quinta-feira, março 11, 2010

300º Post - Mingos & Os Samurais

Eis um dos meus álbuns preferidos.


Mingos & Os Samurais foi lançado em 1990, sendo o quinto álbum congeminado pela dupla Rui Veloso/Carlos Tê. Este trabalho é conceptual: conta a história de um grupo de amigos, de uma terriola para os lados do Porto, que formaram a banda que dá o nome ao álbum. A cereja em cima do bolo é a narrativa que acompanha o CD (ou vinil), descrevendo as peripécias dos nossos "heróis". Aqui fica a introdução:

Este é um disco de lenhas e lumes, de nomes e lugares-comuns. É a história banal de Mingos & os Samurais, banda de reconhecido insucesso, que se arrastou sem glória - mas com alegria e sedução - por diversos palcos durante os primórdios dos anos setenta, animando recintos dançantes.

Não há discos, nem luzes, nem polémicas. Há apenas suor e esquecimento. E é só por isso - pelo fait-divers do esquecimento - que a história merece ser contada com aleluias e hossanas. Tudo porque o mundo está cansado de biografias retumbantes. O sucesso enfastia, já não é o que era. É tempo dos perdedores. É preciso que saibam que são a maioria esmagadora. Se tiverem consciência de classe podem-se unir e formar uma associação cívica que torne menos insuportável a condição de anonimato geral. Acima de tudo é preciso que saibam que deles é o reino da não-história, lugar-limbo onde também se pode ser feliz, apesar de se ser foleiro e inocente, e tocar rapsódias nos mais recônditos salões e palanques do universo distrital.

Segue-se um breve calendário da existência do grupo: momentos importantes colectivos e individuais, antecedentes de infância, comunhões, ansiedades, reflexões, queixumes gerais, paixões, seduções, óbitos, e até mesmo uma peça epistolar a cappella em jeito de requiem.




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