Vou ser frontal: este filme é fraco. Apesar da excelente prestação dos actores, o guionista terá feito um mau trabalho. Péssimo, se imaginarmos o potencial que esta história poderia ter.
O principal problema do enredo passa pela pouca atenção dada às personagens, sendo este fenómeno mais evidente nos protagonistas da história. Muito mais poderia ser mostrado da história das personagens, numa tentativa de criar empatia entre elas e os espectadores. Dei por mim, aproximadamente a meio do filme, a não ligar patavina ao que acontecia às personagens, esperando, em vão, que se sucedesse algo de cativante
Michael Mann não desilude nas cenas de acção, pecando, apenas, quando utiliza o seu estilo tão característico de filmagem em situações mais calmas, onde o balouçar da câmara induz a pouco mais que a dor de cabeça. O efeito é, contudo, estranho. Certas imagens "outdoors" pareciam saídas de uma qualquer telenovela brasileira, algures no meio da Amazónia.
Resumidamente, o filme não passa de meia dúzia de assaltos a bancos e de ocorrências na vida de John Dillinger, Billie Frechette e Melvin Purvis, vagas e desconexas. Apesar da componente histórica, relacionada com a fundação do FBI, estar mais ou menos bem conseguida, é insuficiente para agarrar a atenção.Apenas o final da narrativa poderá despertar algum interesse pela forma como é apresentado, mas, como já foi dito por outro crítico, já chega tarde demais.
O filme mais aborrecido que vi nos últimos anos, apenas ultrapassado pela nulidade que foi o último filme dos Ficheiros Secretos. Recomendado a quem sofre de insónias.