domingo, setembro 21, 2008

Liberalismo Económico II

O Tiago Laranjeiro aconselhou-me um post do Pedro Arroja no Portugal Contemporâneo:

«Na blogosfera, como em muita literatura académica, o liberalismo versus não-liberalismo é discutido em termos de menos Estado ou mais Estado, e é essa fixação na dimensão do Estado que, não apenas me parece irrelevante, como, na realidade não serve os argumentos daqueles que gostariam de se apresentar como liberais.

Porque a realidade é esta. Os países mais desenvolvidos e ricos do mundo são os países escandinavos da Europa, tal como medidos pelo Índice de Desenvolvimento Humano ou pelo PIB per capita. Ora, acontece que estes são também os países do mundo onde o Estado é maior, tal como medido pela percentagem da despesa pública no PIB.»
Há aqui muitos factores que não são tidos em consideração. Os países escandinavos são quase isentos de corrupção. Além disso, o nível de educação e o escrutínio popular das instituições públicas é mais elevado. Também o ranking de liberdade educativa é liderado por esses países. Também os impostos sobre as empresas são moderados em comparação à quantidade e qualidade de serviços prestados pelo Estado. Todos os países escandinavos têm menos população que Portugal, tornando-os mais fáceis de gerir. Alguns até têm petróleo.

Não sou fundamentalista sobre a dimensão do Estado. Na minha opinião, qualquer medida política deve ser ponderada tendo em conta contexto em que se insere. Aumentar o Estado português, que é gordo já de si, seria um erro, principalmente com classe política que temos. Ninguém quer ter uma enfermeira descuidada a dar vacinas. Por esta lógica, acho má ideia passar-lhe um bisturi para a mão.


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