domingo, fevereiro 11, 2007

Referendo



Relativamente à pergunta efectuada no referendo "Você exerce o seu direito (e dever) de voto?", obtivemos os seguintes resultados:



SIM: 43,7%; NÃO: 56,3%



Podemos concluir que os portugueses não têm a capacidade nem a responsabilidade para tomar decisões relativamente ao presente e futuro do seu país. Volta Dr. Oliveira, estás perdoado!


PS: Sócrates! Tens de começar a pôr as urnas em estádios de futebol porque, neste país, ninguém gosta de ir à escola!

12 comentários:

NJRT disse...

Este referendo vem mostrar aquilo que é a natureza de Portugal: gastar dinheiro inutilmente para adquirir "modernismos de pacote".

NJRT disse...

PS: Antes os estádios do Euro2004, que já fizeram um dos clubes portuguesas ser a 20ª empresa mais rica do mundo no sector, duvido que uma mulher venha a ser a mais rica do mundo por fazer um aborto.

NJRT disse...

Ruca, o que eu estou a dizer é que uma mulher que queira abortar em hospitais públicos é um elemento que dá prejuízo, eu sinceramente não sei de onde vão ser desencantados os tais 700 euros por cada aborto, mas prontos, para referendar impostos é que já ninguém tem vontade.

Rui Afonso disse...

Isso é, de facto, uma verdade. A única coisa que não percebi foi a comparação com os estádios de futebol do Euro2004. Primeiro, porque uma e outra coisa em nada estão relacionadas. Segundo, porque, mesmo discordando de termos todos de pagar pelos abortos a serem efectuados, o gasto dos estádios foi muitas vezes superior ao que alguma vez se gastará com o aborto. Desnecessariamente. E com proveitos para os privados e não para o Estado, que financiou grande parte.

NJRT disse...

Sim, verdade o que dizes, mas no caso dos estádios houve proveitos, mesmo que só para uma parte, a génese do aborto é corrigir um erro, (a)pagar o prejuízo feito por outrém que nunca terá qualquer retorno financeiro seja para que lado for.

Rui Afonso disse...

Sem dúvida, duas verdades. Continuo sem conseguir descortinar qualquer relação plausível entre elas.

NJRT disse...

A relação existente é a de que o Estado fez um investimento nos dois casos, mas só no caso dos Estádios houve um acréscimo de património e capital, mesmo que do lado dos privados.

O significado do meu segundo comentário é que considero impossível que uma mulher venha a capitalizar com um aborto que faça.

Rui Afonso disse...

Eu não sou, nunca fui, nem nunca serei em prol do aborto. A questão que se colocava, ontem, era, essencialmente, ética e de consciência pessoal. No entanto, o argumento da capitalização de um aborto é falacioso. Porque o Serviço Nacional de Saúde (SNS) garante milhares de cirurgias por ano, sem as capitalizar. Porque a Segurança Social garante milhares de reformas e pensões várias, sem as capitalizar. Porque o Instituto de Emprego e Formação Profissional garante formação acrescida a desempregados, sem a capitalizar. Porque o Ministério da Educação garante a formação de muitos jovens de forma quase gratuita, sem a capitalizar. Em suma, porque o Estado atribui inúmeros subsídios, ajudas, incentivos (culturais, agrícolas, de acção social, etc.), sem os capitalizar.

Quanto ao futebol, aí discordamos em absoluto. Porque não consigo compreender que um país como o nosso, a braços com uma grave crise económica, tenha investido em 10 (não 4. não 5. 10!) estádios de futebol quando as máquinas que gerem esses clubes privados lidam, diariamente, com milhares e milhares de euros, pagando salários surreais e completamente diversos da realidade portuguesa e ainda sendo agraciados com beneces fiscais.

Por fim, mesmo o argumento de que os estádios geraram acréscimo de património e capital não é inteiramente verdade. Foram 10 obras (não 4. não 5. 10!). Vê os gastos (na construção dos 10) e vê os retornos (que advêm dos 10).

Rui Afonso disse...

PS - obviamente, onde se lê beneces leia-se benesses.

NJRT disse...

Se bem reparaste, eu não fiz a apologia da construção de estádios em relação a outras medidas de investimento, apenas disse que é um investimento preferível ao aborto, por uma simples razão.

O Aborto não é necessário como querem impô-lo, é diferente uma mulher abortar porque o feto está deformado, em perigo de matar a própria mulher ou em caso de violação, do que abortar porque «sim».
O Aborto a um feto saudável é muito menos necessário que uma cirurgia, feitas sempre que algo de perigo ameaça o nosso organismo.

Uma pessoa qualificada será sempre qualificada, terá sempre uma maior capacidade de produção do que uma pessoa que não tenha, e, seja agora ou daqui a dois anos pode vir sempre a contribuir positivamente no seu posto de trabalho.

Também preferia mais hospitais ou mais laboratórias e investimento no ensino que mais estádios, mas não deixo de preferir estes últimos do que salas e equipamentos para abortar.

Quanto à questão ética acho que concordamos, não acredito que ninguém tenha a liberdade para condenar ao fracasso a vida de outra pessoa sem que esta tenha sequer decorrido.

P.S: Quanto ao que o Hugo postou, acredito que a abstenção foi alta por causa do tema, apesar de todo o barulho feito à volta do "tabu" não é algo que vá mudar muito a vida das pessoas, um referendo à Constituição levaria muitos mais eleitores às urnas pela seriedade do tema.

Hugo Monteiro disse...

Eu estou fora um dia e enchem-me isto de comentários! Já não há respeito!

Anónimo disse...

«Podemos concluir que os portugueses não têm a capacidade nem a responsabilidade para tomar decisões relativamente ao presente e futuro do seu país»

Ou que não as querem tomar;

Ou que julgam que não têm impacto verdadeiro;

Ou que se estão marimbando para o tema em questão;

Ou etc., etc., etc.,