terça-feira, julho 21, 2009

Portugal e Espanha

Miguel Ángel Belloso, sobre a crise ibérica:

Tenho um amigo empresário que está convencido de que nenhum governo ocidental que tenha estado no poder no final do ano passado sobreviverá à crise. Quer isto dizer que perderá as eleições, e não me refiro às europeias, que são um desafio menor. Isto seria tão válido para Zapatero como para Sócrates, mas eu permito-me refutar a tese. Em Espanha já tivemos uma taxa de desemprego, há dez anos, de 20% (que agora estamos quase a igualar) e Felipe González conseguiu ganhar as eleições. Como? Espalhando dinheiro pelo país e semeando o medo da direita. Uma estratégia que já demonstrou a sua eficácia, sobretudo em tempos de crise. É também nisso que aposta Zapatero, e talvez também Sócrates. Trata-se de convencer as pessoas de que, primeiro, a culpa da crise é da avareza descontrolada dos ricos. Em segundo lugar, o objectivo é convencer o votante de que o sistema capitalista não é muito melhor do que o comunismo corrupto e empobrecedor que provocou a queda do muro de Berlim. Isto é o que escreve muitas vezes o ex-presidente Mário Soares nuns artigos que a mim, com todo o respeito, me parecem patéticos. Porquê? Porque não há provas. Não há evidências que consigam alimentar a altivez da esquerda. Podem repetir até à exaustão - e nesta coisa do marketing até são espertos - que a culpa do que nos está a acontecer é da direita, mas, no entanto, têm muito pouco para oferecer. Onde a esquerda governou, seja na Cortina de Ferro, seja no Ocidente, por exemplo, em Portugal ou em Espanha, foi incapaz de gerar riqueza. Não pode dar lições a ninguém. Não está preparada para sair do armário.
Texto completo no i Online.


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