a presenciar a Wikipédia versão "conservadores norte-americanos". Penso que se pode traduzir livremente "Trustworthy" por "De Confiança". Basta uma breve passagem por alguns temas mais consultados como Homossexualidade, Evolucionismo, Teoria do Big Bang e Aquecimento Global, por exemplo, para terem noção do quão descaradamente se pode adulterar um assunto.

A frase de comentário a este espaço digital que vem no blogue Atheist Hussy (encontrei por mero acaso, no Google) diz tudo: Conservatives now show us that if you don't like a fact, change it!

Começo a pensar que ser-se conservador preserva (perceberam o trocadilho?). E questiono-me: mas esta gente não morre?!



sábado, dezembro 01, 2007

Ponto de Encontro

Hoje é dia de encontro de bloggers de Guimarães, cá na terra. O convite foi feito por parte do Samuel Silva do Colina Sagrada e vou estar presente para discutir "os cinco projectos para a cidade apresentados em finais de Setembro pela autarquia". O link da iniciativa está aqui.

Aproveito o resto do post para anunciar as pequenas mudanças efectuadas no blogue:

  • Dei uma limpeza nos atalhos laterais, removendo as ligações a locais estagnados e renovando os que mudaram de casa (caso do Hugo Freitas que trocou o Espera Por Mim pelo Duque de Espadas). Também adicionei alguns novos, como o supracitado Colina Sagrada, o Avenida Central do Pedro Morgado (estes dois como referências regionais), o Escrito à Noite do camarada Marzápio Afonso Martins (ainda não tinha acrescentado por puro esquecimento) e o espectacular Que Treta! do Ludwig Krippahl, o primeiro link realmente externo ao meu meio (os outros são todos de amigos e colegas).

  • Acrescentei novas etiquetas, nomeadamente a Culto das Brumas, para os conteúdos culturais e passatempos que considere importante referir, e a Ao Largo da Costa, para assuntos de carácter local e regional, um tema a que vou atribuindo cada vez mais tempo e importância, também devido a influências dos dois primeiros blogues que refiro acima. Vou ver se arranjo algo para comentários a notícias da actualidade, mas ainda não surgiu nada de jeito.


sexta-feira, novembro 30, 2007

Sindicatos e Fogo de Artifício

Jornal Público, página 4, edição de 30 de Novembro. Vários sindicatos voltam à carga por diversos motivos. Assunto corriqueiro, portanto.

Uma curiosidade, porém:

Os sindicalistas queixam-se que o governo não lhes liga. Normal. A parte engraçada começa quando apresentam a personagem que consideram ser um referencial, no que às boas relações executivo-sindicatos diz respeito é, nada mais, nada menos, que António Guterres.

Uma curiosa perspectiva, tendo em conta os sobejamente conhecidos episódios em que o ex-primeiro-ministro mimou estas instituições, criando situações de descontrolo generalizando na administração pública. Pouco mais há a dizer sobre o sujeito que abandonou o cargo para "evitar que o país caísse num pântano".

Nessa mesma página são apresentados dois gráficos: um, comparando as estimativas governamentais da inflação com os valores reais desta, e outro, mostrando a diferença existente entre os aumentos na função pública e a inflação. Existe, como é óbvio, uma série de discrepâncias entre os aumentos dos ordenados, o valor previsto e o valor real do défice, ao longo dos anos. Gostava que também tivessem feito análises de produtividade, para verificar se os ordenados reclamados pelos sindicalistas fizeram dos trabalhadores pessoas mais aplicadas nos seus empregos, beneficiando o aparelho do Estado como um todo. Algo me diz que não.

Mas é por Guterres, o sujeito que pôs as contas públicas (ainda mais) em pantanas, que os sindicatos nutrem respeito. Diz-me com quem andas...


PS: O endereço que providenciei não é o mais correcto, mas não pude encontrar o link para a zona inferior da página do jornal. O título da notícia é [Sindicalistas dizem que "é como do branco para o preto"], caso tenham pachorra para procurar. Querem ver que também pretendem acusar o Sócrates de ser preto?

segunda-feira, novembro 26, 2007

Discriminação

Ainda com o caso do cozinheiro seropositivo em mente, deparo com o seguinte anúncio publicitário:


Texto: Tu és Hetero? Regista-te em: www.orgulhohetero.com


Encontrei várias imagens destas, incluindo uma "inversa" (uma mulher e vários homens), no Metro do Porto, na passada sexta-feira, dia 23. Hoje, dia 26, na aula de Relações Públicas, falou-se na remoção desta publicidade devido a uma queixa junto do ICAP (Instituto Civil da Autodisciplina da Publicidade). Como não podia deixar de ser, movimentos apoiantes da causa Lésbica, Gay, Bisexual e Transexual (LGBT) e o "eterno" Bloco de Esquerda já apontaram baterias, dispararando sem misericórdia.

Não me parece que tenha sido caso para isso, apesar desta campanha alternativa dar para rir um bocado. Acho que houve um mal entendido. A campanha da Tagus peca num aspecto crucial: é má. Como estudante de comunicação, fiquei embasbacado quando vi o cartaz. Pensei logo: "Estes tipos estão doidos? Devem querer arranjar sarilhos, querem ver...".

Não tardaram a dar-me razão. Se eu, aprendiz de feiticeiro na área, consigo perceber que a estratégia de comunicação é fraca, supus que uma agência profissional também fosse capaz disso. Muito me tenho iludido nestes dias... Não só fizeram esta porcaria (a cerveja também não é grande coisa, note-se), como conseguiram impingi-la à Tagus. Devem ter um dom qualquer para encontrar e vigarizar empresários pouco inteligentes, às tantas.

Mas a história não fica por aqui. Dentro de uma das carruagens do Metro do Porto, encontrei a seguinte mensagem, no meio das instruções de utilização do serviço:

Algumas pessoas abusam da bondade e generosidade, por isso no caso de verificar certos cidadãos a pedir nas instalações do Metro do Porto não contribua, de forma a prestarmos um serviço melhor.

Muito engraçado. E que tal acrescentar "dêem-lhes pontapés?".
Ficam duas dúvidas: será que o Metro do Porto pode pôr este tipo de indicações? E, já agora, cidadãos a pedir o quê? Podem ser informações...

domingo, novembro 11, 2007

Algumas "fedorentices"...

Ricardo Araújo Pereira, dos Gato Fedorento, escreveu, esta semana, na sua crónica habitual da revista Visão:

"A partir de agora, os anúncios a iogurte só podem afirmar que o produto faz bem à saúde se as marcas conseguirem prová-lo cientificamente. Significa isto que a publicidade vai passar a ter de dizer a verdade. Não sei se aguento o choque civilizacional. Se vamos impedir os publicitários de mentir, há fortes probabilidades de os intervalos dos programas televisivos passarem a ser preenchidos com dez minutos de silêncio."
in Visão


O humor é refinado. Há, apenas, um problema: os Gato Fedorento têm um contratozinho de publicidade com a PT. Estarão a vigarizar-nos?

Também é de salientar que o episódio do "Diz que é uma espécie de magazine", deste Domingo, foi um "especial", daqueles em que se repetem sketchs passados.

Mas temos de dar desconto, pá. Agora que trabalham na RTP são funcionários públicos. Há que ser compreensível...

sábado, novembro 10, 2007

Chamar os nomes às coisas

António Magalhães não considera o renovado “São Mamede” um concorrente do Centro Cultural de Vila Flor. O Presidente da Câmara Municipal entende o “São Mamede-Projecto Cultural” como mais um equipamento que irá "valorizar a oferta" em Guimarães, a partir de 07 de Dezembro, data prevista da sua abertura.

Na apresentação do novo espaço, que decorreu esta quarta-feira, António Magalhães fez questão de ressalvar que "não haverá qualquer concorrência com o Centro Cultural de Vila Flor ou o Pavilhão Multiusos".
Como devem ter reparado, valorizar/aumentar a oferta é o mesmo que criar concorrência. O "politicamente correcto", por vezes, é bastante despropositado...

segunda-feira, novembro 05, 2007

Segundo Aniversário







"Beneath this mask there is more than flesh.
There is an idea, Mr. Creedy, and ideas are bulletproof."



"...e a máscara descansa. A guerra cansou-se de não existir, após, todos eles, um por um, terem tombado. Não há despojos, apenas serenidade num vasto rol de contas saldadas. Um pagamento sentado de quem apenas esperou. Já não há mais guerreiros a enterrar. Não há lugar para eles nesta nova ordem. No fim, fica apenas a dúvida: não estará o maior inimigo para lá do espelho?".



PS: Já lá vão, com este, cem posts.

Autoria da Imagem

domingo, novembro 04, 2007

Mudam-se os tempos, mudam-se os gostos

Ultimamente, ando rendido a alguns fenómenos "youtubianos" que têm surgido um pouco por todo o lado. Já não existe um foco de criação exclusivo das grandes produtoras. Aliás, são elas que anda à nora para encontrar o último "géniozinho de garagem" com a próxima ideia vencedora. Eis dois dos meus preferidos:

Angry Video Game Nerd:



Chad Vader:





segunda-feira, outubro 29, 2007

Quase Novembro


Em dias destes
Sabe-me escrever
Poemas de Amor
A torto e a direito
Num parapeito
Sem saber onde
Nem saber a quem.


quinta-feira, outubro 25, 2007

Reorganização

Quanto ao post prometido aqui, pretendo acrescentar mais uns "parâmetros". Também me vou debruçar sobre os artigos de opinião do colega Hugo Torres (aqui e aqui) e a controvérsia que suscitou. Vou analisar os porquês de cada caso e tentar explicar o que está em discussão. Uma tarefa nada pacífica, portanto.

quarta-feira, outubro 10, 2007

À Espera...

Ainda estou à espera do mail para fazer o download do novo álbum dos Radiohead, In Rainbow. Sem conhecer, ainda, muitas das músicas do álbum, pergunto-me se estarei apto para as ouvir. Não, não fiquei surdo recentemente. Mas talvez vá postar alguma coisa sobre a minha concepção do que é a percepção e os tipo de preferências artísticas de cada um. Brevemente.

sábado, outubro 06, 2007

Freguês (À Vontade Do)




Próxima semana. Lançamento. Álbum. Grandes, muito Grandes.
A preço de esmola.Quatro dias. Às cores. Muito perto de nós.


quarta-feira, outubro 03, 2007

Cheiro no Ar

Hoje, ao passar por uma senhora de certa idade, senti um intenso cheiro a laca. Trouxe-me recordações. Um pouco do meu passado, escrito em verso, arrancado ao vento. Sem estar numa gaveta de memórias...

sábado, setembro 29, 2007

Desculpe?

Francisco Louçã considerou que a eleição de Luís Filipe Menezes para a presidência do PSD é “uma prova gritante” da crise do sistema político e da sua “vulnerabilidade ao populismo”. Andará tudo doido?

segunda-feira, setembro 24, 2007

Aborrecimento

Paradíssimo. Espero por algo de jeito nos próximos dias...

sexta-feira, agosto 24, 2007

TV Land


H
oje, num momento de inactividade cerebral, sintonizei a TVI no aparelho maldito. Apercebi-me, com bastante agrado, que a vertente educadora continua na mó de cima depois de, na série juvenil “Morangos com Açúcar”, demonstrarem que uma catraia consegue amealhar mais fundos para uma causa, em biquini, do que vestida. A pedagogia ao serviço do público.

Do Estado Novo e dos Salazaristas I


"O nacionalismo cura-se viajando."

Pío Baroja

quinta-feira, agosto 16, 2007

Raciocinar não custa assim tanto

Terminadas as férias, deparo com uma mini-entrevista brilhante na NS' (Notícias Sábado) de 21 de Julho:

Entrevistado: Manuel Pinto Coelho, Médico, Presidente da Associação para um Portugal Livre de Drogas

O presidente do Instituto da Droga e Toxicodependência afirmou não ter objecções à legalização da marijuana para fins terapêuticos. Quer comentar?

O dr. João Goulão vai contra as intenções das Nações Unidas e dos países que assinaram as convenções em que se defende para não se ir por aí. A introdução do tratamento com marijuana é um cavalo de Tróia para que esta seja aceite como droga.

Um meio para chegar ao fim?

É uma táctica. Quem se bate pela terapêutica da "cannabis" é quem a pretende legalizada. Novos dados mostram que a percentagem de tetrahidrocanabinol (THC) na marijuana aumentou de 3 para 20 por cento. Estima-se que em 2010 um terço dos doentes com esquizofrenia o sejam devido à marijuana que o dr. João Goulão defende.

A marijuana pode ou não ser útil no tratamento de várias doenças?

Pode ser usada, mas há outras substâncias que também o podem ser. O princípio activo da marijuana, o THC, é comercializado em vários países, mas não em Portugal. Fumar um charro para tratar estas doenças é a mesma coisa que um doente com uma infecção comer um pão com bolor em vez de procurar um antibiótico.

Como se controla o consumo?

Portugal tem uma taxa de abandono escolar de 40 por cento. Não tenho dúvidas de que a marijuana tem um papel nisso: dois terços da população escolar consomem este tipo de substâncias.


Na mesma linha da entrevista feita ao ministro da Saúde, vemos mais um caso típico da argumentação "porque sim". A última resposta é qualquer coisa de extraordinário. Não só responde a alhos com bugalhos como utiliza uma ligação lógica duvidosa. Não será mais coerente pensar que o abandono escolar existe porque os métodos de ensino e pessoas envolventes no processo (consciência dos pais, pessoal docente, condições dos estabelecimentos de ensino) serem péssimos? Viva a demagogia.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Time Is Running Out




123 dias, 18 semanas, 4 meses.
Tique-Taque.


quarta-feira, agosto 08, 2007

Tanto trabalho para nada...

Anda um tipo a aprender Economia da universidade, quando aparece o ministro da Saúde, Correia de Campos, em entrevista ao Público, com umas teorias completamente novas:

Então como se pode resolver o problema?

Havendo mais médicos nos primeiros anos de Medicina. Neste momento há 1350 que entram nas faculdades por ano. A minha meta e a do senhor ministro da Ciência é chegar a 2000. Mas vamos ter que procurar outra solução neste período de transição, porque estamos com medo da crise demográfica dos médicos em 2012/2013. Provavelmente vamos ter que os ir buscar ao estrangeiro. Estamos em negociações para arranjar médicos para as VMER.

Com quem?

Com o Uruguai.

Uruguai? Porquê?

O Uruguai é a Suíça da América do Sul, tem uma única escola médica, o que garante qualidade, uma ministra da Saúde sensível ao problema, médicos em excesso. Ao mesmo tempo, iremos formar para o Uruguai médicos de alta diferenciação, através de um protocolo entre os dois governos.
Devo ter tido uns sonhos estranhos em que o professor nos dizia que os monopólios eram bons apenas para quem os controlava... Bem, neste caso vamos ter cuidado se formos atendidos por um médico com sotaque estranho. Se for uruguaio, ou somos muito bem atendidos, como garante o ministro, ou estamos tramados...

terça-feira, julho 31, 2007

Férias

Finalmente, chegaram as férias-férias depois das férias oficiais que ocorrem entre as férias-aulas. O mais completo e abjecto fazer-nenhum. Numa praia perto de si.

quinta-feira, julho 26, 2007

O Aprendiz de Feiticeiro

Nestas férias, que prometem ser as mais curtas e aborrecidas de sempre, deu-me para dissertar sobre o último fenómeno de popularidade: o último livro da saga Harry Potter. O enredo e a escrita não são propriamente pilares na história da Humanidade, mas pode-se dizer que tem o seu "quê" de interessante. Confesso que ainda não li nem o último nem o penúltimo livro, por manifesta falta de tempo. A "grande questão" que a maioria dos fãs levanta é a seguinte: será que aquela "carniceira" tem coragem para "matar" o rapaz, no fim?

A pergunta, em si, é pertinente, porque as histórias, principalmente as são orientadas cronologicamente, ou seja, têm início numa data e terminam linearmente numa data posterior, são fortemente condicionadas e definidas pelo desfecho, uma espécie de "moral". Uns, movidos pela ideia do livro infanto-juvenil, acreditam que o Bem triunfará sobre o Mal e o vilão acaba por ser fortemente sovado, os protagonistas casam-se, têm dezenas de filhos e vivem felizes para sempre num paraíso cheio de borboletas. Outros, mais acautelados pelos "assassinatos" protagonizados pela autora em relação a algumas personagens de relevo, apontam a morte do jovem feiticeiro e da risada final do Lord Voldemort.

Na minha opinião, nem uma nem outra são, de todo, interessantes. A primeira hipótese peca pela banalidade, afinal de contas, praticamente todas as histórias acabam mais ou menos desta forma. Extremamente aborrecido. A segunda é ligeiramente mais incomum, mas já toda a gente está à espera deste desfecho. Sendo apologista de finais surpreendentes acho que o melhor final possível seria a que o Harry matava Lord Voldemort e tomava o seu lugar do "lado negro da Força". A profecia era cumprida, as criancinhas e os pais pela decência ficavam escandalizados, era inovador e lançava o debate entre as propensões pessoais para o Bem ou para o Mal. Vejamos se há coragem para tal...

domingo, julho 15, 2007

Neuro Negócios

Há dias em que redescobrimos um pouco do mundo que nos rodeia, obtendo uma visão nova sobre certos fenómenos. No passado sábado, à noite, fomos levados, ao engano, para um antro de azeiteirice. Foi num estado avançado de deprimência que assisti à chegada de Fernando Alvim e à sua cara de espanto perante a legião de parolice que o esperava.

Ao fim de uma hora, tomei consciência de uma verdadeira Força da Natureza: o poderio das mulheres num bar/discoteca. As mulheres têm um atributo engraçado. Na verdade têm vários, mas este post é só sobre um deles: o neurónio das músicas chungosas. Milhões de pais passam mais de uma década a educar as suas filhas para, recém chegadas a um discoteca, deitar todo esse esforço árduo por terra. Já vi raparigas extremamente cultas ceder à tentação do género musical "Chupadas-Mix", como eu lhe chamo ou, comummente designadas por "Música de Carrinhos de Choque" (criança não paga mas também não anda). É uma verdadeira praga! E das contagiosas!

O que se sucede explico de seguida: os homens presentes acham que, se também gostarem do degredo, também fazem parte da malta. E como é que se gosta de musica daquela sem estar apetrechado com o famoso neurónio? Bebendo até enfraquecer os sentidos e a razão. Decorrido algum tempo após a ingestão de grandes quantidades, o barulho até parece ser engraçado e os tipos ficam irrequietos e acompanham as meninas nas danças. Chegam ao cúmulo de acharem boa ideia fazer coreografias sincronizadas, despoletando um clima de parvalheira colectivo.

As mulheres cedem ao som e os homens bebem para sucumbir aos gostos delas. Um ciclo vicioso de dinheiro e corrupção.

Não há ninguém que tome medidas. Ficamos entregues à bicharada, só porque Deus resolveu fazer as mulheres assim. Talvez os tipos que fizeram as T-Shirts "God is a DJ" não andem enganados de todo. Às tantas, também é dono de um bar...

quarta-feira, julho 11, 2007

Quartas-Feiras V




A elouquecer, sem ar, nestes dias quentes, ao abrigo desta maravilha:

Paranoid Android

Please could you stop the noise, I'm trying get some rest
From all the unborn chicken voices in my head
What's this...? (I may be paranoid, but not an android)
What's this...? (I may be paranoid, but not an android)

When I am king, you will be first against the wall
With your opinion which is of no consequence at all
What's this...? (I may be paranoid, but no android)
What's this...? (I may be paranoid, but no android)

Ambition makes you look pretty ugly
Kicking and squealing gucci little piggy
You don't remember
You don't remember
Why don't you remember my name?
Off with his head, man
Off with his head, man
Why don't you remember my name?
I guess he does...

Rain down, rain down
Come on rain down on me
From a great height
From a great height... height...
Rain down, rain down
Come on rain down on me
From a great height
From a great height... height...
Rain down, rain down
Come on rain down on me

That's it sir
You're leaving
The crackle of pigskin
The dust and the screaming
The yuppies networking
The panic, the vomit
The panic, the vomit
God loves his children, God loves his children, yeah!

Radiohead
OK Computer


Clique Aqui e Ali e Acolá



Agradecemos a todos os leitores a preferência e desejamos que tenham uma vida produtiva e consistente segundo a moral e os bons costumes. Sejam felizes e vão morrer longe.


terça-feira, julho 10, 2007

Showbiz


Assisti, incrédulo, a algumas passagens televisivas dos eventos que decorreram no passado sábado. Refiro-me, como é claro, ao Live Earth e à eleição das novas 7 Maravilhas do Mundo. Dificilmente me conseguirei lembrar de dois directos tão foleiros como aqueles. Viu-se de tudo, uma mistura intragável de "paleio" politicamente correcto, parolice, programa da manhã, intervenções ridículas e Catarina Furtado. É dose. Ia esquecendo-me da pior interpretação de sempre do clássico "What a Wonderful World" do Louis Armstrong. O homem deve estar às cambalhotas na campa.


Mas, devo salientar que o que mais me enervou foram as declarações de um "guru" da música portuguesa, mais concretamente aquele grande senhor que se autodenomina "Karkov".
O senhor Karkov, vocalista dos Blasted Mecanism, apresentou o seu ponto de vista do costume: o Homem tem de deixar de ser tão mesquinho em relação ao dinheiro e viver em maior sintonia com a Natureza. Um Homem Metafísico, diz ele. Qual é o problema aqui? Filosofias "pseudo-zen" (um adjectivo da minha autoria) é o que não falta, hoje em dia. Escabroso é o facto de, há uns dois meses, estes meninos terem feito um contrato qualquer com a Vodafone, uma multinacional cheia de graveto, chegando até a entrar num spot televisivo. É a verdadeira doutrina do "Cravo & Ferradura". Diz-se uma coisa e faz-se outra. Isto não é uma crítica aos músicos que querem ganhar a vida. É mesmo contra a hipocrisia.

quinta-feira, julho 05, 2007

A Idade Pesa


Alguém parou por cá numa rápida visita. Adivinhem quem o recebeu...


quarta-feira, junho 27, 2007

Quartas-Feiras IV


Serei duro de ouvido...
Ou a nova música do Pedro Abrunhosa é mesmo horrível?


sexta-feira, junho 22, 2007

Sesamices

Enquanto passeava pelos blogues, encontrei um dequeles testes meio manhosos. Decidi experimentar. Curiosamente, tive um resultado demasiado familiar:




You Are Big Bird



Talented, smart, and friendly... you're also one of the sanest people around.


You are usually feeling: Happy. From riding a unicycle to writing poetry, you have plenty of hobbies to keep you busy.


You are famous for: Being a friend to everyone. Even the grumpiest person gets along with you.


How you life your life: Joyfully. "Super. Duper. Flooper."

The Sesame Street Personality Quiz

Só achei estranha a segunda frase: "you're also one of the sanest people around".
Estão a gozar comigo, não?


Rai's parta os sapos!


Coisas de Menino III



Orvalho
Prenúncio de madrugada
Em vão te colho
Para me refrescar
Mais que esta manhã

Mas...

Quando começo o dia
Aurora d'um sonho teu
Desperto, algures
A curta distância, a pé
De uma alegria qualquer

quarta-feira, junho 20, 2007

O Bom Senhor do M.I.T.


Paul A. Samuelson - Prémio Nobel da Economia (1970)


Às vezes, encontramos um interesse enorme por algo inesperado. O ensino, tal como o conhecemos, tem o hábito de destruir a vontade de aprender de milhões de crianças e jovens. Este senhor é um dos casos raros que transformou a aprendizagem em algo divertido. Isto é um tributo a ele e à sua Economia.

quarta-feira, junho 13, 2007

Desafio

A título extraordinário, vou responder a um daqueles desafios em cadeia:

7 coisas que faço bem:
-palhaçada
-venerar a "Cena do Ir"
-escrever
-cantar
-ter ideias
-tocar guitarra (vou levar na cabeça... podem ser "coisas que gosto de fazer"?)
-mobilizar gente

7 coisas que não faço:
-cozinhar
-estudar (muito)
-conduzir (ainda)
-ver televisão (habitualmente)
-manter conversas de chacha (mas estou a aprender)
-ter juízo (pista dada pelo Nelson)

7coisas que aprecio no sexo oposto:
-potencial
-sentido de humor
-capacidade de surpreender
-força interior
-personalidade calorosa
-ter uma beleza fidedigna à sua personalidade ou então serem diametralmente opostas, nem carne nem peixe é que não
-inteligência

7 músicas (acho que tem mais sentido) :
-Everything in it's right place - Radiohead
-Disarm - Smashing Pumpkins
-Ó gente da minha terra - Mariza
-Strangers in the night - Frank Sinatra
-A ilha - Rui Veloso
-Clubbed to death - Rob D

7 coisas que digo diariamente:
-“That's nice!”
-“Pão com chouriço”
-“Ah Ah!... Não...”
-“Diz que sim”
-“Outra das tuas teses de mestrado?”
-“Zé Quitó”
-"Ó boi!"

Como de costume, não irei trasmitir a corrente a ninguém. Ando a coleccionar anos de azar em diversas áreas, convicto de que um dia a Nossa Senhora da Internet me vai presentear com um piano nos cornos para compensar esta heresia toda. Espero que tenha sido do vosso agrado.

sexta-feira, junho 08, 2007

A Cena do Ir




Uma vez contaram-me uma história, do tipo "uma vez", sobre "A Cena do Ir".
A história passou-se, pouco mais ou menos, assim:
Era uma vez um rapaz chegou a casa "às tantas". Num estado bastante ébrio, deparou com sua querida mãe. Seguidamente, foi inquirido sobre a actividades que estava a desempenhar. Desorientado, assegurou-lhe que estava de saída. Questionado acerca do seu destino, confessou desconhece-lo. "Não importa. É a Cena do Ir, mãe. Um gajo pega nas coisas e vai."
Devo confessar que, desde então, tornei-me um fervoroso adepto desta doutrina. Por isso é que parto de seguida para Lisboa. Para ir. Para sair. Para voltar.

terça-feira, junho 05, 2007

Memórias Inesquecíveis


VI VERI VENIVERSUM VIVUS VICI

"Pelo Poder da Verdade,

Eu,

Enquanto Vivo,

Conquistei o Universo."

terça-feira, maio 29, 2007

Da Religião e dos Religiosos

A infância é uma fase de descobertas e penso que é isso que o Dia da Criança glorifica. Porém, as descobertas vão-se sucedendo ao longo da vida e, algumas delas, retêm o esplendor daquelas que surgem na infância. Esta música é um desses exemplos:

If There Is a God

And if there is a God
I know he likes to rock
He likes his loud guitars
His spiders from Mars

And if there is a God
I know he's watching me
He likes what he sees,
But there's trouble on the breeze.

Who are you, this time?
Are you one of us,
Flying blind?
'Cause we're down here throwing stones
While you're so far from home

And if there is a God
And if there is a God
He's a spy with bedroom eyes
Who cowers in our skies

Who are you, this time?
Are you one of us
Flying blind?
'Cause we're down here throwing stones
While you're so far from home

And if there is a God
If there is a God...

Smashing Pumpkins
Machina II / The Friends And Enemies Of Modern Music


"A Música é a minha Religião"
Jimi Hendrix



sexta-feira, maio 25, 2007

Coisas de Menino II



Não te sei
Não te tenho

Imagino
Como seria
Acariciar-te sem texturas
Perscrutar o teu olhar indistinto
E nadar num rascunho de cabelos

Vou desenhando um esboço teu
A partir de desejos
Projecto de esperanças
Difusas…

Sei e tenho
Aquilo que te suponho
Mas a ti, não.

Rasgo o papel
Preparado para esperar
Sento-me no passeio
E guardo o teu lugar.

quarta-feira, maio 23, 2007

Coisas de Menino I




Acredito
Que nesse lado do mundo em que estás
Os arco-íris têm mais cores
Mesmo sem sol nem chuva
Apenas um pôr-do-sol eterno
Enquanto sorris



terça-feira, maio 15, 2007

Ilações sobre o 25 de Abril

Um post que veio muito, mas muito, atrasado:

O 25 de Abril é um dia bonito se não chover. Choveu, o que é lamentável. Já não há piqueniques para ninguém. Uma pena. Porém, a ausência de salgadinhos no estômago faz-nos pensar um pouco na Vida e nas pessoas. O que é, hoje, o 25 de Abril e o que foi a Revolução? Qual é o preço da liberdade? Isto é assunto de algibeira para programas como o "Prós e Contras" e aqueles magníficos "talk-shows" matutinos. E os tais que baixaram as orelhas? E os outros (canhotos) que ainda hoje se valem daquilo que (supostamente) fizeram? O pasquim de serviço da Universidade do Minho deu-se ao trabalho de demonstrar a ignorância que grassa nos corredores das instituições do ensino superior inquirindo os alunos sobre a História referente a esta data. Muito se diz, pouco se sabe.

A verdade é que duas forças políticas - barulhentas, mas diminutas - costumam polir armas nesta altura, tentando demonstrar que não andam a dormir. Refiro-me aos nacionalistas e aos autodenominados “antifascistas”, eufemismos usados para denominar alguns membros da extrema-direita e da extrema-esquerda, respectivamente. O que é que se passou, então? O MFA entra em acção, os “mauzões” vão-se embora, o povo rejubila, o povo é quem mais ordena. Porém, muitos foram os que sofreram em silêncio e tiveram de aturar a Liberdade, a pouca-vergonha, a droga, os maricas e a restante escumalha que aí anda. E todos os anos acendem uma vela em memória do “velhote”. Como o mundo inteiro deve ser confuso na cabeça deles. Eles, que sempre foram ensinados a pensar pequenino e direitinho, tinham de usar a própria cabeça. Ser inteiramente responsável pelo próprio destino é perigoso. O Zé Povinho ainda se aleija. Antigamente é que era! Respeitinho é que é bonito...

E os outros, os vermelhinhos? Andam aí de bandeira em punho, sempre para trás e para a frente, à procura desses “fachos” que andam escondidos a planear um tal de “branqueamento”. Anunciam manifestações em cada esquina e dizem que os meios de comunicação estão a ser manipulados pelos meninos das fardas que mantiveram este país na ditadura cerca de meio século. É compreensível que estejam angustiados. Afinal, depois de tanto tempo a lutar contra uma ditadura, na esperança de instalar um “negócio” próprio, vem a Democracia e já não há festa para ninguém. Basta dar um euro e tal pelo Avante e ler o estado de desespero desta gente. Chega a ser palpável.

A política em Portugal descreve uma Curva Normal com um cadáver pendurado em cada ponta, Cunhal no lado Esquerdo, Salazar no Direito. Duas procissões cheias de pessoas saudosas e irritadas. Pessoas crédulas e esperançadas. Vivemos num país de crianças fantasiosas. Alguém quer crescer?

segunda-feira, maio 07, 2007

Adversidades




"Parece que vamos ter alguma sombra durante a batalha..."

Devido a excesso de trabalho e algumas viagens, as postagens não têm aparecido ao ritmo que desejaria. Espero colmatar essa falha nas próximas semanas. Alguns textos de maior envergadura estão em preparação...

sábado, abril 28, 2007

Fora dos Eixos



O ser mais simples que existe é a recta.
Bastam dois pontos para a definir...

Fonte: como não podia deixar de ser... DeviantArt.

sábado, abril 21, 2007

Tudo Quanto Vejo Me Acrescenta I

Com um enorme atraso, inauguro, assim, um novo espaço neste blogue com o nome deste mesmo post. Surgiu-me, sem aviso prévio, uma paixão tardia pela fotografia. Agora, só falta mesmo arranjar uma máquina decente para captar ainda mais momentos dignos de registo.



Dois é bom...



Três é demais...

Fotos obtidas na Praça Gonçalves Zarco junto ao Castelo do Queijo (Castelo de São Francisco Xavier), no Porto, durante o último piquenique Marzápio.

domingo, abril 15, 2007

O Separar das Águas




Às vezes, temos de separar o trigo do joio. Foi o que fiz. Talvez tarde demais. Mas, mais vale tarde que nunca...


terça-feira, abril 10, 2007

Almas Penadas



Precisa-se de um exorcista para correr com certas assombrações da minha antiga casa. São agressivas, arrastam guitarras electricas pelo chão e têm uma batida horrível. Para qualquer informação devem contactar o autor do blogue.

segunda-feira, abril 09, 2007

De Volta


Regressado com muitas, muitas fotos.
Ideias também.
A seguir à semana Santa teremos uma semana farta.

terça-feira, abril 03, 2007

À Beira-Mar




Férias em Peniche. Volto no fim-de-semana. Com muito para postar.

terça-feira, março 27, 2007

Grandes Portugueses




Ganhou o Dr. Oliveira.
Havia dúvidas?

Muito se falou e pouco se disse acerca deste concurso. Este homem ganhou as suas primeiras eleições após ter falecido, com algum mérito, diga-se de passagem. Positivo em alguns aspectos, negativo em muitos outros. Diz-se que os principais apoiantes da sua figura pertenciam às camadas mais novas (os votantes). É natural. Problemas sérios são os argumentos que justificam as suas escolhas. Este é um dos casos, tendo decorrido no blogue do meu colega Phillipe Viera. Os argumentos usados são deveras preocupantes. Ainda por cima esgrimidos por jovens... mulheres! Penso que não há melhor argumento para calar uma salazarista do que manda-la cozinhar e ir buscar os chinelos. Se bem que elas teriam problemas em discutir em blogues, provavelmente nem saberiam ler. É cada uma que se vê hoje em dia...

quarta-feira, março 21, 2007

Quartas Feiras II (Fénix)


(The Phoenix by Suirebit)




Das Cinzas, a Vida. Do Fogo, a Glória.
Não há nada como o conflito para nos mantermos vivos...


PS: Menção honrosa para reznor70 e weirdc00kie. Três espectaculares trabalhos que encontrei após pesquisar centenas de imagens. Valeu a pena...

segunda-feira, março 19, 2007

Tique-Taque






Doze Dias.
E o relógio não pára...



PS: Eis um dos melhores trabalhos do muito elogiado DeviantArt.

sábado, março 17, 2007

Transfusão


De uma hora para a outra, vamos esperando.
Teremos tempo?
Vamos tendo, enquanto houver...

sexta-feira, março 16, 2007

Acabou

The Blower's Daughter

And so it is
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time
And so it is
The shorter story
No love, no glory
No hero in her sky

I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes...

And so it is
Just like you said it should be
We'll both forget the breeze
Most of the time
And so it is
The colder water
The blower's daughter
The pupil in denial

I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes...

Did I say that I loathe you?
Did I say that I want to
Leave it all behind?

I can't take my mind off of you
I can't take my mind off you
I can't take my mind...
My mind...my mind...
'Til I find somebody new...

Damien Rice, "O"

quarta-feira, março 14, 2007

Quartas-Feiras I


Está sol e mais frio.
E a luz está um pouco mais escura, além de cansada.
Bom dia, tarde...

domingo, março 11, 2007

Do Amor e dos Amantes (2ª Parte)



"Os amores-perfeitos são representados de duas maneiras:
Em forma de flor e em forma de sonho..."
Alfredo Novais



PS: Imagem alojada no site DeviantArt.

quinta-feira, março 01, 2007

Saga Nocturna (Parte III)

A Despedida



Madrugada. A noite, também ela, era já uma memória. A cidade, ainda escura, subsistia na esperança de que as nuvens, carregadas, parassem de a importunar. Luzes cambaleantes com o sono persistiam ainda no seu dever, esperando que o Sol chegasse ao emprego. Alguns autocarros passaram com intento dentro de si: vontade de trabalhar. Tudo estava corriqueiro neste primeiro de Março.

Tudo excepto aqueles três. Estava frio, frio a que estavam mais expostos pois tinham crescido um pouco mais nessa noite. Iam diferentes, não agiam programados. O livre arbítrio tem destas coisas. Sensações conscientes, memórias partilhadas. Caminharam cientes que um rumo deixa um rasto, um legado, escrito nos sentidos. Recordavam quem eram e quem ali faltava, os temporariamente omissos, ausentes apenas fisicamente. Lembranças que valem ouro, mas que são prata para matar certos vampiros e lobisomens. Uma alma virtuosa não é abatida com facilidade, assim como as amizades.

Um deles iria partir em breve. Deixava a casa e os momentos que passou naquela terra. Equipou os seus ouvintes com essas recordações para que as usassem como enfeites dos locais onde se deram. Era muito tempo do qual tinha de prestar contas. E foi num banco de jardim que partilharam isso.

Neste trecho do Este encalham os momentos passados.
Para lá daquela ponte só passam noções de sucesso e fracasso.

Nem tudo se perde.
A areia fica.
A água e as suas sementes partem,
Ânsia de colónias.
Noivas em terra, defuntas.
Os marinheiros ficam,
Os marinheiros vão.
Para lá do Este ficam as aventuras,
Todas elas por estrear.
E a areia, fina, vai indo, aos poucos,
Com os descobridores de novos mundos.
Há um novo rumo,
E uma despedida,
Para quem vai para lá do Este,
À descoberta de um Oriente.


sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Obra - 1º Capítulo

Aqui fica cumprida, em parte, a promessa feita aqui.
Eis o primeiro capítulo da obra que comecei a escrever:

Um dia aparentemente chato, quente e parvo. Um dia aborrecido como muitos outros. Um verão em Braga não é pêra doce. Um verão em Braga a ter aulas muito menos. Um barulho insuportável na cantina. Um dia parvo, uma multidão parva, uma vida parva. Um reino da parvoíce. Duas pessoas a dispararem banalidades à minha frente. A minha quase eternizada “mais-que-tudo”, queridíssima namorada Teresa, e a sua amiga-mascote de estimação, cujo nome nunca me recordo. Dois seres que são um só. Um sendo uma mera extensão do outro. Talvez um simples acessório.

As vozes delas provocavam um excesso de fritura nas batatas, com um sabor maravilhoso já de si. Fui tomado de assalto por uma sensação de náusea. Só me apetecia vomitar aquele quotidiano para cima de alguém importante. Só porque podia. Só porque sim. Um daqueles momentos belos em que a nossa existência parece uma piada foleira contada num bar de alterne. Com brilhantina no cabelo e uma vestimenta azeiteira. Numa matiné de domingo. O autor desta história estava notoriamente a gozar comigo. E elas a conversarem sobre as últimas promoções das suas lojas favoritas de pronto-a-vestir. Aquilo que está mais na berlinda. Será que “berlinda” é a palavra mais na berlinda para expressar “últimas tendências”? Não me parece que se importem com o que penso ou deixo de pensar. Tanto melhor. Se raciocinar em termos parolos não vai haver ninguém que me censure.

A Teresa continuava a tagarelar incessantemente. A cantina-orquestra actuava à minha volta enquanto a soprano cantava mesmo ao meu lado. Os cabelos castanhos pelos ombros criavam uma parabólica protectora, apenas permitindo ver os seus finos lábios alternadamente entre gesticulações. Movia-se, insinuante, para trás e para a frente na cadeira, ao mesmo tempo que a sua “pochete” acenava afirmativamente a tudo o que a dona dizia. Teresa Salgado, a minha Teresa, mesmo à minha esquerda, com todo o seu à vontade e todo o seu glamour. Em que rifa é que me saiu este prémio?

Vi-me pintado num quadro infeliz da minha autoria. Talvez o resultado tenha surgido de uma inspiração obtida à base de estupefacientes. Um sujeito bastante ébrio costuma desequilibrar-se e cair, mas eu tinha-me aguentado verticalmente até aquele ponto. Havia chegado a hora da ressaca, as dores de cabeça, as tonturas e o juízo. Sentia-me parvo, tal como em todos os dias que sucediam a consumos excessivos de substâncias não recomendadas a menores.

Chegara a altura de ponderar e desesperar, réu perante a minha consciência, qual fantasma do Natal Passado a bater à porta. As escolhas que tinham ditado este beco sem saída pareciam-me longínquas, difusas, como tivessem sido ponderadas e executadas numa vida passada. Não havia defesa, não haviam provas nem testemunhas, apenas um dedo apontado e um fardo enorme a pesar. Um enorme pesar.

Quando os sonhos morrem, dormir é um mero intervalo entre adormecer e despertar, um feixe de tempo insignificante. É assim que se fica submetido à execução de tarefas e actividades corriqueiras e monótonas. É assim que só se vive de dia, como uma engrenagem.

Levantei-me e fui em direcção à casa de banho.

-Onde vais, Jacinto? – foram as palavras que não ouvi a Teresa pronunciar.

Acotovelei as pessoas que estavam na fila à espera de um “almoço mistério”. As ementas, não raras vezes, estão erradas e trazem surpresas desagradáveis…

Entrei na casa de banho e passei a cara por água, a ver se arrefecia os motores já quentes, de tanto matutar. Ali, sozinho, sentia-me muito mais calmo, o barulho era menor e conseguia ouvir os meus pensamentos. Talvez estivesse a ter apenas um dia mau. Às tantas era isso. Um dia demasiado stressante, com uma carga horária elevada, trabalhos para fazer… Uma folga era bem capaz de resolver. Faltava às aulas de tarde e ia passear sozinho para o Bom Jesus. Desenrascava um piquenique à maneira e ficava tudo porreiro. Um tempo só para mim enquanto contemplava a Natureza e os avós a brincar com os netos. Nem mais.

Apressei-me a regressar à mesa. Momentos depois, preparava-me para avisar a Teresa do que se iria suceder.

-Teresa, hoje…

-Não vês que agora estou a falar? Tem calma contigo…

Aquilo irritou-me de uma forma extrema. Primeiro ignoraram-me e agora não queriam simplesmente saber o que queria dizer?

Só me apetecia mandar os tabuleiros pelo ar e fazer uma escandaleira em frente à universidade toda! Qual seria a reacção das pessoas perante um fenómeno tão anormal como esse? Às vezes ponho-me a pensar como é que as pessoas reagiriam se, durante uma cerimónia oficial, alguém ficasse doido e começasse às cabeçadas ao Presidente da República. Ou se, após receber a bênção, apalpassem o Papa. Interessante…

Fixei o olhar na máquina das bebidas a tentar adivinhar qual seria o próximo botão a ser pressionado. Tentava a todo o custo pensar noutra coisa, a ver se acalmava. O meu olhar esgazeado não tardou a chamar a atenção.

-Estás um bocado com cara de parvo… – comentou a Teresa.

-Acontece-lhe frequentemente, pelos vistos… – realçou a meia-leca.

Foi o fim da picada. O emplastro, agora, também mandava bocas?

Quando me preparava para descarregar um chorrilho de insultos aparece uma personagem inesperada. Vinha aos encontrões, a mandar pessoas literalmente ao chão. Sôfrego e suado, pára à minha frente e encosta-se à máquina dos refrigerantes para descansar. Estava a tentar dizer-me algo mas não conseguia.

-Xavier, senta-te e respira um bocado antes de falar, pá! – aconselhei.

-Não…há…tempo…a perder…

-Que foi, homem de Deus?

-A Luísa… Vou a Coimbra… Pedi-la em casamento…

Os meus pensamentos sofreram um solavanco. A minha vida podia estar confusa, mas o Xavier tinha-se passado de vez. Já não o via há uma semana. Talvez andasse em raves a meter ácidos e lhe estivesse a dar uma coisinha má. A alucinar. Ou então estava sob influência voodoo.

Perguntei-lhe: -Mas então o que é que eu tenho a ver com isso?

Ele foi mais ou menos explícito: -Preciso da tua companhia para não fazer nenhuma asneira pelo caminho. Além disso, é sempre bom ter um co-piloto para dar conselhos, não é?

Como seria de esperar, a minha resposta foi a mais indicada, vinda de uma mente equilibrada e racional:

-Oupa!

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Promoções


Love Making by specialsally

"Hoje, a palavra "amor" está em saldos.
O amor, em si, para mim, continua a custar uma vida."

Golias Ferreira

domingo, fevereiro 11, 2007

Referendo



Relativamente à pergunta efectuada no referendo "Você exerce o seu direito (e dever) de voto?", obtivemos os seguintes resultados:



SIM: 43,7%; NÃO: 56,3%



Podemos concluir que os portugueses não têm a capacidade nem a responsabilidade para tomar decisões relativamente ao presente e futuro do seu país. Volta Dr. Oliveira, estás perdoado!


PS: Sócrates! Tens de começar a pôr as urnas em estádios de futebol porque, neste país, ninguém gosta de ir à escola!

sábado, fevereiro 10, 2007

Novidades

Tal como o título indica, este post serve para anunciar as mudanças que ocorreram ultimamente. Eis as boas-novas:

1º O blogue levou lavagem completa. A maioria das entidades (resultado obtido num inquérito realizado a três pessoas) declarou que o aspecto deste espaço estava decadente. Fez-se a vontade das gentes.

2º Agora, eu e o meu amigo ninja, somos membros desta irmandade. Real palmada nas costas a todos os leitores e pedidos de número de telefone a todas as leitoras.

3º Está para breve a publicação neste espaço de uma série de postagens mais complexas, constando nelas a postagem capítulo a capítulo do meu primeiro trabalho escrito "a sério".

Até depois.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

De Olhos Fechados (actualizado)



"A principal diferença entre um chocho e um linguado é que o primeiro transporta, sobretudo, uma mensagem e o segundo uma sensação."
Jacinto Cardoso

PS1: Apesar da estética obtida a partir da conjunção de um ambiente envolto de seriedade e a gíria dos termos usados gerar um efeito peculiar, a verdade é que não consegui encontrar sinónimos viáveis destes mesmos termos.
PS2: Espero que gostem da imagem. Perdi meia hora de sono atrás dela. Mais um magnífico trabalho alojado no DeviantArt.

terça-feira, janeiro 30, 2007

Reacções Estranhas

Ultimamente o concurso Grandes Portugueses trouxe à luz da ribalta uma série de figuras históricas conhecidas de todos. Há uma, porém, que exerce uma influência extremamente forte sobre mim: o Infante D. Henrique. É quase uma asfixia. Um torpor aliado a uma prisão de movimentos e um parto de pranto. É uma sensação quase indescritível. E um caso a investigar...

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Reabertura

Apesar de um pouco atrasado, venho anunciar a reabertura de uma das melhores tascas da nossa terra. Passem por lá para mandar uns bitaites e discutir os assuntos que vão surgindo.


PS: O atalho já foi adicionado à barra lateral.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Crescer:


Achar ridículo aquilo que se fez ontem.


Réveillon



Hoje presenciei a primeira alvorada anual na Póvoa de Varzim. A cidade despertou envolta em brumas enquanto as gaivotas se reuniam espalhafatosamente na praia. Resolvi sumariar os planos que engendrei. Talvez o que se sucedeu tenha sido inevitável (tal como tudo o que alguma vez aconteceu). Continuo a pensar que as coisas não acontecem por bem ou por mal, mas exactamente como estavam previstas. A constatação do óbvio serviu como facada na alma. Imaginem apenas um espelho que representa o ser. Após ser golpeado por uma faca estilhaça-se, ficando dividido em três partes que são entidades distintas. Eu chamo-lhes “As Metamorfoses do Ser”.

O mais velho, Alfredo Novais, homem das ciências, é uma pessoa calculista, desapontada, desprovida de esperanças para a Vida. No meio temos Jacinto Cardoso, eterno pensador, professor e filósofo, é o mais moderado dos três, encara a existência como uma fardo, divaga flutuando na abstracção. Por último temos Golias Ferreira, o mais jovem deles, poeta e trovador, canta com uma fúria ígnea a Vida e o Amor, tendo perecido por causa deste último. Sem mais nada a acrescentar, despeço-me…

1 de Janeiro de 2005