segunda-feira, dezembro 15, 2008

Recomendado

Sobre a hipotética frente política encabeçada por Manuel Alegre:

Como avaliar os professores? Primeiro-ministro Manuel Alegre faz-lhes um poema.

Alunos portugueses têm maus resultados nos testes Pisa? Primeiro-ministro Manuel Alegre faz um poema contra a opressão dos exames.

Défice? Primeiro-ministro Manuel Alegre faz um poema contra a fuga ao fisco.

Despesa do Sistema Nacional de Saúde dispara? Primeiro-ministro Manuel Alegre faz um poema contra o cancro.

Falência da segurança social? Primeiro-ministro Manuel Alegre faz um poema aos velhinhos.

A economia está estagnada? Primeiro-ministro Manuel Alegre faz um poema contra a economia capitalista.

Fábricas fecham no vale do Ave? Primeiro-ministro Manuel Alegre faz um poema contra as lojas chinesas.

Deputados faltam à sexta-feira? Primeiro-ministro Manuel Alegre faz um poema à caça e à pesca.



9 comentários:

NJRT disse...

Tudo bem que o homem é um lírico, mas a paranóia tecnocrátrica do João Miranda(disponível todos os sábados no DN) atinge timbres estridentes.

Também não estou necessariamente entusiasmado com esta "esquerda" frentista, indefinida ideologicamente mas que iria acabar por ser mais do mesmo com ares de social democracia romântica. Uma chachada e mais do mesmo, resumindo.

Uma nota sobre Manuel Alegre. Num congresso do PS feito após o 25 de Abril duas forças do PS lutavam entre si pelo poder dentro do partido: Manuel Serra, da ala mais revolucionária e que queria juntar o PS à onda ideológica que animava o país e Mário Soares, que foi o que se viu.

Manuel Alegre, já na altura uma figura influente do partido, veio discursar ao congresso para apoiar Soares e este acabou por arrebatar o PS e conduzir o país ao ideário amorfo e contraditório do PS.

Quando se ouve Manuel Alegre e Mário Soares e estes históricos do PS, que tiveram uma enorme influência na política nacional, é triste reparar que aquando do 25 de Abril falavam do socialismo dos direitos, liberdades e garantias, mas vêm agora de mãos no ar e expressão aflita apelar a um capitalismo de rosto humano (como se este tivesse um) após terem vendido o país ao FMI, à CEE e aos CEO's deste mundo.

Hugo Monteiro disse...

Esqueceste-te de referir as criancinhas que o Capital come ao pequeno-almoço. Estás a falhar, Nélson :P

Agora a sério: o Manuel Alegre é só um Soares com menos uns anos e mais 3 kg de lucidez. Mesmo assim, estes espaços de debate não vão conseguir grande coisa.

Hugo Monteiro disse...

Já agora: explica-me o que é uma paranóia tecnocrática.

NJRT disse...

O João Miranda demonstra no seu espaço de opinião a sua perspectiva do que é uma sociedade "como deve ser", ou seja, uma multidão impessoal, sem outro objectivo na vida além de contribuir para o lucro da empresa e cumprir escrupulosamente as regras estabelecidas pelo patrão ou pelo tal Estado Mínimo que ele tanto gosta.

Na visão de JM, a sociedade é uma máquina de eficiência determinada somente a melhorar os resultados nas estatísticas do Capital, a única humanidade permitida ao indíviduo é aquela que lhe dá a "audácia" de criar uma empresa ou aquela que lhe dá "alento" para trabalhar mais horas(mesmo sem serem pagas).

Não sou apologista da visão lírica da vida e da humanidade, mas numa sociedade, por pequena que seja, existem seres humanos que são muito mais que uma máquina numa linha de montagem.

De resto, deixo-te aqui um texto de resposta do Daniel Oliveira(do arrastao.org, Eixo do Mal) a um outro texto do João Miranda.

http://arrastao.org/mercado-e-liberais/big-brother-sa/

Hugo Monteiro disse...

Nélson, já li o post e o Daniel Oliveira não manda uma para a caixa.

1º Os Estados Unidos da América não são o país mais liberal do mundo, longe disso. Também não é o país governado mais à direita.

Se eu quisesse ter um patamar ao nível do Daniel Oliveira, chamava a atenção para os países «mais comunistas»... e era aí que a porca ia torcer o rabo.

2º Não percebo como é que uma "multidão impessoal" (tens de me explicar bem o que é isto, também) pode seguir escrupulosamente as regras estabelecidas pelo Estado Mínimo, visto que, num Estado Mínimo, há muitas menos regras para seguir. Ou seja, há muito maior liberdade de decisão e de empreendedorismo.

3º Num Estado grande e fraco, como o nosso, as empresas disputam o poder, praticamente sem nenhuma contrariedade. Se consideras que as grandes empresas portuguesas lesam os interesses nacionais, a única forma de as confrontar, tendo em conta a nossa cultura democrática quase imobilista, é dando a possibilidade aos "cidadãos decentes" (ou como lhes quiseres chamar) de, em vez de andarem a manifestar-se na rua, sem consequências, formarem empresas e arrumar com os outros.
Isto, como é óbvio, é um exemplo extremo. Mas pensa lá no assunto.

Paulo Lopes Silva disse...

"...ideário amorfo e contraditório do PS..."

Isto vindo de um apoiante do BE ou PCP?

Paulo Lopes Silva disse...

Esqueci-me de juntar "Inacreditável! Há criticas que nunca vou compreender. E que se calhar mais vale deixa-las assim no seu canto"

NJRT disse...

Além de não compreender as críticas também não consegue compreender a realidade do país.

Respondendo à sua pergunta: Sou comunista.

Paulo Lopes Silva disse...

E pronto. Fico mesmo pela dúvida por esclarecer. Percebi pelo menos que seja qual for esse tal de ideário amorfo é o responsável pelo estado do país.