domingo, dezembro 28, 2008

Até já



A caminho do Sul, rumo à última grande aventura de 2008. Vemo-nos no ano que vem. Boas festas. Até já.


sexta-feira, dezembro 26, 2008

E daí talvez não

Ao que parece, não é só o Papa da Academia Minhota que diz umas coisas engraçadas: o  seu homónimo de roupa branca (o manda-chuva da Igreja Católica) também gosta de as arremessar castiças.
Numa notícia do jornal Público, o Papa Bento XVI decidiu atirar, pela milionésima vez, com o argumento «anti-natura» aos homossexuais.

Além da conversa já meter fastio, de tão repetitiva, espeta-se, de cabeça, numa asneirada recorrente e fascinante. Tendo em conta tão sábio argumento, gostaria de propor algo absolutamente radical ao senhor Papa: que me arranje provas da existência de outra espécie, na Natureza, que acredite em Deus ou em Deuses. Até lá, poderei, com todo a segurança, exigir que todas as pessoas que acreditem em sujeitos invisíveis sejam internadas em manicómios, por distúrbios mentais. Para palermice, palermice e meia.

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Recomendado II

Sobre o TGV, no JN:

O TGV, que se anuncia, é talvez o investimento público mais estúpido de toda a história do nosso país. O enorme espírito de Natal dos portugueses, associado aos seus tradicionais brandos costumes, não chega para tolerar tão enorme disparate.
(...)
O investimento não é amortizável e, apesar da (pífia) comparticipação de fundos europeus, irá comprometer os impostos de três gerações. Além de que a exploração comercial deste comboio será deficitária, como já o é em todos os países e todas as linhas - com uma única excepção, no Japão.(...)

Por último, o TGV não incorpora benefícios de ordem social. A maioria dos cidadãos nunca utilizará este transporte de ricos, que será pago pelos impostos dos pobres.Então, para que serve? Para que Portugal não fique arredado das rotas do desenvolvimento, como nos querem fazer crer? Este é o mais falacioso dos argumentos. Se o TGV gera riqueza, então por que razão os países com os mais elevados índices de desenvolvimento humano - a Noruega, a Suécia, a Irlanda, ou até a Austrália e o Canadá - não têm alta velocidade ferroviária?
Paulo Morais 

domingo, dezembro 21, 2008

Hipoteticamente

2012, algures na Europa, almoço de família:

-Estão a pensar viajar, este ano?
-Estamos sim, avô.
-Vão ver os jogos do Euro, à Polónia e à Ucrânia?
-Não, não estamos lá muito virados para o futebol.
-Estou a ver. Vão a Londres, às Olimpíadas, então?
-Nem por isso.
-Querem ir onde, afinal?
-A Guimarães.
-Guimarães? Onde fica isso?
-Não sabemos. Mas diz que é Capital Europeia da Cultura.


sábado, dezembro 20, 2008

Os anos pesam

Entre conferências de imprensa e sapatos voadores, o que mais me incomodou foi mesmo o ar envelhecido de Bush. As coisas não devem andar calmas pelos lados da Casa Branca...

segunda-feira, dezembro 15, 2008

Recomendado

Sobre a hipotética frente política encabeçada por Manuel Alegre:

Como avaliar os professores? Primeiro-ministro Manuel Alegre faz-lhes um poema.

Alunos portugueses têm maus resultados nos testes Pisa? Primeiro-ministro Manuel Alegre faz um poema contra a opressão dos exames.

Défice? Primeiro-ministro Manuel Alegre faz um poema contra a fuga ao fisco.

Despesa do Sistema Nacional de Saúde dispara? Primeiro-ministro Manuel Alegre faz um poema contra o cancro.

Falência da segurança social? Primeiro-ministro Manuel Alegre faz um poema aos velhinhos.

A economia está estagnada? Primeiro-ministro Manuel Alegre faz um poema contra a economia capitalista.

Fábricas fecham no vale do Ave? Primeiro-ministro Manuel Alegre faz um poema contra as lojas chinesas.

Deputados faltam à sexta-feira? Primeiro-ministro Manuel Alegre faz um poema à caça e à pesca.



quarta-feira, dezembro 10, 2008

Pérolas II

Citei, dois posts abaixo, uma frase de Vasco Leão, em que se anunciava, aquando da sua primeira eleição em 2000 ou 2001 (não tenho a certeza), o arauto da «nova geração de dirigentes associativos».

Curiosamente, em jeito de complemento vitamínico, surge, do nada, um exemplo retumbante, explicando como é, de facto, a nova geração de dirigentes associativos.

Daniel Vieira da Silva, ex-Vice-Presidente do Departamento de Comunicação, Divulgação e Imagem da AAUM, através do seu blogue D@niGIFT, «brinda-nos» com um «presente», nesta quadra natalícia. Devo avisar, antes de mais, que os seus dotes de «comunicador» são notáveis:

«E agora os resultados:

Votos: 2354
Abstenção : 85%

Lista A - 1951 ( 82,7%)
Lista B - 193 (8,2%)
Lista C - 90 (3,2%)
(...)
Que grande vitória... Que cabazada... Que classe... Que nível...
(...)
Mas que se "fodam" os bloquistas e os comunas... (...) Não gosto de pseudo-intelectuais, de "cabrões" com a mania que são supra-sumos da intelectualidade e inteligência (...)

Hum... Há aqui alguma coisa que não cheira bem. Estávamos a ir bem com uma vitória tão «distinta» e mete-se caralhadas à mistura? Mau, mau...

«A festa é de todos os estudantes... Mesmo daqueles pouquíssimos que se enganaram e votaram de forma errada! (...) Hoje foi a vitória da democracia... Uma democracia sem partidos e viva, uma democracia com um único objectivo... Os estudantes!»

Votar de forma errada, como todos sabemos, é pegar no boletim de voto e fazer um barquinho em origami. Não consigo compreender de que outra forma se pode votar de forma errada. De qualquer das formas, apenas se pode elogiar a fibra democrática deste rapaz.

«viva as propinas de 1º ciclo para alunos de 2º ciclo»

Esta parte aqui também é engraçada. Na Universidade do Minho existe a política não escrita de se afirmar que tudo o que acontece lá é absolutamente inédito e espectacular a nível nacional e, em rasgos de modéstia, a nível mundial. Na Universidade de Aveiro, assim como em outros institutos de ensino superior por este país fora, o 2º ciclo do Ensino Superior sempre custou o mesmo que o 1º ciclo. De tal forma, por muito que se esperneie, isto não foi uma vitória da anterior direcção. No máximo, apenas conseguiram fazer com que a Reitoria copiasse os seus concorrentes. A direcção de Pedro Soares fez muitas coisas bem, mas este não é um desses casos.

Porém, o que mais me inquieta é o seguinte: alguém terá colocado o post em várias notícias do ComUM, com o intuito de divulgar aquela pérola bloguística, ou terá sido o próprio, julgando que estava a fazer um brilharete, que a colocou lá? Fica a dúvida no ar. E também o potencial de desencadear muita risota.

Resultados Eleições AAUM 2008

A vitória da lista A, para a a Direcção da AAUM, foi esmagadora, com quase 2000 votos. As outras listas foram completamente varridas, não obtendo, juntas, 300 votos.

Eduardo Velosa, líder da lista B, refere o facto de terem conseguido eleger duas pessoas para o CFJ, a partir de uma lista afecta à sua, ser algo raro. Não é. O ano passado, excepcionalmente, só houve competição para dirigir a mesa da RGA. Nos anos precedentes, isso não aconteceu.

Bárbara Seco, líder da lista C, comentou o facto de terem existido tentativas de influência de voto, junto às urnas. Bárbara Seco frequenta, pelo primeiro ano, a UM. Se assim não fosse, já sabia «o que a casa gasta»...

Actualização: Tenho 100% de certezas que fui o primeiro blogger a publicar os resultados das eleições, deste ano, para a AAUM.

Impagável

Vasco Leão, director da Rádio Universitária do Minho, a falar, na própria, dos tempos em que representava a «nova geração dos dirigentes associativos». Ó tempo, volta p'ra trás!

quinta-feira, novembro 27, 2008

Épico ao cubo



There’s not much I like more than a good info graphic. I’m of the school that thinks design should primarily be used to convey information in a way that’s fast and pleases the eye. With words like “billions” & “trillions” crowding the headlines lately, I thought it was time to whip one up.
Via Voltage Criative.

Ainda mais épico

Algures pelo Jornal de Notícias:

O maior partido da Oposição ainda é alternativa? Os portugueses querem saber que propostas preconiza o PSD para o país, mas não parece ser esse o entendimento da sua actual líder. O seu discurso limita-se a prometer maior competência e novos actores para a condução das diversas políticas sectoriais… do PS. Ferreira Leite parece, pois, apostada em obter apenas o segundo lugar nas eleições legislativas do próximo ano e vender caro um eventual apoio à governação de Sócrates. (...)

Esta nova união nacional promoverá os mega-investimentos públicos que a crise aparentemente justifica, os neokeynesianos doutrinam e o presidente da República apadrinha. Construir-se-á o TGV, desbaratando 15 mil milhões de euros num projecto absolutamente inútil. Além do novo aeroporto de Lisboa, da nova travessia sobre o Tejo e o que mais virá.

Envergonhando a sua história, o PSD será protagonista desta tragédia. Quando mais os portugueses precisariam que se assumisse como partido de fractura, este apresenta-se como o "partido da factura". Negociando votos em troca de favores a amigos.


Paulo Morais

Épico




Arte naïf
As crianças de agora pensam que Picasso
é um desenho animado, o Picaçú.




Muito Recomendado

Um pouco de História:

São sem dúvida insondáveis os critérios que levam à escolha dos dias feriados. Mas se a importância histórica das datas fosse determinante na atribuição desse estatuto então 25 de Novembro seria feriado nacional pois a sociedade portuguesa é muito mais o resultado do 25 de Novembro de 1975 do que do 25 de Abril de 1974. Das bravatas castrenses de Spínola tal como das divagações de Vasco Gonçalves ou até do nacional porreirismo de Otelo pouco nos sobrou para lá dumas recordações tão pitorescas quanto anacrónicas. O que somos nasceu muito mais dos compromissos estabelecidos a 25 de Novembro de 1975 do que de qualquer outro processo, revolucionário ou não. Ou talvez o mais verdadeiro seja o facto de o 25 de Novembro de 1975 ser a mais portuguesa das datas da nossa História recente. Ver o artigo completo.

Helena Matos via Blasfémias.

quarta-feira, novembro 26, 2008

Madeira

O arquipélago da Madeira continua a ser um dos maiores bens da nossa Pátria. Não só pelo turismo e pelas bananas, como também pelo facto de ser uma caricatura viva da sociedade portuguesa. Madeira: o sítio onde a animação nunca acaba.

domingo, novembro 23, 2008

Deseducação III

Notícia no JN:

Escola da Póvoa de Varzim olhada como a "fura-greves"

Na Escola EB 2,3 de Beiriz, na Póvoa de Varzim, o processo de avaliação decorre com normalidade e dentro dos prazos.

Não há manifestações de professores, nem protestos de pais. Aos alunos, o caso quase passa ao lado. Mas aqui ser "diferente" dá direito ao olhar "reprovador" dos vizinhos e, por isso, a escola prefere agora o silêncio.


A escola é ostracizada porque funciona bem. Genial.

Acho que foi atingido o ponto sem retorno, em que os sindicatos tem o único e declarado (descarado?) objectivo de evitar uma maioria absoluta, seja de que partido for, nas próximas eleições. Como é sabido, quanto mais dependente estiver um governo, mais vantagens obtêm os poderes corporativistas. Um governo sem maioria absoluta em 2009 será comido de sobremesa por organizações deste calibre. E acho que este é mais um caso flagrante e infeliz em que se põe os interesses de meia dúzia à frente do futuro do país. Lamentável.

terça-feira, novembro 18, 2008

A Esquerda Inocente e a Direita Papão: um Conto Português

Dei de caras com esta posta de pescada no 5 Dias. Todos os lugares-comuns opinativos sobre como a Esquerda portuguesa vê a Direita (toda, porque a portuguesa é uma piada foleira) foram usados, estando quase certo que terão ultrapassaram alguma quota imposta pela UE.

Algumas pérolas:

says:
axo k o socrates e mau e é um apolitico
says:
talvez ainda pior k o durao e o cavaco e seguramente pior k o guterres


Não queria estar aqui a atirar lama ao ar, mas isto parece-me um franco exagero. Pior que António Guterres, só mesmo Santana Lopes. Mas isto é lá com cada um.

says:
é possivel tu prosseguires uma politika sensata e coerente e correcta de direita de centro e d eskerda
Filipe says:
pois, aqui estamos em desacordo
Filipe says:
uma política de direita é sempre má
Filipe says:
acho as políticas do sócrates boas
Filipe says:
logo não podem ser de direita
Filipe says:
estarei a ser infantil?

Resposta: sim.


Filipe says:
que introduzir propinas no superior era meio caminho andado para privatizar
Filipe says:
quem as aumentou?
says:
o psd

Também achava maravilhoso que toda a gente pudesse ter a educação que quisesse à borliu. Há um problema apenas: a realidade.


Filipe says:
mas já agora diz-me lá onde é que o ps está “a privatizar um bocadinho” a saúde ou a educação?
says:
na saude n está
Filipe says:
educação. lurdes rodrigues
says:
na educação sou contra o novo modelo d gestao com participação da ’sociedade civil’ leia-s empresas


A sociedade civil é parte integrante dos modelos de gestão das escolas em países (mais) desenvolvidos. Ainda outro dia estava uma ex-funcionária do Ministério da Educação da Nova Zelândia a falar disso. Países como a Dinamarca têm um sistema semelhante. E não, não se lê "empresas".

Para finalizar:

Filipe says:
eu sou um centralista

Não me parece.



quinta-feira, novembro 13, 2008

Manuela Ferreira Leite cava sepultura política

Criticar a comunicação social por falta de exposição/deturpação de mensagens tem sido um fenómeno recorrente nas últimas lideranças do PSD. Também tem sido um prenúncio de desgraça, antecedendo a queda de um líder. Ou muito me engano, ou Pedro Santana Lopes e Luís Filipe Menezes estiveram em situações semelhantes. Falta agora saber se cai antes ou depois das legislativas. É preciso construir uma oposição credível (ou existente, sequer). Rui Rio ou Pedro Passos Coelho?

quarta-feira, novembro 12, 2008

Circo

As notícias relacionadas com o ensino andam a roçar o nível da atracção de feira popular. Desde os ovos em Fafe até à manifestação dos professores em Lisboa, o país está a mostrar aquilo que realmente é. Por mais objectos que sejam arremessados, não é assim que a situação se compõe. O Ministério da Educação, como está bom de ver, vai ceder. Caso contrário, os professores vão fazer pressão para tirar votos ao PS que, já de si, não vai obter a maioria absoluta. Assim, qualquer reforma de grande monta está afastada até, pelo menos, 2017. O próximo mandato já foi pelo cano. Quem lá for parar, sem maioria absoluta, vai, indubitavelmente, «guterrar». E já sabemos as implicações que isso vai ter para o país. Repito o que disse quando fui tomar as vacinas: olhe, vemos-nos na próxima década.

PS: Se estiverem atentos ao primeiro vídeo vão reparar num detalhe muito interessante: a presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundária. Há uma lei primordial no associativismo do ensino secundário: há sempre a lista A, dos Betinhos, e a lista B, dos Drogados. Adivinhem a qual ela pertence. Nunca falha.

sexta-feira, novembro 07, 2008

Ajudem-me

Estou a levar com doutrina marxista numa aula. Alguém me ajuda? Ou vou ter de atirar com um balde de água fria?

quarta-feira, novembro 05, 2008

Terceiro Aniversário




"O guerreiro dorme. Foi bom."


O Gaizin Diabhalen, ao fim de 2 anos em silêncio, volta ao activo. A mais artística expressão da loucura volta a dar cartas.


CNN Exit Polls




Vote by Sex and Race
Total
 Obama
 McCain
 Other/No Answer
 
 
White Men (36%)
41%
57%
2%
 
 
White Women(39%)
46%
53%
1%
 
 
Black Men (5%)
95%
5%
N/A
 
 
Black Women (7%)
96%
3%
1%
 
 
Latino Men (4%)
64%
33%
3%
 
 
Latino Women(5%)
68%
30%
2%
 
 
All Other Races(4%)
63%
33%
4%
 



95% dos afro-americanos votaram Obama.

Olé



I'm here to kick ass and chew bubblegum. And I'm all out of gum...



PS: Quando acordar faço um comentário mais lúcido. A esta hora é difícil... e ainda tenho de acabar um trabalho.

A frase do ano

Fidel Castro acerca de John McCain:

O que abunda em McCain são os anos”, ironizou, acrescentando que a sua candidata a vice-presidente, Sarah Pallin “não sabe nada de nada”.

Fidel Castro, como todos sabemos, é um jovem imberbe.

terça-feira, novembro 04, 2008

Porque é que não tenho um especial gosto por futebol

1º Nunca fui muito incentivado a gostar. Este ponto é basilar.

2º O futebol português é sofrível. É difícil encontrar um jogo que seja minimamente interessante. Só o tempo que se perde quando param a bola, seja por falta, seja por sair fora da área de jogo, dá para dormir a sesta. A quantidade de passes/remates falhados tira a paciência a um santo.

3º O espírito futebolístico é algo de absolutamente incompreensível. A maioria das pessoas age de forma civilizada até ao momento em que entram clubismos ao barulho. A partir daí, agem como se tivessem sido transformados no Conan, o Bárbaro. Isto pode, perfeitamente, servir de exemplo.

PS: Se me lembrar de mais algumas coisas, acrescento.

PS2: Isto é, simultaneamente, um protesto contra a quantidade absurda de conversas e posts que se dedicam ao tema, neste país.

sábado, novembro 01, 2008

Entretanto

Corações partidos, almas chorosas e sonhos sorridentes fazem-se caros.
Eu não.
Escrevo-te em papel rasca com tinta barata. Aliás, a esferográfica nem sequer é minha: fanei-a.
Em tempo de crise, escrever é um bom investimento. As palavras ficam ao preço da chuva com a falta de procura.

Aprendi uma palavra nova, hoje. Escalfeta.
Diz que é para aquecer os pés. Tê-los quentes é particularmente agradável, no Inverno. Não concebo em que contexto poderei usar este substantivo. Pés é conversa que não me passa muito pela boca. Alguns têm-nos nas nuvens.

Tenho andado mundano, a pé. É quanto poupo.

Ao darmos os primeiros passos, sem ajuda, inscrevemo-nos, automaticamente, na lista dos preguiçosos crónicos. Há lá desculpa para ficar parado?

Tenho pensado muito nisso. Nem tenho feito a barba. Nenhum homem pode ser excelso sem barba. Esfrega-la ajuda o raciocínio. Tenho-a rala, visto que ando a fazer mira rente ao chão.

Tiro aos patos é para caçadores. Sou um bicho do mar.

E tenho letra feia. Disseram-me que tinha de melhora-la. Homologa-la. Taxa-la. Definir quotas, como fizeram às importações chinesas. Não ligo puto.

Afinal, só quero enriquecer às tuas custas. São palavras baratas que te vão sair caras. Teu perder, meu proveito.

(Este corredor onde me sento mediou o divórcio entre a Senhora das Dores e o Leandro. Curiosamente, só ele é que pára em casa dela. Nunca lá vi mais ninguém. Talvez ande metido com ela. Malditos advogados.)

Continuas a olhar para o tabuleiro. Vá lá. Não há grande ciência nisso. Já devias ter comido o peão há coisa de três semanas. Enquanto pensas, ando de mala às costas. A pé, de comboio... pouco importa.

Arranjo palavras a preços módicos, comprando-as por atacado.
Espero.
Os amores ficam para trás, nas estações. Mudos.
Sigo na carruagem que fugir mais cedo.
E sorrio.
A vantagem técnica da vida não andar às arrecuas.




Porto, 31 de Outubro de 2008



quinta-feira, outubro 30, 2008

Curiosidades

Antes de mais, queria aqui anunciar que o pessoal responsável pela organização da Recepção ao Caloiro, em Coimbra, é uma cambada de chulos! Já está.

Há uma dúvida que me atormenta há alguns anos. O pessoal, durante aquele período em se andou a dizer que Bolonha era uma porcaria, acusava o Ensino Superior português de ser elitista. Ora, não acho que seja verdade.

Atentem nisto:


Nome: CC = A UM CURSO DE MERDA
Título: NAO VALEIS UM CARALHO
Texto: FILHOS DA PUTA DE GAYS:::::::


Nome: O COMUM È JORNAL DE MERDA FEIT
Título: CC= È UM CURSO QUE NAO VELE UM CARALHO
Texto: So sabeis criticar putas... andais a apanhar no pito.....

Não sei o que é que consideram elites, mas já ando à procura delas há bastante tempo. Se calhar estou a precisar de óculos...

segunda-feira, outubro 27, 2008

Ui...

Só agora é que me apercebi do quão desastroso vai ser o Guimarães - Capital Europeia da Cultura 2012. O orçamento é incrivelmente reduzido e a dimensão de Guimarães comparativamente com algumas das cidades que partilharam, ou vão partilhar, o título é estrondoso. A menos que desatem a construir coisas a torto e a direito, não estou a ver como é que vamos conseguir cumprir as expectativas.

Só para ficarem com uma ideia:

quarta-feira, outubro 22, 2008

Deseducação II

Encontrei um texto interessante sobre o meio em que os "nerds" se desenvolvem no Ensino Secundário. O autor descreve a realidade liceal Norte-Americana, porém, parece-me que há certos paralelismos com o ensino português, principalmente na parte em que o autor refere a quantidade de coisas inutéis ou mal ensinadas nas escolas. Para quem tiver paciência, fica aqui o link.


sexta-feira, outubro 17, 2008

Reabertura

O ComUM reabriu com nova (quase) gerência. É passar lá para incentivar a malta jovem. Extremamente Recomendado.

quinta-feira, outubro 16, 2008

Prá Frentex

Estes políticos estão a ficar muito modernaços. O embaixador britânico em Portugal, Alex Ellis, tem um blog todo castiço. Dava-nos jeito uns políticos destes, por cá. Mais pessoas e menos Senhores Doutores.

Mais um jerico no estábulo

Ao fim de uma porrada de anos, consegui ter o meu nome inscrito no blogue da Instituição Marzápia. Muitas parvoíces se seguirão. A marzapização não será televisionada.

quarta-feira, outubro 15, 2008

A «Direita» Esquizofrénica

O Estado Novo deixou um legado em Portugal: as ideologias políticas estão todas trocadas. Os casos mais comuns são aqueles que se dizem de Direita e são de Esquerda e os que se dizem Liberais e são Conservadores. A título de exemplo, causas fracturantes (liberalização das drogas, aborto, casamento homossexual, etc) são atribuídas à Esquerda, o que é errado. Pessoalmente, acho as definições do Political Compass bastante acertadas. É necessário substituir o binómio Esquerda-Direita pelo modelo de dois eixos que acrescenta o vertical «Liberal-Conservador». Isto acabaria com muitas ideias-feitas que circulam erradamente pelo senso-comum.

Na passada segunda-feira, deparei-me com um texto propagandístico exposto num cartaz. Como não consegui leva-lo para casa, consultei, posteriormente, um texto semelhante no site desse partido. Tentem adivinhar que partido é:

Há quem ande a fazer da nossa Pátria, uma república das bananas; um paraíso para milionários sem escrúpulos. Esses, acham-se no direito de saquear o herário público em proveito próprio. São eles, os mesmos que anunciam a falência da Segurança Social, que falam amíude em crise, que exigem sacrifícios aos portugueses...
São eles que, através das suas políticas suicídas e criminosas, privam a Pátria da posse e fruição dos seus recursos naturais. São eles que entregam de bandeja os centros de decisão. São eles que alienam os sectores estratégicos da actividade da Nação...
A eles, tanto se lhes dá o dia de amanhã, desde que no dia de hoje possam encher os seus bolsos e as suas contas bancárias!
Eles exigem sacrifícios ao seu povo – o qual dizem defender e representar – mas o que lhes importa é garantir a própria barriga cheia, a mesa farta e as mordomias todas!
Eles são completamente indiferentes e insensíveis ao futuro de Portugal e do seu povo, pois estão demasiado cheios dos seus interesses egoístas. E os exemplos de desigualdade multiplicam-se! O fosso entre ricos e pobres é uma afronta!
Agora, recentemente, para aumentar o justo sentimento de indignação e de injustiça - diante de um cenário de tantos sacrifícios exigidos ao nosso povo, de tanto desemprego, de tantas falências, de tantos ordenados ofensivos à dignidade do ser humano e à dignidade das famílias - os nossos governantes não hesitam em anunciar que se vão pagar de 4 mil a 11 mil contos – cosoante os casos – a cada um dos 84 ex-deputados da anterior legislatura, através de um “Subsídio de «Reintegração»”...
E porquê?! Será esta, uma “justa gratificação” pelo rico serviço que prestaram à Nação? Coitados dos srs. ex-deputados, que para além do “modesto” vencimento que auferiram enquanto parlamentares, precisam agora de mais esta “ajuda” para compensar as “imensas dificuldades” que terão que suportar durante os escassos dias em que não têm novo emprego de “modesto” salário.
Senhores governantes, senhores deputados e ex-deputados: a lata tem limites!
Não haverá por acaso objectivos mais úteis e justos para esse dinheiro que é de todos nós?
As referências «Pátria» e «Nação» denunciam o Partido Nacional Renovador. E, tal como suspeitava, o PNR, com uma conversa destas, é um partido de Esquerda...

Aberração III

Mais sobre a disciplina de voto:

A disciplina de voto acentua discrepâncias entre partidos, entre esquerda e direita. Intensifica o corporativismo, esmaga o pluralismo, desfavorece o debate de ideias dentro dos partidos. Paralisa as linhas políticas dos partidos, fortalece as ideologias e repele da actividade política quem não se reveja integralmente nas lideranças partidárias do momento. A disciplina de voto induz a homogeneidade cultural, esmaga os desvios e afasta os partidos de quem deveriam representar. Os deputados portugueses têm dois patrões: o povo e os respectivos líderes partidários. Mas não é ao povo que têm de agradecer e agradar por estarem e para se manterem na posição em que estão.

Rui Passos Rocha via Webnotícias.


domingo, outubro 12, 2008

Assim a despropósito...



...o pessoal não se esqueceu que um casal de lésbicas pode ter filhos, certo?

quinta-feira, outubro 09, 2008

Pérolas

No jornal Académico da Universidade do Minho nº82, o novo Papa da academia minhota sai-se com este comentário:
Devido ao processo de Bolonha (...)poderia haver cardeais com 4 matrículas, e o cabido achou que essa situação não seria a mais adequada, pois é muito cedo para ter maturidade suficiente para poder praxar sem traje e estar no topo da hierarquia.(...)só será cardeal à quinta matricula e tem que ter pelo menos um chumbo. Os chumbos são para que as pessoas tenham alguma sensibilidade, quem reprova ganha outra maturidade. O cardeal é aquele que vai aprender com os erros ao longo do ano. Sairá tão bem ou mais preparado que aquele que concluir o seu curso sem reprovar.

Acho que é este o caminho pelo qual Portugal deve enveredar. Devemos gastar o dinheiro dos contribuintes de forma a que os estudantes andem no Ensino Superior a "ganhar maturidade". Promover o mérito é desnecessário visto os alunos portugueses são como o vinho: com o passar dos anos vão ficando melhores, mesmo que estejam parados.

Mais à frente temos um artigo sobre grupos culturais:

Para Diogo Carvalho, membro da Azeituna (Tuna de Ciências), os novos moldes de avaliação trazidos pelo processo de Bolonha têm uma quota parte de responsabilidades no distanciamento dos estudantes. Segundo este responsável, a principal preocupação do momento é "concluir a licenciatura", que em muitos casos foi encurtada para três anos.

Com que então eles vêm para a universidade para concluir a licenciatura?! Malandros!

segunda-feira, outubro 06, 2008

A Silly Season ainda não acabou

Uma jornalista da TVI usou agora mesmo a expressão: «...o que fazem os portugueses perante um aumento evidente da violência?».

Lembro-me de, há uns anos atrás, ter ocorrido, evidentemente, um arrastão.

Jornalismo de sarjeta soma e segue.

"One «question» to rule them all (...) and in the darkness bind them."

Infelizmente, não pude comparecer no comício do PS, a 20 de Setembro, porque estava em aulas. Porém, gostaria de colocar esta questão, se tal fosse possível:

«Sr. Eng. José Sócrates, como pensa governar o país, sem maioria absoluta, entre 2009 e 2013?»

Acho que o mundo acabava no instante seguinte.

domingo, outubro 05, 2008

Aberração II

Ainda sobre a disciplina de voto:

A mudança prometida pelo Partido Socialista tido como progressista entrou no anacronismo. Problemas de embraigem provavelmente. Descobriu-se que os deputados funcionam como meros moços de recado, no levanta-te e aplaude (quem se ri somos nós - para não chorar mesmo) do circo da Assembleia, mais circo agora que nunca. Mas no fundo tenho pena, não pelos diplomas do BE e PEV estarem em vias de rejeição mas, pelo dinheiro dos contribuintes desperdiçado em tanta carne e assento.

De verdade, poupavam-se alguns milhares (talvez milhões) se o Parlamento se reduzisse a 23 lugares em vez dos 230. Contas feitas, ficava a discussão destribuída por Alberto Martins e mais 11 (para vincar a maioria absoluta!), Rangel mais 6, Louçã, Portas, Carvalhas Jerónimo e talvez um do PEV... E para tal trabalho, nem uma Assembleia se calhar era precisa, porque depois, na prática, por muito que falassem e esperneassem os deputados da parte rosa do centrão, na hora da votação tornariam o laicismo e o progressismo socialista num "faça-se em nós a sua vontade, Senhor Primeiro-Ministro".

Nisto faço o elogio do Congresso Americano, onde por muito ligados estejam os representantes a um veio ideológico comum, fazem-se por mais leais a si próprios e às pessoas que representam, porque dependem delas e não dos desígnios de uma Sede Nacional e da sua máquina de propaganda central. Nunca como nestes dias se tornou mais urgente a implementação de ciclos uninominais como forma de garantir que os deputados prestem contas aos seus eleitores ao invés de uma Comissão Política Nacional.
Vítor Pimenta via Avenida Central.

terça-feira, setembro 30, 2008

Aberração

Os comentadores políticos da praça estão aparvalhados. Diz que não há disciplina de voto nos «States». Diz que lá os representantes podem votar no que lhes apetecer. Diz que a maioria desrespeitou as directivas da Casa Branca e dos seus representantes partidários. Em terras lusas, tal feito é aberrante. Parece que a democracia (moderna) mais antiga do mundo deu uma lição de moral aos que dela tanto desdenham.

domingo, setembro 21, 2008

Liberalismo Económico II

O Tiago Laranjeiro aconselhou-me um post do Pedro Arroja no Portugal Contemporâneo:

«Na blogosfera, como em muita literatura académica, o liberalismo versus não-liberalismo é discutido em termos de menos Estado ou mais Estado, e é essa fixação na dimensão do Estado que, não apenas me parece irrelevante, como, na realidade não serve os argumentos daqueles que gostariam de se apresentar como liberais.

Porque a realidade é esta. Os países mais desenvolvidos e ricos do mundo são os países escandinavos da Europa, tal como medidos pelo Índice de Desenvolvimento Humano ou pelo PIB per capita. Ora, acontece que estes são também os países do mundo onde o Estado é maior, tal como medido pela percentagem da despesa pública no PIB.»
Há aqui muitos factores que não são tidos em consideração. Os países escandinavos são quase isentos de corrupção. Além disso, o nível de educação e o escrutínio popular das instituições públicas é mais elevado. Também o ranking de liberdade educativa é liderado por esses países. Também os impostos sobre as empresas são moderados em comparação à quantidade e qualidade de serviços prestados pelo Estado. Todos os países escandinavos têm menos população que Portugal, tornando-os mais fáceis de gerir. Alguns até têm petróleo.

Não sou fundamentalista sobre a dimensão do Estado. Na minha opinião, qualquer medida política deve ser ponderada tendo em conta contexto em que se insere. Aumentar o Estado português, que é gordo já de si, seria um erro, principalmente com classe política que temos. Ninguém quer ter uma enfermeira descuidada a dar vacinas. Por esta lógica, acho má ideia passar-lhe um bisturi para a mão.


quinta-feira, setembro 18, 2008

Liberalismo Económico I

Adam Smith aconselhou os seus contemporâneos a desconfiarem das propostas apresentadas pelos empresários. A razão era simples: existia uma enorme probabilidade de tentarem favorecer a sua posição individual em detrimento do meio colectivo.

Até aqui, tudo bem, visto que esta opinião é bastante consensual na maioria das ideologias políticas. Há um pequeno "senão". A maioria das pessoas julga que um cidadão, ao tornar-se político, é imbuído de um espírito de santidade. Este raciocínio legitima a maioria das posições de Esquerda sobre a centralização e estatitazação do poder decisório económico das sociedades. Porém, é mais complicado de perceber se um político está a legislar/decidir para benefício colectivo ou benefício próprio. Assim, é mais complicado escrutinar a actuação pública do que a privada.

Quando até o Supremo Tribunal é influenciado por posições partidárias, é muito difícil estipular se as entidades reguladoras como o BCE ou a FED estão a agir no melhor interesse dos cidadãos. Cabe-nos interpretar os factos de forma a discernir se as consequências tiveram causa em falta de regulação ou má regulação. Esta é a questão essencial na crise do subprime.

 

terça-feira, setembro 16, 2008

Absolutamente Recomendado

Sobre o casamento:

Giovanna tem uma hepatite incurável. Em Julho foi-lhe induzido o estado de coma para evitar as dores. Mas, antes, Giovanna pediu que a despertassem do coma para poder casar com o companheiro e pai do seu filho.
Aconteceu no passado domingo, em Pádua. O noivo, as testemunhas e o celebrante tiveram de usar máscaras e vestes esterilizadas e a cerimónia realizou-se em plena unidade de Cuidados Intensivos. A noiva estava em sofrimento físico mas feliz. Caiu em coma logo após o ‘sim’. Apesar de não dever recuperar mais a consciência, o seu marido garantiu que a sua vida terminará “num raio de alegria, uma felicidade que nada lhe roubará”.
Não pude deixar de pensar quão pequeninos são aqueles que apregoam que único fim do casamento é a procriação.

Carlos Abreu Amorim via Blasfémias.

PS: Nova etiqueta dedicada ao liberalismo: Águas Livres

sexta-feira, setembro 12, 2008

Precariedade

A discussão sobre a precariedade dos empregos anda por aí à solta. Porém, muitos dos conceitos vão da simples confusão até à asneirada curta e grossa. Vamos por pontos:

1- O que é a precariedade?

As pessoas, habitualmente, consideram precário o emprego que não está vinculado por um contrato duradouro (permanente, se possível), sendo também costume ligar esta designação à mão-de-obra "mal" remunerada.

2- Como funciona o mercado de trabalho?

Num mercado perfeito, a flexibilidade seria infinita. Isto significa total capacidade de deslocação da mão-de-obra ou das empresas de uma região para outra, aceitação de qualquer horário de trabalho e remuneração, entre outros factores. Porém, este cenário, é, não só, impossível, como, também, indesejado. Nada justifica a escravidão dos trabalhadores.
De tal forma, o sistema que existe é um meio caminho entre a inflexibilidade total e a flexibilidade perfeita. Isto significa que tanto os patrões como os empregados têm de fazer cedências.

Todos os mercados funcionam como "mega-leilões". Esses leilões estabelecem equilíbrios de poder, sendo esse poder atribuindo consoante o valor dos produtos. Se eu for o único perito em informática do planeta, as empresas que precisarem de vão pagar-me fortunas pelos meus serviços, caso eles fossem mesmo necessários (só me iriam pagar até ao ponto em que fosse mais proveitoso utilizar outra tecnologia). Da mesma forma, se todos os trabalhadores fossem peritos informáticos e apenas existisse uma única empresa interessadas nessa especialidade, todos eles iriam baixar os seus salários na esperança de obter um lugar na empresa (apenas até ao ponto em que seria mais proveitoso mudar de ramo). O mercado real é uma combinação entre estas duas realidades, mas com milhares de milhões de elementos.

3- Como surge a precariedade?

A precariedade (recibos verdes e afins) e o desemprego elevado costumam resultar de uma saturação na procura de emprego, relativamente à oferta. No caso português, isso acontece porque a economia não está a crescer a um ritmo saudável. A criação de emprego é ténue. O facto de muitas empresas estarem a falir, devido à reestruturação da economia, não ajuda. A razão porque há mais empresas a falir do que a serem criadas será discutida num post dedicado exclusivamente ao assunto.

4- Porque é que combater os recibos verdes (na actual conjectura económica) é má ideia?

Se estabelecermos 3 patamares de "segurança laboral", do mais seguro para o menos seguro, temos o contrato definitivo, o contrato a prazo/recibos verdes e o desemprego. O patamar "desemprego" pode não ser um tipo de segurança no trabalho, se formos exactos, mas serve para explicação que vou expor de seguida:

A) Muitos Empregos/Flexibilidade Alta: Muitos Definitivos; Alguns Recibos; Desemprego Baixo

B) Poucos Empregos/Flexibilidade Alta: Alguns Definitivos; Muitos Recibos; Desemprego Médio 

C) Muitos Empregos/Flexibilidade Baixa: Muitos Definitivos; Poucos Recibos; Desemprego Médio

D) Poucos Empregos/Flexibilidade Baixa: Poucos Definitivos; Poucos Recibos; Desemprego Alto

O custo de empregar alguém é alto, assim como o risco. Os estágios, por exemplo, são uma forma do empregador e o empregado partilharem os riscos: o primeiro corre o risco de empregar um funcionário mau, enquanto o segundo corre o risco de ficar vinculado a um emprego que não lhe agrada (mau ambiente, má remuneração, falta de organização, sobrecarga de trabalho, etc). É óbvio que uma economia com fraca expansão económica reforça o poder dos patrões, visto que controlam uma percentagem maior da oferta de emprego, ficando os trabalhadores sujeitos a condições negociais menos favoráveis para eles. A imposição de regras para evitar o trabalho precário só vai aumentar o risco de empregar alguém, limitando o número de postos de trabalho disponível. Por outras palavras, o custo não-monetário (as restrições) vai acabar por ser mais prejudicial, a pôr gente no desemprego, do que benéfico, a dar-lhes empregos instáveis. O custo de isto não acontecer é a diminuição da produtividade das empresas ou a queda dos salários.

Por algum motivo, muitos dos países desenvolvidos começam a adoptar modelos de flexi-segurança. Curiosamente, os países nórdicos lideram a tabela dos países com maiores liberdades económicas, enquanto Portugal fica-se pelo 53º lugar. Basta dar um saltinho à página dos detalhes, mais concretamente ao peso do governo e a flexibilidade do trabalho, para perceber porque pontuamos tão baixo.

Qualquer dúvida, caixa de comentários.

PS: estreio, com este post, a etiqueta Rota das Especiarias, para assuntos económicos.