Criminalidade violenta?
Não. Pior.
Pior?! Raptaram uma criança inglesa na praia da luz?!
Também não é preciso exagerar...
Portugal tinha 9% de analfabetos em 2001. Estamos a falar de aproximadamente 900 mil pessoas que não sabem ler/escrever. Estamos a falar do século XXI. Estamos a falar de um país da União Europeia.
Claro que podemos todos agradecer ao Dr. Oliveira & Companhia por este fabuloso legado.
Curiosamente, somos dos países que mais investem em educação, em percentagem do PIB.
É interessante analisar toda a estrutura da nossa «deseducação» para compreender uma das principais razões pelas quais «isto não anda para a frente»: um terço com o ensino básico, 15% (desses 33%) completaram o ensino secundário e 8,6% (desses 15%, obviamente) com formação superior.
Tendo isto tudo em conta, é de uma extrema importância começar a pensar se mais umas toneladas de alcatrão para fazer autoestradas é algo absolutamente necessário.
O desenvolvimento e a educação andam de mãos dadas. Porém, não é com «paixão» que lá vamos. Só com muita ponderação e, sobretudo, duras reformas, é que a Educação portuguesa avança. Esse salto só pode ser efectuado com a ajuda de todos, professores, pais e alunos.
Irei dedicar alguns post a assuntos como o cheque-ensino e a autonomia escolar, tentando compilar algum conhecimento útil sobre o assunto. Para que, em 2011, a vergonha nos censos não se repita. E só falta um ano para as legislativas e três para 2011... Como diria António Guterres: é fazer as contas.
3 comentários:
fazes bem em chamar-lhes deseducação, são o número de analfabetos, os analfabetos tecnológicos e a tentativa do governo ter sucesso nas estatisticas em vez de na educação a sério.
Não sou das pessoas mais informadas neste tema, mas há coisas que não batem certo nas políticas dos sucessivos governos e investimentos do Estado neste sector do país.
Não acho que se tenha de entregar a gestão da educação aos privados, mas o Estado deve repensar e reestrurar o Ensino e o investimento que faz nele.
Há vários problemas graves associados a este tema. Um dos casos mais flagrantes são as notas de acesso ao ensino superior. Outro dia estive a ver as exigências, em termos de nota de acesso mínima, às licenciaturas. Tirando o Instituto Superior Técnico, que pede 12 valores de média para todas as licenciaturas, e mais umas 20 licenciaturas, espalhadas por várias universidades, toda a gente pedia 10 como mínimo. Entrevistas aos alunos, então, nem pensar.
É raro encontrar instituições de ensino superior que estimulem e seleccionem a excelência. Uma das principais causas poderá ser a atribuição de fundos por alunos. Quantos mais, melhor.
Também há os casos do ensino público vs ensino privado, principalmente no ensino pré-universitário. Os casos de excelência a nível de resultados em algumas escolas privadas são certos, todos os anos, nas tabelas de classificação. Se olharmos atentamente para esses casos, vemos factores muito interessantes: turmas pequenas, professores empenhados e também um certo elitismo. Para ricos? Muito provavelmente. Porém, o que nunca passa cá para fora é que as escolas secundárias, por exemplo, também seleccionam os alunos pela média (o que era ilegal ou simplesmente não era um critério previsto por Lei). Conheço pessoalmente alguns casos.
Não é o facto dos melhores estabelecimentos serem quase só para ricos que me incomoda. Fico muito mais transtornado com sistemas públicos que, hipoteticamente, servem para proporcionar serviços às pessoas desfavorecidas e que acabam por ainda lhes dificultar ainda mais a vida.
"Só com muita ponderação e, sobretudo, duras reformas, é que a Educação portuguesa avança."
É precisamente falta de ponderação e muita pressa que vejo na obsessão do governo de Sócrates com o programa Novas Oportunidades.
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