sábado, agosto 30, 2008

Encerramento dos Jogos Olímpicos

Política à parte, tanto a cerimónia de abertura como a de encerramento dos jogos olímpicos surpreenderam-me. Os britânicos estão com um enorme peso nos ombros, tendo em conta que cabe-lhes a tarefa de superar o feito dos chineses. Deixo-lhes um pequeno conselho: esqueçam as coreografias de massas. Os chineses fizeram o melhor possível nessa área, tornando-se praticamente insuperáveis. Arrisco-me a dizer que estes foram os últimos Jogos Olímpicos da velha guarda. Daqui para a frente, é inovação ou fracasso. A apresentação dos ingleses não me desiludiu, muito pelo contrário. Até veio reforçar esta minha ideia.

Acostumado ao tradicionalismo inglês, fiquei boquiaberto quando Jimmy Page sobe ao palco, de guitarra em punho, para acompanhar a Leona Lewis num cover da Whole Lotta Love dos Led Zeppelin. Apenas digo que a «machidão» atingiu níveis estratosféricos, eclipsando por os cantores chineses, que haviam actuado momentos antes. Em boa verdade ninguém percebia patavina do que dizia. Aqui fica a actuação (para ver o vídeo (imagens e som) é preciso fazer download no endereço indicado):





8 comentários:

Tiago Laranjeiro disse...

Berlim 1936 - Pequim 2008

Serão apenas coincidências as semelhanças?

Hugo Monteiro disse...

O quê? A consagração como super-potência ou o Jimmy Page a partir tudo? Vá lá, ele não é assim tão velho :P

Francamente, não me parece que os chineses estejam com vontade de se meter com toda a gente, como os outros senhores das fardas fizeram. Entrar em guerra, hoje em dia, não compensa. Eles não são tão parvos assim. O que não significa que os ache propriamente bem intencionados.

Tiago Laranjeiro disse...

Confesso que tive de ir ao Google para ver quem era o Jimmy Page...

A afirmação como grande potêncial mundial e em ascensão, que afinal pode competir com o resto do mundo em todas as áreas.

A guerra sempre compensou e sempre compensará... Basta saber fazê-la... Senão vejamos a Rússia, este mês, na crise da Geórgia.

Ou será que pensas que a República Popular da China vai abdicar dos seus direitos sobre a chamada República da China, também conhecida como Taiwan? Ou será que não interessa à China a afirmação como grande timoneira do sudeste asiático caso, de hoje para amanhã, se reacenda a crise com a Coreia do Norte?

Há uma coisa de que tenho a certeza: estamos a assistir a algo de novo, a um novo reequilíbrio das forças a nível mundial. Não sei se estaremos preparados para aceitar isso...

Hugo Monteiro disse...

Apesar de também não achar os russos uns santos, desta vez tiveram desculpa para fazer o que fizeram. Há quem diga que o presidente da Geórgia lançou esta ofensiva para distrair os seus eleitores da sua fraca governação. Não sei se é verdade, mas também não vejo nenhuma outra razão conhecida para fazer o que fez agora. Não foi é muito prudente.

A China continua a evoluir economicamente mais rapidamente que os seus parceiros internacionais. Para quê mudar as regras do jogo enquanto está a correr bem? Não é só no futebol que não se mexe em equipa vencedora. No Courier Internacional de Março vem um artigo da New American Foundation muito interessante sobre este assunto. O link para a análise do livro está aqui.

Tiago Laranjeiro disse...

Certo.
Never change horses in middstream, uma frase atribuída a Abraham Lincoln, essa inesgotável fonte de máximas.

Mas uma ocupação da ilha Formosa não será uma mudança de táctica, porque a China sempre tem reivindicado soberania sobre aquele riquíssimo território e vai criando tensões aí, de tempos a tempos...

Um bocado estúpida essa teoria sobre a Geórgia... Seguindo esse raciocínio poder-se-ia dizer que o que lá sucedeu era o mesmo que Sócrates mandar agora ocupar Olivença... Não faz sentido.

Riot disse...

Na cerimónia de abertura gostei particularmente do fogo de artifício feito em computador para a transmissão televisiva.

É sobretudo aí que os chineses são fortes: na cópia, na fraude, na burla, no engano, na "cosmética" (é tipo como na Coreia do Norte, onde o governo mandou remodelar e pintar o exterior dos prédios em Pyonyang, apesar do interior estar totalmente degradado, abandonado e destruído).

Se vão dominar o Mundo? É provável. Tal como os povos bárbaros dominaram a Europa no pós-Roma, sobrepondo-se a uma civilização muito mais avançada do que eles a todos os níveis. Isso custou-nos séculos de atraso. Esperemos que o cenário não se venha a repetir.

Anónimo disse...

Confesso que foi visão muito estranha ver o JIMMY PAGE a acompanhar essa tal Leona...

Hugo Monteiro disse...

Ela não canta mal...