quarta-feira, julho 15, 2009

Guimarães CEC 2012

O evento de ontem surpreendeu-me pela positiva. Apesar do atraso, pareceu-me um espectáculo bem elaborado. A performance, em si, apesar de não ser inovadora, foi tão diferente do que costumam fazer na cidade que nem parecia estarmos em Guimarães. Uma sensação algo estranha.

O vídeo de promoção também está castiço.

Outra curiosidade: a conversa sobre os empregos criativos. Aflige-me que tentem criar este tipo de dinâmicas por decreto. É quase como quererem criar uma cadeira de incentivo à inovação. São as pessoas criativas que geram empregos criativos. O processo inverso costuma resultar, não poucas vezes, em tachos.


3 comentários:

Tiago Dias disse...

Concordo consigo quando diz que as pessoas criativas é que dão sentido aos empregos criativos. Mas acho esta ideia de criar um pólo de inovação e criatividade em Guimarães pouco menos que fantástica. Com certeza nem todos os vimaranenses são pessoas criativas, mas a presença deste pólo irá atrair não só pessoas do concelho, como pessoas do exterior do concelho que nesta iniciativa vão ver uma oportunidade para desenvolver ideias e projectos inovadores. É uma grande verdade que, caso estas pessoas não tenham os meios para desenvolver o seu potencial, também não irão produzir, não aproveitando a sua criatividade e imaginação. Assim, esta inciativa surge como uma oportunidade para os vimaranenses e para pessoas exteriores ao concelho se fixarem aqui, facto que se traduziria num impacto económico positivo. Hoje em dia, muitos de nós têm que ir para outros lugares procurar uma vida melhor, devido à difícil situação sócioeconómica com que nos deparamos. Por fim, em relação aos tachos, resta-nos confiar na honestidade de quem comanda a iniciativa. Caso essa não se verifique, penso que todos iremos perder com isso.

Hugo Monteiro disse...

Tiago Dias:

Agradeço, desde já, o seu comentário.
quanto ao assunto em si:

O problema parte do princípio que, agora, só com iniciativas deste género é possível fixar e desenvolver pessoas criativas quando, a meu ver, é, precisamente, esta forma de agir que as afasta. Devido a todo este modus operandi do Estado-Empreendedor (os políticos criarem iniciativas para promover a zona X e o negócio Y) só gera burocracias que, para serem contornadas, requerem "criatividade" do tipo "contactos". Se os nossos criativos passarem mais tempo a tentar arranjar conhecimentos dentro de hierarquias estatais, do que a inovar, então chegamos ao ponto em que estamos, onde só é possível executar projectos com medidas excepcionais, penalizado as "províncias" em relação à Capital (onde o poder de compra está acima da média europeia... porque será?).

Hugo Monteiro disse...

Um exemplo mais prático relacionado com a intervenção estatal e a injustiça que ela pode ser visto nas ajudas às empresas em crise:

Duas empresas concorrentes. Uma tem uma gestão regrada e eficiente. Os funcionários são empenhados e os administradores são empreendedores. Ultrapassaram a crise diversificando o destino dos seus produtos e serviço, escolheram os fornecedores que lhes deram as melhores garantias e preços, souberam gerir em os recursos humanos que tinham. Os outros pararam no tempo, não se actualizaram, continuaram num frenesim despesista a atirar dinheiro para os problemas.

Resultado: Os primeiros obtiveram lucros recorde e os segundos entraram em falência.

Conclusão: Aparece o Estado, resgata os segundos e taxa os primeiros, penalizando-os duas vezes, primeiro, ajudando a concorrência, e segundo, tirando-lhes dinheiro.

A injustiça é o maior inimigo da inovação e do desenvolvimento económico.