segunda-feira, julho 27, 2009

Inanidades

Discuti, aqui, com o Rui Afonso, a (im)pertinência destes três blogues: Simplex (PS), Jamais (PSD), Rua Direita (CDS).

A minha visão pessimista resulta de vários sintomas que já se evidenciam. O Simplex foi uma das bandeiras do governo PS, resultando em algumas boas ideias e umas outras tantas que não passaram de declarações de intenções. Eu aconselharia um nome mais neutro para um blog deste género. Este tipo de rótulo dá logo um ar de seguidismo partidário acrítico, que vai acabar por ser, na minha opinião, o tipo de contribuição deste blogue.

O Jamais, do título ao template, é uma anedota. É um blogue típico da oposição. O que me preocupa é que costumava associar este estilo ao BE, recheado de folclore circence, que é como quem diz "palhaçada". O Jamais é o espelho do PSD enquanto oposição: muito riso, pouco sizo. O blogue volta-se mais para a caricaturização do governo, em vez de apresentar propostas. A política portuguesa atingiu o patamar mental de uma pré-primária.

O Rua Direita, francamente, ainda não percebi bem o que é. Ao contrário dos outros dois, ainda só lá tem um único post, publicado ontem à noite. É claro que o excesso de conteúdos pode ser algo prejudicial à discussão, como referi aqui, mas convém não perder o comboio. De qualquer das formas, o debate é a menor preocupação de todos estes senhores.

A nível técnico só posso demonstrar repúdio, pois o alojador de blogs do Sapo é das piores coisinhas que por aí anda.

Debater implica admitir erros próprios, rever, melhorar e descartar conceitos, dar espaço de opinião aos opositores, ser aberto a novas ideias. Nada disto irá acontecer. No máximo, vão apenas apontar algum erro, mero detalhe, na campanha dos candidatos que apoiam, para darem uma ideia de isenção, estilo "uma no cravo, outra na ferradura".

Sinceramente, parece-me tudo um exercício de masturbação intelectual, tão cara às nossas elites de políticos e treinadores de bancada. Se cada um contribuísse no seu blogue próprio, o resultado seria mais satisfatório. Mas posso estar enganado. Até Setembro ainda vai correr muita água debaixo da ponte. Vamos lá ver quem se afoga primeiro.

Criatividade Burocrática

Recebi um email a divulgar um curso para formar profissionais nesta área. Ainda dizem que os portugueses têm pouca imaginação para os negócios?

terça-feira, julho 21, 2009

Portugal e Espanha

Miguel Ángel Belloso, sobre a crise ibérica:

Tenho um amigo empresário que está convencido de que nenhum governo ocidental que tenha estado no poder no final do ano passado sobreviverá à crise. Quer isto dizer que perderá as eleições, e não me refiro às europeias, que são um desafio menor. Isto seria tão válido para Zapatero como para Sócrates, mas eu permito-me refutar a tese. Em Espanha já tivemos uma taxa de desemprego, há dez anos, de 20% (que agora estamos quase a igualar) e Felipe González conseguiu ganhar as eleições. Como? Espalhando dinheiro pelo país e semeando o medo da direita. Uma estratégia que já demonstrou a sua eficácia, sobretudo em tempos de crise. É também nisso que aposta Zapatero, e talvez também Sócrates. Trata-se de convencer as pessoas de que, primeiro, a culpa da crise é da avareza descontrolada dos ricos. Em segundo lugar, o objectivo é convencer o votante de que o sistema capitalista não é muito melhor do que o comunismo corrupto e empobrecedor que provocou a queda do muro de Berlim. Isto é o que escreve muitas vezes o ex-presidente Mário Soares nuns artigos que a mim, com todo o respeito, me parecem patéticos. Porquê? Porque não há provas. Não há evidências que consigam alimentar a altivez da esquerda. Podem repetir até à exaustão - e nesta coisa do marketing até são espertos - que a culpa do que nos está a acontecer é da direita, mas, no entanto, têm muito pouco para oferecer. Onde a esquerda governou, seja na Cortina de Ferro, seja no Ocidente, por exemplo, em Portugal ou em Espanha, foi incapaz de gerar riqueza. Não pode dar lições a ninguém. Não está preparada para sair do armário.
Texto completo no i Online.


sábado, julho 18, 2009

Novidades Fora de Prazo

Ricardo Arroja, no Portugal Contemporâneo, sobre o ensino em Portugal:

Um estudo da União Europeia acaba de divulgar os dados relativos à remuneração dos professores portugueses. Assim, escreve hoje o Diário da Madeira que "se o salário bruto de um professor português no início da sua carreira é de 97,3% do PIB per capita, essa percentagem aumenta para 282,5% no final dos seus anos de trabalho, de longe o valor mais elevado dos países analisados". O estudo é da autoria da Comissão Europeia e resulta da comparação de 31 sistemas europeus de ensino (os 27 mais a Islândia, o Lichtenstein, Noruega e Turquia).
É bastante provável que os professores estejam a receber demais. Mas o pessoal só se insurge contra os altos salários dos gestores. Esses porcos capitalistas...


sexta-feira, julho 17, 2009

Quem os viu e quem os vê

Pedro Abrunhosa, na RTP Memória, a dizer que não se compromete nem com o poder comercial nem com o poder político. Não faz campanhas publicitárias nem partidárias. Ah! Bons velhos tempos...

A Província

Tiago, tens aqui a resposta à tua pergunta.

quarta-feira, julho 15, 2009

Guimarães CEC 2012

O evento de ontem surpreendeu-me pela positiva. Apesar do atraso, pareceu-me um espectáculo bem elaborado. A performance, em si, apesar de não ser inovadora, foi tão diferente do que costumam fazer na cidade que nem parecia estarmos em Guimarães. Uma sensação algo estranha.

O vídeo de promoção também está castiço.

Outra curiosidade: a conversa sobre os empregos criativos. Aflige-me que tentem criar este tipo de dinâmicas por decreto. É quase como quererem criar uma cadeira de incentivo à inovação. São as pessoas criativas que geram empregos criativos. O processo inverso costuma resultar, não poucas vezes, em tachos.


quinta-feira, julho 02, 2009

Recomendado VII

A Auto-Estrada da Fé ou "Como é que os partidos venderam a Democracia aos Portugueses" (título meu) por Pedro Arroja, no Portugal Contemporâneo. Uma longa mas curiosa parábola sobre a cultura católica e a substituição do negócio das almas pelo negócio dos votos.

Compilação Road Trip

Agora que está toda a gente de férias, inspirado por estes senhores, resolvi virar-me para a música. A ideia é a seguinte: os visitantes do blogue vão dando ideias para faixas que constariam numa compilação destinada a uma daquelas viagens pela estrada fora. Um CD de Road Trip, digamos. Agradece-se que se enfarde esta colectânea de clichés. Para o desafio ser ainda maior, irei agrupar as músicas consoante a hora do dia em que devem ser ouvidas: Partida/Amanhecer, Manhã, Tarde, Anoitecer, Noite e Madrugada. Como é óbvio, se alguma coisa estiver a mais, elimina-se. As minhas primeiras sugestões:

Partida/Alvorada

Today, Smashing Pumpkins, 3:50
Kickapoo, Tenacious D, 4:23
Highway to Hell, AC/DC, 3:35

Fiquei sem ideias, de momento... Amanhã continua.